Por ano, o mundo gera 51,7 milhões de toneladas de resíduos plásticos, maior parte no sul global com a Índia como principal gerador com produção de 9,3 milhões de toneladas/ano, espalhando desde o oceano aos picos mais altos e interior do corpo humano, conforme estudo que também indica que mais de dois terços provém do sul global, suficiente para encher o Central Park, em Nova Iorque, com resíduos a altura equivalente do Empire State Building, segundo investigadores da Universidade de Leeds, no Reino Unido, para realizar o estudo publicado na Nature foram produzidos localmente em mais de 50 mil cidades e vilas no mundo. Analisou o plástico no ambiente externo e não o enterrado ou queimado adequadamente e, para 15% da população mundial, o plástico não é recolhido ou eliminado pelo governo, segundo os autores do estudo, uma das razões pelas quais o Sudeste Asiático e a África Subsaariana geram a maior parte dos resíduos plásticos incluindo 255 milhões de pessoas na Índia, segundo o estudo, Lagos, na Nigéria, emitiu mais resíduos plásticos que qualquer outra cidade, com o professor de engenharia ambiental em Leeds e um dos autores do estudo esclarecendo que as outras cidades que produzem mais poluição plástica são Nova Delhi, Luanda, Karachi e Al Qahirah no Egito. A Índia, maior gerador mundial de resíduos plásticos, mais que o dobro das nações poluidoras abaixo dela, Nigéria e Indonésia, além da China, criticada pela geração de poluição, em quarto lugar e, atualmente com progressos na redução dos resíduos e, conforme o estudo, grandes poluidores como Paquistão, Bangladesh, Rússia e Brasil respondem por mais da metade da poluição plástica do mundo, com os EUA ocupando o 90.º lugar na produção de poluição plástica com mais de 47.600 toneladas enquanto o Reino Unido está em 135º lugar com 4.600 toneladas, considerando que, em 2022, a maioria das nações concordou formular tratado juridicamente vinculativo sobre poluição plástica, incluindo os oceanos, cujas negociações finais terão lugar na Coreia do Sul em Novembro.
Em 22 de setembro de 2024, o Governador da Califórnia assinou lei que proíbe sacolas plásticas nas lojas, além de proibição a supermercados da Califórnia oferecer opção de sacolas de papel ou plástico, no entanto, a Califórnia já proibiu sacolas plásticas finas em supermercados e outras lojas mas os clientes ainda podiam comprar sacolas plásticas mais grossas, supostamente reutilizáveis e recicláveis, sendo que a nova iniciativa, aprovada pelos legisladores estaduais em agosto de 2024, proíbe todas sacolas plásticas a partir de 2026 à clientes que não trouxerem as próprias sacolas só podendo escolher se querem uma sacola de papel para as compras. Catherine Blakespear, senadora estadual e patrocinadora da medida, disse que as pessoas não estavam reutilizando ou reciclando as sacolas plásticas, apontando à estudo estadual que descobriu que o número de sacolas plásticas descartadas por uma pessoa aumentou de 3,6 kgs, 8 libras, por ano em 2004 à 5 kgs, 11 libras, em 2021, disse ainda que, a proibição das sacolas plásticas aprovada há 10 anos não reduziu o uso geral de plástico, dizendo que “estamos literalmente sufocando o planeta com resíduos plásticos”. A Oceana, organização ambiental sem fins lucrativos, aplaudiu a medida e parabenizou o governador por “proteger as costas, vida marinha e comunidades da Califórnia de bolas de plástico descartáveis”, com Christy Leavitt, diretora da campanha anti-plásticos da Oceana, dizendo que a nova proibição de sacolas plásticas descartáveis nos caixas das lojas “estabelece a Califórnia como líder no combate à crise global da poluição plástica”, um dos 12 estados que já possui algum tipo de proibição estadual de sacolas plásticas, conforme o Environment America Research & Policy Center, grupo de proteção ambiental, além disso, cidades em 28 estados têm suas próprias restrições às sacolas plásticas. O projeto de lei fecha uma brecha legal que permitiu aumento no desperdício de sacolas plásticas na Califórnia, apesar da lei de 2014 criada para proibir essa degradação ambiental, com Jenn Engstrom, diretora estadual da CALPIRG, grupo de defesa do consumidor, dizer que “sacolas plásticas criam poluição no ambiente e se decompõem em microplásticos que contaminam a água e ameaçam a saúde”, concluiu dizendo que, “os californianos votaram para proibir sacolas plásticas de compras no estado há quase uma década mas a lei claramente precisava ser refeita e, com a assinatura do governador, finalmente a Califórnia proibiu sacolas plásticas em caixas de supermercado de uma vez por todas.” Em 2014, o Legislativo aprovou lei que proibia sacolas plásticas descartáveis em supermercados e caixas de varejo, no entanto, permitiram que as lojas oferecessem ao consumidor, por pequena taxa, sacolas “reutilizáveis”, sacolas, que incluíam papel e sacolas plásticas de polietileno de alta densidade que as empresas de plástico argumentavam serem reutilizáveis, no entanto, relatório mostrou que o volume de resíduos de sacolas plásticas na Califórnia aumentou desde 2014 como resultado da brecha naquela lei, salto de 47%. A nova lei entra em vigor em 1º de janeiro de 2026 e se concentra apenas em sacolas de caixa, não em sacolas usadas para guardar produtos ou embrulhar alimentos que podem causar contaminação, como carne, além disso, a partir de 1º de janeiro de 2028 o conceito de sacola de papel reciclado mudaria de uma definição feita de 40% de material reciclado à uma definição com mais de 50% de material reciclado. Pesquisa estadual divulgada pela Oceana em 2022 revelou que 86% dos eleitores da Califórnia apoiam políticas locais e estaduais que reduzem o plástico de uso único e 92% dos eleitores da Califórnia estão preocupados com produtos plásticos de uso único como sacolas de supermercado, garrafas de bebidas e recipientes de comida para viagem, por fim, também no dia 22 de setembro de 2024, o governador vetou o AB 2214, que exigiria que as agências estaduais começassem a elaborar orientações e linguagem para lidar com o crescente problema da poluição por microplásticos, justificando que uma lei de 2018 que instruiu o Ocean Protection Council desenvolver estratégia estadual à microplásticos que descreveu como fornecendo "abordagem abrangente e coordenada para identificar as primeiras ações que a Califórnia pode tomar para lidar com a poluição por microplásticos e avançar na pesquisa existente sobre microplásticos".
Moral da Nota: vinte e quatro estados liderados pelos republicanos pediram à EPA, Agência de Proteção Ambiental dos EUA, para bloquear iniciativa da Califórnia, liderada pelos democratas, para exigir mais caminhões, big trucks, usados no transporte de mercadorias visando reduzir emissões de carbono, com o procurador-geral republicano de Nebraska, que liderou o esforço, argumentando em carta que a Califórnia está extrapolando sua autoridade e corre o risco de prejudicar o comércio além de suas fronteiras, ao lado de outros procuradores-gerais, escreveram que forçar mudança do óleo diesel à energia elétrica poderia levar a preços mais altos à alimentos, combustível e mais bens de consumo. Assinada por líderes do Alabama, Arkansas, Geórgia, Idaho, Indiana, Iowa, Kansas, Kentucky, Louisiana, Mississippi, Missouri, Montana, Nebraska, Dakota do Norte, Ohio, Oklahoma, Carolina do Sul, Dakota do Sul, Tennessee, Texas, Utah, Virgínia, Virgínia Ocidental e Wyoming, esclarece que “a Califórnia não tem autoridade legal para exportar seu mandato de caminhões elétricos ao resto do país”, concluindo que “conceder essa isenção seria inconstitucional porque permitiria que regulasse veículos motorizados de um modo que nenhum outro estado pode.” A Califórnia precisa de uma isenção federal da EPA para impor padrões de emissões mais rigorosos em caminhões médios e pesados porque a Lei do Ar Limpo federal impede que a maioria dos estados estabeleça padrões individuais sem uma isenção, ao passo que o estado tem sido criador de tendências nacionais para emissões de veículos há muito tempo e, por décadas, as administrações presidenciais republicana e democrata e a EPA deixaram a Califórnia definir seus padrões para lidar com a qualidade do ar. Procuradores-gerais disseram que dar à Califórnia influência sobre caminhões de frota aumentaria os custos de logística e negócios muito além das fronteiras do estado, argumentaram que violaria a soberania separada e igual dos estados, sendo que os procuradores-gerais também argumentaram que os estados rurais seriam desproporcionalmente afetados pelos custos mais altos resultantes dos caminhões e transporte rodoviário tradicionais, que, segundo eles, seguiriam um mandato de emissão zero. Por fim, a Califórnia disse em seu pedido de isenção que precisa regular as emissões de caminhões para reduzir a poluição atmosférica e melhorar a qualidade do ar e a saúde pública, além de cumprir as metas estaduais de combate às mudanças climáticas por meio da transição à fontes alternativas de energia, argumenta que os poluentes dos veículos a diesel estão prejudicando desproporcionalmente a qualidade do ar em bairros desfavorecidos localizados perto de portos e rodovias, sendo que a regulamentação Advanced Clean Fleets da Califórnia exigiria que as frotas de caminhões médios e pesados do estado tivessem emissão zero até 2045 e até 2035 aos caminhões mais pesados, incluindo os que transportam mercadorias de estaleiros à pátios ferroviários.