quinta-feira, 22 de agosto de 2024

Carbono zero

O relatório 'Dados à Cidade do Amanhã' destacou que, em 2023, cerca de 56% do mundo está urbanizado, respondendo por mais de 70% das emissões globais de CO2, segundo o WEF e, até 2050, será lar de 70% da população mundial com grande parte desta expansão ocorrendo no mundo em desenvolvimento, fatores que tornam cidades vulneráveis aos efeitos das alterações climáticas e, portanto, é urgente áreas urbanas impulsionarem inovação, adaptação e resiliência climática em ambiente que 65% da população usa internet e 75% dos empregos exigirão competências digitais. Através da iniciativa 'Cidades com Carbono Zero Líquido' busca-se partilhar mais de 200 práticas líderes à promoção da sustentabilidade e redução das emissões em ambientes urbanos, capacitando cidades tomarem medidas buscando alcançar neutralidade de carbono, daí, a 'Aliança Global de Cidades Inteligentes do G20' dedica-se estabelecer normas e padrões políticos à utilização segura e ética de dados em cidades inteligentes liderando iniciativas de governança em mais de 36 cidades no mundo. Capacitam PMEs no Brasil com adoção IoT removendo barreiras com empresas participantes obtendo retorno de 192% sobre o investimento, enquanto o Conselho ao Mundo Conectado estabelece requisitos de segurança IoT à dispositivos voltados ao consumidor envolvendo mais de 100 organizações para proteger consumidores contra ameaças cibernéticas, além de Cidades e Comunidades Saudáveis com parcerias em Jersey City e Austin, EUA, e Mumbai, Índia, centram melhorar a vida do cidadão promovendo escolhas nutricionais, atividade física e práticas sanitárias mais adequadas. O Conselho do Futuro Global sobre o Futuro das Cidades, iniciativa do Fórum Econômico Mundial, dedica-se ajudar as cidades tornarem-se mais verdes, resilientes às alterações climáticas e mais acessíveis desempenhando papel fundamental nos esforços de descarbonização visando reduzir gases efeito estufa e demais emissões à zero emissões líquidas, sendo que o 'modus operandi' está na associação da rede C40 para enfrentar crise climática apelando a bancos multilaterais de desenvolvimento, MDB, que prestem mais apoio e, em carta aberta aos presidentes de 10 BMD, pede incluir ação climática urbana e financiamento nas estratégias corporativas e climáticas dos bancos, integrando cidades e ação climática urbana nas estratégias de assistência ao país e ao setor desenvolvendo programas específicos de ação climática urbana, proporcionando assistência técnica à preparação e implementação de projetos, aumentando financiamento do BMD e apoiando mobilização de financiamento privado.

Inseridos neste conceito emerge a 'Reinventing Cities', competição global dirigida pela C40, em esforço à descarbonizar as cidades e replicados globalmente com maior apoio financeiro com 15 cidades que desenvolvem projetos sustentáveis zero carbono e resilientes como a cidade de Almere, leste de Amsterdã, transformando área de terreno subutilizada em projeto de renovação urbana com zero emissões de carbono proporcionando casas e espaços de trabalho à comunidade local, seguida por Bilbao com a residência dos veneráveis padres revitalizada como centro pioneiro de sustentabilidade e inclusão focado na gastronomia e, na periferia oriental de Bolonha, parte de área de quartéis militares é regenerada abrangendo espaços públicos, serviços e habitações inclusivas destinadas apoiar jovens e estudantes, em Bruxelas, se desenvolve local que inclui comunidades vulneráveis em empreendimento de uso misto com credenciais de sustentabilidade “exemplares” ou planos para usos múltiplos incluindo residências, empresas e atividades culturais. Glasgow planeja regenerar 2 locais ao longo do canal em novos bairros focada na conservação da natureza e resiliência ambiental, em Milão, a Via Zama será local de desenvolvimento à redução de carbono com transformação de escola primária e ginásio em área urbana com abordagens inovadoras de redução de carbono, economia circular e adaptação climática, seguida por Nova York planejando transformar espaços nos telhados não utilizados em locais geradores de energia verde e “alimentos bons e saudáveis” enquanto em Palermo, antiga fábrica de produtos químicos tornar-se-á área com baixo impacto ambiental e variedade de utilizações tais como instalações de alojamento turístico e atividades desportivas, lazer, cultural e artesanal. Renca, uma comuna no subúrbio de Santiago, Chile, desenvolve área para atrair empresas focadas na economia circular, design ecológico além de tecnologias e formação ambientais, em seguida, Roma, planeja transformar edifício público da década de 1930 em centro de renovação urbana centrado na sustentabilidade ambiental, eficiência energética e construção sustentável, enquanto San Antonio, no Texas, planeja reinvestir em edifícios existentes para criar campus de economia circular “primeiro do gênero”, centrado no cultivo de força de trabalho verde, melhoria da saúde pública e avanço da reparação e produção de habitação a preços acessíveis. Com edifícios subutilizados no centro da cidade californiana de São Francisco, serão transformados em “espaços reinventados e sustentáveis” tanto à habitação como uso comercial, ao passo que São Paulo, planeja desenvolver espaços públicos mais saudáveis e acolhedores auxiliando enfrentamento dos desafios ambientais e sociais com Tucuruvi como um dos locais de regeneração de São Paulo, já, Seattle, estado de Washington, planeja transformar antigo local de navegação em área que apoie recuperação do centro da cidade com serviços verdes e formação marítima entre as instalações que pretende acolher, por fim, fortaleza do século XVII em Veneza foi selecionada para ser convertida em local comunitário desenvolvido conforme princípios de baixo carbono oferecendo atividades culturais, museológicas e desportivas.

Moral da Nota: Fortaleza, Ceará, foca enfrentamento da crise climática através de políticas de planejamento urbano alinhadas ao plano de ação climática e, com o C40, trabalha para facilitar implementação e integração da ação climática, Cidade Patrimônio Mundial da Unesco, juntando-se ao C40 Cities como parte do objetivo de acelerar ação climática urbana e desenvolvimento sustentável e, como 13ª cidade na América Latina e 5ª no Brasil junta-se ao C40 Cities depois de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Salvador. Com população estimada de 2.643.247 pessoas, está em curso políticas de planejamento urbano alinhadas ao plano de ação climática e, segundo a C40, a cidade é reconhecida mundialmente por esforços de promover mobilidade ativa, aumentar espaços verdes, incorporar critérios de adaptação às inundações nos projetos de urbanização e habitação além de promover utilização de energias renováveis em edifícios públicos entre outras iniciativas. Comprometeu-se desenvolver plano de ação climática alinhado a limitação do aquecimento global a 1,5°C com o quadro de Planejamento de Ação Climática C40 equilibrando mitigação e adaptação, abrindo oportunidades econômicas e melhorando a vida dos residentes ao “priorizar adaptação em áreas vulneráveis para combater impactos climáticos como inundações e aumento do nível do mar, ao mesmo tempo com ações de liderança em mobilidade ativa e energia renovável entre outras estratégias de mitigação”. A C40 trabalhará com a cidade para facilitar implementação e integração da ação climática partilhando lições aprendidas com autoridades municipais no mundo, com o prefeito esclarecendo que “Fortaleza dá passo no compromisso de enfrentar a crise climática com esforços para avançar no plano de arborização municipal, melhorar gestão de resíduos sólidos, promover cada vez mais uso da bicicleta para estimular economia mais justa e sustentável monitorando qualidade do ar além de conceber e implementar novas políticas”. O diretor regional do C40 à América Latina esclareceu que “Fortaleza fez progressos no combate às alterações climáticas, integrando ação climática na agenda em que a “priorizou adaptação em áreas vulneráveis para combater impactos climáticos como inundações e aumento do nível do mar, ao mesmo tempo que tomou ações de liderança em mobilidade ativa e energia renovável, entre outras estratégias de mitigação a C40, busca apoiar o prefeito e equipe no aumento das ambições climáticas e implementação de ações que melhorem qualidade de vida da população”, sendo que o Comitê Diretor do C40 aprovou pedido de adesão de Fortaleza em 18 de março como mais novo membro do C40 Cities, juntando-se a quase 100 cidades do mundo na busca pela aceleração do desenvolvimento sustentável e resiliente ao clima.