segunda-feira, 29 de julho de 2024

Insegurança hídrica

Clima extremo como a seca que afeta parte do México em crescimento populacional e rápida urbanização comprometem disponibilidade, quantidade e qualidade da água para satisfazer necessidades básicas de consumo e higiene da população e conforme o monitor de secas da Comissão Nacional de Águas do México, Conagua, em março de 2024, 60% do território mexicano sofreu secas moderadas, severas, extremas ou excepcionais e que as áreas afetadas representaram 26% do país levando autoridades declarar alertas devido a crise hídrica iminente implicando problemas no fornecimento às famílias, problemas que põe em perigo a saúde das populações afetadas, principalmente as mais vulneráveis, como os menores. Investigação em dados da Pesquisa Nacional Contínua de Saúde e Nutrição de 2021 e 2022 descobriu que a prevalência de insegurança hídrica nas famílias mexicanas era de 16,3% em 2021 e16,5% em 2022 em que mais de 6 milhões de famílias tiveram dificuldades relacionadas ao acesso, disponibilidade e utilização da água, sendo que o mesmo estudo que considerou características sócio demográficas das populações envolvidas, informando que em 2022, domicílios localizados na região da fronteira norte, Chihuahua, Coahuila, Nuevo León e Tamaulipas, apresentavam maior proporção de insegurança hídrica, ou, 24,9%, seguindo áreas residenciais na região da Cidade do México/Estado do México, com 19,9% de insegurança, enquanto a região da Península, Campeche, Chiapas, Quintana Roo, Tabasco e Yucatán, teve menor proporção com insegurança hídrica, 8,6 %. A análise encontrou mudanças na magnitude da insegurança hídrica, em 2021, a região com menor proporção foi a fronteira norte que aumentou 18,9 pontos percentuais entre 2021 e 2022, além disso, no primeiro ano estudado, 15,2% dos agregados familiares em áreas rurais tinham insegurança hídrica e, em 2022, o percentual aumentou para 17,2% e, com base nestes resultados, o estudo concluiu que o México deve ter plano de ação centrado na abordagem da deterioração ambiental, da escassez de água e contaminação para garantir segurança hídrica da população, questão vista como segurança nacional. Especialista em infecções bacterianas e virais, membro da Academia Mexicana de Pediatria, destacou que nos períodos de escassez de água a probabilidade de contaminação pode ser maior devido queda no fluxo do rio ou redução da capacidade de tratamento que aumenta o risco de consumir água contaminada, enquanto o ex-presidente da Sociedade Latino-Americana de Doenças Infecciosas Pediátricas acrescentou que “escassez de água dificulta manutenção de boa higiene pessoal, como lavagem das mãos e preparação dos alimentos, aumentando chances de transmissão de doenças diarreicas agudas”.

A Organização Mundial da Saúde estima que 1 milhão de pessoas morrem anualmente de doenças diarreicas contraídas como resultado de água contaminada, saneamento inadequado ou má higiene das mãos, no entanto, o relatório informa que a maioria destas doenças é evitável e, se abordados, 395 mil mortes de crianças com menos de 5 anos seriam evitadas todos os anos e, segundo a organização, a água potável contaminada com micróbios provenientes de fezes apresenta maior risco de toxicidade sendo que em 2022, pelo menos 1,7 bilhões de pessoas no mundo extraíram água para consumo pessoal de fontes com esses microrganismos produzindo doenças diarreicas, cólera, disenteria, febre tifoide e poliomielite, estimando-se que 505 mil mortes ocorram a cada ano devido doenças diarreicas. A chefe do Programa de Imunologia Microbiana Molecular do Departamento de Microbiologia e Parasitologia da Faculdade de Medicina da Universidade Nacional Autônoma do México, na Cidade do México, esclarece que embora os principais produtos químicos neste tipo de água que apresentam maior risco sejam o arsênico, os fluoretos e os nitratos, novos contaminantes são perigosos e devem ser monitorados constantemente incluindo pesticidas, medicamentos, moléculas perfluoroalquiladas, moléculas polifluoroalquiladas e microplásticos, além de ser meio de transmissão de infecções, a água contaminada com microrganismos como Enterococcus faecalis e E faecium é fonte de resistência microbiana a antibióticos com potencial de transmissão a outras espécies bacterianas, anteriormente, liderou estudo analisando cepas microbianas obtidas de amostras hospitalares, águas subterrâneas e água tratada para uso agrícola na Cidade do México. O Estudo que avaliou risco de doenças entéricas em crianças que vivem nas áreas com abastecimento insuficiente de água na Cidade do México descobriu que, embora os depósitos subterrâneos apresentassem alto risco de contaminação por matéria fecal, os padrões endêmicos de diarreia observados nas crianças estavam associados às práticas sanitárias, neste estudo, descobriram que crianças de 1 ano de idade apresentavam maior proporção de diarreia na estação seca, especialmente com odor desagradável na água ou consumo de vegetais lavados sem desinfetante, por outro lado, observaram menor risco em indivíduos com abastecimento de água em casa durante todo o dia, vaso sanitário com descarga, bem como recipientes cobertos para armazenar água. Uma das limitações da pesquisa é que amostras foram colhidas antes da água ser tratada com cloro, não refletindo sua qualidade e que um terço das crianças estudadas bebia água engarrafada e ocasionalmente referia beber água da torneira, no entanto, tais estudos, bem como o caso de contaminação por hidrocarbonetos registrado em poço que abastece bairros no município de Benito Juárez, na Cidade do México, mostram importância de sistemas de monitoramento e controle que garantam abastecimento de água e qualidade para atender a população e preservar a saúde.

Moral da Nota: partes dos EUA enfrentam calor e umidade opressivos impedindo que o corpo esfrie, aumentando risco de cãibras, exaustão e insolação e, segundo especialista de medicina familiar da Clínica Mayo, o calor extremo e a alta umidade podem ser mistura perigosa em que “alto calor e alta umidade colocam em risco de doenças se as pessoas não tomarem cuidado, com o aumento da temperatura corporal central e a capacidade de suar causando desidratação que eventualmente leva à exaustão e, em alguns casos, doenças graves conhecidas como insolação". A exaustão pelo calor ocorre quando o corpo perde água ou sal devido transpiração intensa ou desidratação, pós atividade, sendo a insolação mais grave e acontecendo quando o corpo superaquece e não consegue esfriar, compreender riscos associados ao calor e à umidade, reconhecer sintomas de doenças relacionadas ao calor e saber como reagir ajuda prevenir problemas graves de saúde. Cientistas do Instituto Biológico da Universidade Estadual de Tomsk e do Instituto de Química Bioorgânica da Academia Nacional de Ciências da Bielorrússia encontraram meio de preservar plantas na seca através de componente natural, ou, os fito hormônios sendo que o "efeito da seca nas plantas manifesta-se na supressão do crescimento, redução da área foliar, comprimento dos rebentos e das raízes, bem como interrupção dos processos de fotossíntese”. Para proteger de fatores prejudiciais, biólogos usam fito hormônios esteroides, brassinosteróides que desempenham papel vital na regulação de processos fisiológicos das plantas, ao mesmo tempo, aumenta resistência a efeitos nocivos sendo que o pré-tratamento da cevada permitiu preservação da biomassa vegetal em condições de seca e aumentou a atividade das enzimas antioxidantes, ferramenta à proteção das plantas sob estresse que permitiu apoio a planta na escassez de água afirmando que fito hormônios são ecologicamente corretos porque assemelham aos hormônios vegetais naturais.