quarta-feira, 29 de maio de 2024

Rastreamento

A Embrapa desenvolve rastreabilidade blockchain na produção de açúcar mascavo através do Sistema Brasileiro de Agrorrastreabilidade, Sibraar, customizado em projeto-piloto pela Usina Granelli para utilização da tecnologia decorrente crescimento do consumo de produtos naturais podendo ser medido pelo interesse de consumidores na rastreabilidade dos alimentos, tanto que, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária anunciou a novidade tornando o primeiro açúcar mascavo rastreado pela tecnologia blockchain. O projeto pioneiro foi dado pela planta agroindustrial da Usina Granelli em Charqueada, SP, que customizou em seus produtos o Sistema Brasileiro de Agrorrastreabilidade, Sibraar, desenvolvido por especialistas da Embrapa Agricultura Digital, SP, e, com a implantação do projeto-piloto, a empresa tornou-se a primeira licenciada comercializar o produto rastreado com selo Tecnologia Embrapa.  Com o sistema introduzido no processo de produção o açúcar rastreado pela blockchain reverterá à Embrapa porcentagem de vendas, na forma de royalties, sendo que o desenvolvimento do projeto contou com apoio da Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo, Coplacana, estando acessível a consumidores através de QR Code nas embalagens em que o blockchain do Sibraar fornece sequência temporal e imutável dos registros como meio de garantir integridade de informações geradas ao longo do processo de produção.  Cada lote do açúcar mascavo da Granelli fornece data de produção, variedade e identificação da cana utilizada e geolocalização da propriedade rural que forneceu matéria-prima àquele lote, conforme previsto na Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, LGPD, com consumidores acessando informações sobre análise microbiológica do produto e sobre parâmetros físicos e químicos daquele açúcar, como teor de sacarose, umidade e cor.  Concebido para o setor sucroenergético, o sistema pode ser customizado à agroindústria vinculada a outras cadeias agrícolas como grãos por exemplo, segundo informações da Embrapa, com o pesquisador líder do projeto esclarecendo que “a adoção de ferramentas com tecnologias  blockchain embarcadas surge como alternativa para atender esse mercado uma vez que possibilitam que cada lote fabricado receba assinatura digital única para criar trilha segura de auditabilidade dos dados”. Atendendo a demanda do mercado por alimentos mais sustentáveis a rastreabilidade via blockchain proporciona competitividade ao produto brasileiro já que outras iniciativas adotam rastreabilidade via blockchain no Brasil, tendo como exemplo o Açúcar Demerara Itamarati, da biorrefinaria Uisa de Mato Grosso enquanto outro caso é o café Minamihar, do interior de São Paulo.

A Embrapa possui parceria com a Cooperativa dos Plantadores de Cana de Açúcar do Estado de São Paulo, Coplacana, para rastrear produção usando tecnologia blockchain, em projeto de duração inicial de 5 anos podendo ser renovado por mais 5 anos tendo como objetivo desenvolver soluções de inovação para ampliar competitividade, produtividade e sustentabilidade no setor. A chefe-geral da Embrapa Informática Agropecuária, esclarece que  “a introdução de tecnologias no setor agropecuário muda a face da agricultura tradicional e, por isso, sentindo que só evoluiremos trabalhando em sintonia com o produtor e da cadeia produtiva da cana-de-açúcar” em acordo de cooperação técnica prevendo desenvolvimento de soluções em tecnologias usando blockchain para rastrear cadeia de produção. O pesquisador da Embrapa líder do projeto Geraldo Magela de Almeida Cançado esclarece que "englobam modelagem da produtividade de canaviais usando parâmetros da fertilidade e física do solo associada ao sistema integrado de diagnose e recomendação, Dris, e de balanço de nutrientes para recomendações de fertilizantes e calagem avaliando efeito de formas e doses de aplicação de biológicos na produtividade de cana-de-açúcar”. Vale lmbrar que a startup maranhense, Culte, tem foco no pequeno agricultor inserindo blockchain na agricultura familiar estudando meios de tornar a tecnologia acessível em um dos setores que mais movimenta a economia brasileira. 

Moral da Nota: o álcool também se insere no rastreamento blockchain pela Embrapa na cadeia de produção de cana-de-açúcar, em Acordo de Cooperação Técnica com a Safe Trace e Usina Granelli Ltda no desenvolvimento de aplicação blockchain capaz de rastrear cadeia de produção da cana-de-açúcar e, no total, segundo a Embrapa, trata-se de investimento inicial de R$ 466.001,64 com prazo de execução incial de 2 anos. A Embrapa esclarece que "o objetivo é a integração de esforços entre partes à execução de pesquisa, desenvolvimento de interesse mútuo, consistente na execução de atividades à concepção e desenvolvimento de sistema de rastreabilidade, utilizando blockchain para produtos e processos agroindustriais da cadeia produtiva da cana-de-açúcar" e, segundo a instituição, a iniciativa é parte do esforço de reunir informações seguras da cadeia produtiva em sistema voltado ao setor sucroalcooleiro. Em 2019, a Embrapa e a Coplacana firmaram acordo de cooperação criando solução blockchain conforne o pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária que "muitos consumidores têm preocupações, não somente com preço dos produtos alimentícios, mas em relação à qualidade dos insumos utilizados, local de origem e se a forma de produção é sustentável, entre outras informações", desta forma, segundo a instituição, com blockchain, é possível integrar informações dos elos da cana-de-açúcar da fase de produção, passando pela distribuição e comercialização, ou seja, da origem ao consumidor. Além de segurança nas informações ao consumidor sobre origem das matérias-primas, insumos e processos aplicados ao produto final, o uso da tecnologia traz vantagens quanto à segurança criptográfica e distribuição da base de dados da Política Nacional de Biocombustíveis RenovaBio sendo que “o Brasil é o maior produtor e exportador de açúcar e etanol em tempos de concorrência acirrada, um sistema seguro, confiável e de fácil acesso, concentrando informações sobre cadeia produtiva da cana-de-açúcar propiciando diferencial à atingir mercados exigentes e melhor remuneração pelo investimento em tecnologia”. Daí, a Safe Trace é empresa especializada na rastreabilidade da cadeia produtiva, integrando elos do produtor ao consumidor e, no Brasil, o Carrefour, o Pão de Açúcar e Walmart comercializam produtos que contam com sistema de rastreabilidade blockchain da empresa, além disso, junto com o CPQD, desenvolve sistema  DLT para avaliação junto a pecuaristas, frigoríficos, centros de distribuição e grandes redes varejistas cujo “objetivo é assegurar procedência e qualidade do produto com transparência na cadeia produtiva da carne bovina”. O sistema cria identidade digital blockchain à cada boi rastreado, sendo por essa identidade que as informações sobre o animal bem como sobre formação de lotes de produção, movimentações, dados sanitários, de qualidade e transformação em produtos são trocadas entre atores da cadeia criando trilha de auditoria, confiável e segura, sobre procedência do animal.