Resíduos radioativos foram despejados na costa de Los Angeles e encontrados por expedição de pesquisa em barris descartados a 3 mil pés de profundidade próximo a Ilha de Santa Catalina, um cemitério de barris corroídos no fundo do mar ao largo da costa, segredo que perseguia o ambiente marinho até a descoberta com câmera subaquática avançada. A Quantidades de DDT próximo aos barris apontam à contaminação tóxica do maior fabricante de DDT dos EUA, enquanto reguladores federais determinaram que tinha negligenciado e seus resíduos ácidos foram despejados diretamente no oceano, com cientistas concluindo que os barris podem, na verdade, conter resíduos radioativos de baixo nível. Registros mostram que, entre 1940 e 1960, era comum, hospitais, laboratórios e operações industriais locais despejar no mar barris de trítio, carbono-14 ou resíduos semelhantes, cuja equipe de investigação na Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara, descobriu pela primeira vez os barris e despertou preocupação sobre o que poderia acontecer esclarecendo que “esta é uma situação clássica de ruim versus pior com compostos de DDT espalhados por vasta área do fundo do mar em concentrações preocupantes”. A preocupação intensificou-se desde que o The Times informou em 2020 que o diclorodifeniltricloroetano, proibido em 1972 pós publicação de “Primavera Silenciosa” de Rachel Carson, continua assombrar o ambiente marinho de modo insidioso com cientistas detectando quantidades deste “produto químico eterno” na cadeia alimentar marinha, enquanto estudo recente liga a presença deste pesticida, outrora popular, a câncer em leões marinhos da Califórnia. Dezenas de ecotoxicologistas e cientistas marinhos tentam preencher lacunas de dados e as descobertas são reviravolta e, no processo de desenterrar registros antigos, a Agência de Proteção Ambiental dos EUA, EPA, descobriu que, desde a década de 1930 ao início da década de 1970, 13 áreas ao largo da costa do Sul da Califórnia tinham sido aprovadas a despejo de explosivos militares, resíduos radioativos e produtos de refinaria, subprodutos, incluindo 3 milhões de toneladas métricas de resíduos de petróleo.
No estudo publicado, foram encontradas concentrações de DDT no fundo do mar em área maior que a cidade de São Francisco e coletadas amostras de sedimentos como parte do esforço de mapear a pegada do derramamento e analisar como o produto químico pode estar se movendo pela água e sua decomposição. Ainda não encontraram limites do depósito, mas concluíram que grande parte do DDT presente no fundo do oceano permanece na forma mais potente enquanto análises mais aprofundadas utilizando métodos de datação por carbono, determinaram que o despejo de DDT atingiu o pico na década de 1950 quando a empresa californiana Montrose Chemical Corp operava perto de Torrance no apogeu do pesticida no pós-guerra e antes do início das regulamentações oficiais sobre o despejo no oceano. O principal autor do estudo e estudante de doutorado no laboratório de Valentine, revisou registros e encontrou evidências indicando que a Califórnia Salvage, a mesma responsável por despejar resíduos de DDT na costa de Los Angeles, despejou resíduos radioativos de baixa atividade em alto mar ao receber licença em 1959 para despejar resíduos radioativos em contêineres a 240 kms da costa, conforme Registro Federal dos EUA. Registros mostram ainda que a Califórnia Salvage anunciou serviços de eliminação de resíduos radioativos e recebeu resíduos na década de 1960 da instalação de radioisótopos em Burbank, bem como barris de trítio e carbono-14 de um centro hospitalar regional de Administração de Veteranos. Mapa publicado pela Agência Internacional de Energia Atômica mostra que, entre 1946 e 1970, mais de 56 mil barris de resíduos radioativos tinham sido despejados no Oceano Pacífico no lado dos EUA e em todo o mundo, hoje, centrais nucleares e, desativadas como Fukushima, continuam despejar resíduos radioativos de baixa intensidade no oceano. Relatório de 1999 da Agência Internacional de Energia Atômica intitulado “Inventário de Resíduos Radioativos no Mar” mostra que pelo menos 56.26 contêineres de resíduos radioativos foram despejados no Oceano Pacífico entre 1946 e 1970, segundo a Agência Internacional de Energia Atômica, valendo dizer que o Congresso dos EUA destinou mais de US$ 11 milhões em financiamento que levou a descobertas científicas iniciais e outros US$ 5,2 milhões que lançaram mais 18 meses de investigação. Reguladores de água da Califórnia votaram em 17 de abril de 2024 limite de cromo hexavalente na água potável, produto químico que pode causar câncer quando ingerido e que ficou famoso do filme “Erin Brockovich”, sendo esta a primeira regra nos EUA limitando a presença na água especificamente desse metal tóxico conhecido como cromo-6, devendo reduzir o número de casos de câncer e toxicidade renal por ingestão a longo prazo.
Moral da Nota: estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences indica que um litro médio de água engarrafada contém um quarto de milhão de pedaços invisíveis de nano plásticos, detectados e categorizados pela primeira vez por um microscópio usando lasers duplos, enquanto pesquisadores das universidades Columbia e Rutgers descobriram que os níveis de partículas variavam de 110 mil a 400 mil por litro, com média de 240 mil. Estudos anteriores analisaram micro plásticos ligeiramente maiores que variam dos 5 milímetros visíveis, menos de um quarto de polegada, a um mícron, sendo 10 a 100 vezes mais nano plásticos que micro plásticos descobertos na água engarrafada. A Associação Internacional de Água Engarrafada afirmou em comunicado que “atualmente existe falta de métodos padronizados de medição e nenhum consenso científico sobre potenciais impactos na saúde das partículas nano e micro plásticas, portanto, reportagens da mídia sobre essas partículas na água potável nada mais fazem que assustar consumidores.” A bióloga evolucionista da Universidade de Toronto, esclarece que “pequenas partículas podem aparecer em diferentes órgãos e atravessar membranas que não deveriam atravessar, como a barreira hematoencefálica”, disse que a nova ferramenta utilizada pelos pesquisadores torna este um desenvolvimento interessante no estudo dos plásticos no ambiente e no corpo, sendo que a tecnologia de microscópio a laser duplo inventada a 15 anos identifica compostos específicos por propriedades químicas e como ressoam quando expostos aos lasers. Vale ainda dizer que Coca-Cola e Pepsi estão no topo da lista global de resíduos plásticos, documentado por estudo que catalogou empresas por trás de resíduos plásticos ao longo de 5 anos, com Voluntários da Green Africa Youth Organization e da End Plastic Pollution Uganda que examinaram resíduos de plástico de marca registrando dados de auditoria em Kampala, Uganda. O estudo que documenta resíduos plásticos no mundo descobriu que mais de metade da poluição por plásticos de marca pode ser atribuída a 56 empresas e mais de 20 % da poluição de marca está ligada a The Coca-Cola Company, 11 %, PepsiCo 5%, Nestlé 3% e Danone 2%. Publicada na Science Advances e liderada pela Universidade de Dalhousie em colaboração com universidades do mundo, baseia-se em auditorias à poluição plástica em 84 países em período de 5 anos, revisada por pares, utilizou dados coletados por voluntários em mais de 1.500 eventos em praias, parques, rios e demais espaços públicos, sendo que as auditorias foram organizadas pelo grupo ambientalista Break Free from Plastic e decorreram entre 2018 e 2022, observando que a produção de plástico duplicou, passando de 200 milhões de toneladas em 2000 à 400 milhões de toneladas em 2019. A Coca-Cola afirmou que o seu objetivo é tornar 100% das embalagens recicláveis a nível mundial até 2025 e utilizar 50% de material reciclado nas embalagens até 2030, afirmou ainda que pretende “recolher e reciclar uma garrafa ou lata para cada uma que vender até 2030."