A robótica tornou-se instrumento de aprendizagem e desenvolvimento de novas tecnologias, inclusive aplicada em escolas públicas e privadas da Argentina em que resolução do Conselho Federal de Educação argentino obriga estabelecimentos ministrar a disciplina junto com programação, mas nem todos os distritos a aplicam e ficam no dilema de ensinar a disciplina de forma transversal ou individual. Ampliar a experiência independente da classe social é inevitável no contexto do avanço da IA, daí, emerge no Congresso argentino proposta visando despertar curiosidade e estimular motivação nos alunos, permitindo adquirir competências e habilidades que os preparem às exigências da economia digital, reforçando processos de ensino e promovendo desenvolvimento de competências 4.0 uma vez que consideram necessárias para garantir o desenvolvimento de comunidades mais competitivas com ênfase na aprendizagem no campo de ciência e tecnologia aplicada a problemas. A iniciativa tem como base a primeira Escola de Robótica da Argentina e da América do Sul, formalmente inserida no sistema educacional provincial, que surgiu na província de Missiones como espaço educacional estatal que oferece proposta pedagógica em torno da ciência e tecnologia, orientada à programação e robótica educacional, considerando robótica como “porta da programação, portanto, de mãos dadas e, da mesma forma, existe modelo pedagógico que articula a tecnologia através de uma rede”, segundo, o representante nacional de Missiones. A escola representa experiência piloto na implementação de esquema de formação inovador, disruptivo, com equipamentos únicos na América Latina e, de acordo com resultados obtidos na Escola de Robótica de Missiones, a experiência multiplicará o impacto do desenvolvimento através da criação da Rede Nacional de Escolas de Robótica com sedes em diferentes partes do país, para aproximar a tecnologia de crianças e jovens disponibilizando conhecimento e propostas formativas inovadoras a serviço do desenvolvimento da sociedade, não sendo necessários milhares de estabelecimentos, bastando uma instituição que servisse de modelo em cada província e, através da qual trabalhassem conteúdos, se acompanhassem as demais escolas e articulasse funcionamento com o Ministério da Educação e alianças público-privadas. A proposta surge pós detecção das transformações políticas, econômicas, sociais e culturais que atravessam as sociedades do século XXI, exigindo aptidões e competências alinhadas com exigências e, através das Escolas de Robótica, aposta-se em métodos de ensino disruptivos, inovadores e propícios tanto ao desenvolvimento de competências científicas e tecnológicas como competências interpessoais necessárias ao trabalho em equipe e colaboração entre pares.
Misiones é apoiada por Educação STEAM, Ciência, Tecnologia, Engenharia, Arte e Matemática, propõe modelo pedagógico que busca integração de conhecimentos nessas áreas transformando a sala de aula em espaço de colaboração onde são realizados projetos ligados à resolução de problemas, ao lado da cultura do fazer cujo modelo baseia-se na manufatura como verificação do conhecimento construído à solução de problema ou criação de produto, com alunos coautores e cocriadores de sistemas que favorecem a verificação das hipóteses de trabalho. Há ainda a metodologia SCRUM que consiste em conjunto de práticas aplicadas regularmente à trabalhar colaborativamente em equipe e obter o melhor resultado possível, tratando-se de metodologia ágil para desenvolvimento de software na qual os alunos planejam implementar e avaliar projetos com impacto sócio comunitário que encontrem aplicação efetiva no mundo real e, segundo o projeto, “alunos terão oportunidade de abordar a disciplina desde cedo, através de espaços curriculares que geram ambientes de aprendizagem propícios ao desenvolvimento de capacidades complexas”. Pesquisas apontam que o estudo da robótica permitiria configurar cenários de aprendizagem nos quais seriam estimulados criatividade, raciocínio lógico e curiosidade sendo que cada vez mais jovens se interessam pelo seu estudo em iniciativa buscando despertar vocações científicas tecnológicas, fundamentais à indústria 4.0, além disso, contribui para familiarizar crianças e jovens com o mundo da engenharia despertando vocações científico-tecnológica que fortaleça competitividade das diferentes comunidades. No campo educacional, tecnologias passam de um fim para serem consideradas ferramentas que potencializam e facilitam processos de ensino e aprendizagem, uma vez que deparamos com novos modos de ensinar e aprender onde a construção colaborativa do conhecimento é uma delas e, ao lado desta proposta, alunos aprendam gerar seu próprio conhecimento de forma autônoma através da procura de informação, do apoio mútuo e motivação com a filosofia que o conhecimento não se adquire para si, mas para enriquecer um todo do qual cada aluno é um, daí, programação, metodologia, tipo de tarefas e avaliação destas áreas terão como objetivo facilitar aquisição de competências ou habilidades do século XXI, estando relacionados ao desenvolvimento da comunicação oral e escrita, criatividade, pensamento crítico, curiosidade intelectual, procura e gestão de informação, identificação e resolução de problemas, aprendizagem autônoma, responsabilidade social, competências colaborativas e interpessoais, iniciativa pessoal e empreendedorismo, entre outros.
Moral da Nota: o PEW Research Center constata que 70% dos adultos americanos estão preocupados com o fato de robôs realizarem uma maior variedade de trabalhos e 67% estão preocupados com o uso de algoritmos para avaliar e contratar candidatos enquanto 56% não viajariam em um veículo sem motorista e, em 2016, a Universidade de Oxford afirmou que 47% dos empregos atuais poderiam ser substituídos por robôs e, em 2017, a McKinsey previu que a automação alcançaria 800 milhões de empregos no mundo até 2030 com evidências crescentes no mundo real cujos impactos da 4ª revolução industrial, 4IR, na produtividade deverão ser profundos. A Huawei, em colaboração com parceiros da indústria, descobriu que a aplicação combinada de 5G, computação em nuvem, IoT e aprendizagem automática gera ganhos de eficiência na fabricação Inteligente em que verificações de qualidade da fuselagem aeroespacial através de IA e robótica eliminam necessidade de trabalhadores qualificados, resultando em economia de custos em 50%, portas inteligentes em que operadores de guindastes trazidos à ambientes de escritório podem monitorar de 3 a 4 guindastes simultaneamente e, em última análise, é possível obter economia de custos de 20% por operação do guindaste, além de mineração Inteligente em que necessidade de trabalhadores irem no fundo das minas foi reduzida em 50% através da automação e a geração Inteligente de energia cujas câmeras e patrulhas robóticas melhoram a produtividade da manutenção e inspeção em 2,7 vezes, novamente eliminando necessidade de trabalhadores. O número de robôs instalados por 10 mil trabalhadores na indústria transformadora em relação às taxas de desemprego nos países da OCDE até 2019 não mostra relação estatística e, em qualquer caso, países com maior utilização de robôs apresentam taxas de desemprego mais baixas, Coreia do Sul, Singapura, Alemanha e Japão sendo mais provável que os robôs sejam utilizados para preencher lacunas na força de trabalho que os mais velhos criam nesses países enquanto tendências demográficas dos idosos tornam-se mais pronunciadas, sendo o número médio de horas semanais trabalhadas no longo prazo apresentou tendência descendente, no Reino Unido, a média de horas semanais trabalhadas em 1850 era de 66 e em 1955, caiu para 38,5 na Holanda é 29,1, no México é 45,2 enquanto a taxa de desemprego dos Países Baixos era mais baixa e os rendimentos médios mais elevados, disparidades causadas por níveis diferentes de desenvolvimento econômico, regulamentações, políticas sociais, distribuição nacional do rendimento e flexibilidade dos empregadores. Pesquisa da Accenture mostra que 60% das empresas líderes aumentaram investimentos em robótica e automação robótica sendo que o mesmo estudo mostrou percentuais semelhantes à investimento em segurança na nuvem, IoT e IA levando concluir que a partir de agora as empresas que aspiram expandir necessitarão de tecnologia nos processos e, com tendência de automação industrial em alta, as tarefas podem ser realizadas em menos tempo com mais segurança e economia além de gerar menos perdas por defeitos de fabricação. Estudo “Future of Jobs 2020” mostra que 34% das empresas planejam expandir a folha de pagamento devido integração de tecnologia, estimando que 97 milhões de novas funções mais adaptadas à nova divisão do trabalho entre humanos, máquinas e algoritmos poderão surgir no médio prazo com grande margem de desenvolvimento às PME, pequenas e média empresas, no domínio da robótica, reperfilando cargos, eliminando em muitos casos aspectos mais penosos e repetitivos de um processo, possibilitando colaboradores responsáveis passem à novas atividades com maior envolvimento subjetivo e mais gratificantes sendo que a capacidade da robotização para expandir a escala de produção abre círculo virtuoso de reforço do emprego para enfrentar expansão, promovendo empregos indiretos devido efeito expansivo na economia como um todo. Uma PME pode robotizar aspectos medulares da produção por menos de US$ 5 mil, quer dizer, não há um problema de custos, mas sim de difusão destas soluções no ecossistema industrial e também de estratégia, de visão por parte das empresas sendo que estudos mais recentes demonstram que a recuperação do investimento para colocar uma célula robotizada numa PME demora menos de 2 anos, claramente abaixo dos prazos exigidos por outros investimentos em infra-estrutura, sendo que a realidade mostra que não só a automação é “amiga das PME”, mas as empresas deste setor devem incorporá-la para aumentar sua capacidade de geração de emprego, atributo que leva serem responsáveis por 70% dos empregos na América Latina, na Argentina chega a 80%.