terça-feira, 19 de março de 2024

Top IA

Ferramentas IA são provavelmente algumas das tecnologias com impacto nas próximas décadas na procura por construir cidades mais eficientes e sustentáveis, identificando riscos de desastres e busca por reduzir emissões de veículos, destacado pelo vice-presidente sênior de produtos de conhecimento e informação do Google na reunião da Conferência de Prefeitos dos EUA. Esclareceu sobre como a empresa trabalha com cidades em estratégias inteligentes e o que os prefeitos podem fazer para combater desinformação, especialmente em ano eleitoral nos EUA dizendo que “colocaria IA no nível da internet e máquina a vapor, com capacidade de transformar vidas”, além de mostrar que o Google Maps é exemplo de combinação de modelagem do mundo real e IA, cujos dados permitiram que o Google trabalhe com cidades para fornecer alertas de inundações e incêndios florestais bem como fornecer modelos de propagação de incêndios ao Serviço Florestal dos EUA e que começou oferecer rotas “ecológicas” aos usuários sugerindo modo mais curto e econômico de combustível, de um ponto a outro, medida que disse ter economizado 2,5 milhões de toneladas de CO2 equivalente a levar meio milhão de carros fora das estradas. A IA ajudou o Google desenvolver o Projeto Green Light, plano de otimização de tráfego para ajudar cidades reduzir emissões dos automóveis, otimizando tempo dos semáforos e fornecendo às cidades participantes recomendações de mudanças que os engenheiros de trânsito podem implementar se assim desejarem, atualmente trabalha com 12 cidades, sendo Seattle a única participante inicial na América do Norte e planeja continuar adicionando mais áreas metropolitanas além de mapear copas de árvores urbanas e o serviço de veículos autônomos, Waymo, que opera em Phoenix, São Francisco, Los Angeles e Austin, Texas. O prefeito de Columbus, Ohio, questionou o executivo de como líderes da cidade podem avaliar riscos IA em relação ao seu potencial, obtendo como resposta que escuta as preocupações mas IA é campo que se desenvolve com ajuda de especialistas em ética e tecnólogos e que as ferramentas lançadas pelo Google são rigorosamente avaliadas e as equipes decidem rigorosamente a necessidade de cada projeto, por exemplo, ainda não implementaram  reconhecimento facial generalizado e “o que é crítico aqui não é apenas o potencial e todas as coisas boas que podemos fazer, mas o que optamos por não fazer”. Sobre a desinformação disse que Google desenvolveu sua versão ao que estudiosos chamam de “relativismo da verdade” decorrente o consenso dos algoritmos sobre resposta baseada em coleção de fontes confiáveis e, quando a desinformação é introduzida, o Google redobra os princípios de elevar fontes autorizadas como fontes governamentais e de saúde, à posições mais altas nas classificações além de elevar as fontes quando detecta crise em desenvolvimento onde desinformação pode  ocorrer e que o Google possui política de conteúdo rígida para manter materiais prejudiciais como abuso infantil ou informações financeiras pessoais e, para eleições, fornece mais informações sobre origem das imagens testando marcas d'água quanto a adulteração trabalhando em produtos publicitários que avaliam se os anúncios eleitorais seguem leis locais.

No aspecto disrupção financeira, os EAU, Emirados Árabes Unidos, fizeram a primeira transação transfronteiriça usando o Dirham Digital, moeda digital de banco central, CBDC, em que o presidente do Conselho do Banco Central dos EAU enviou AED50 milhões, US$13,6 milhões, à China através da “mBridge”, plataforma multi-CBDCs à pagamentos internacionais no atacado que conecta moedas digitais de bancos centrais através de infraestrutura única, com isso, melhora eficiência dos pagamentos transfronteiriços que hoje são processos caros e lentos. A mBridge envolve o BIS Innovation Hub, 4 bancos centrais fundadores, a Autoridade Monetária de Hong Kong, o Banco Central dos Emirados Árabes Unidos, o Instituto de Moeda Digital do Banco Popular da China e o Banco da Tailândia, única parceria colaborativa internacional que inclui a China, além disso, há 25 membros observadores, como o Banco Central Europeu, o Federal Reserve de Nova York, os BC do Chile, África do Sul, Austrália e o Banco Mundial. O lançamento mBridge foi em 2021, mas não chegou na fase de Produto Mínimo Viável, PMV, que poderá ser o próximo passo e, em 2022, houve piloto com operações reais corporativas incluindo bancos comerciais e clientes em 4 países, sendo que o projeto usa uma nova blockchain, a mBridge Ledger, sendo que a transação aconteceu na celebração do Jubileu de Ouro da criação do Banco Central.

Moral da Nota: o projeto Hyperledger Web3j, desenvolvido pela Web3 Labs, startup que criou biblioteca, conjunto de códigos, de integração Java e Android à Ethereum, assim, a biblioteca criada em 2016 na Austrália para desenvolvedores de soluções corporativas trabalharem com blockchains compatíveis com a rede Ethereum, entra no ecossistema de fundação sendo que o Hyperledger Web3j tem sinergia com a Hyperledger Besu, que o Banco Central do Brasil usa no piloto do Drex. Conforme a Fundação Hyperledger, “nas últimas 2 décadas, empresas investiram na plataforma Java Virtual Machine, JVM, para desenvolverem plataformas próprias, embora o desenho de redes públicas blockchain não considera empresas como usuários”, assim, a Web3j buscou fazer essa integração, sendo que a Fundação Hyperledger afirmou que entre os benefícios do Web3j estão o fato de ser biblioteca Java modular que pode ser integrada em sistemas corporativos existentes, ou seja, facilita adoção blockchain e, na prática, desenvolvedores podem continuar no ambiente JVM quando usarem a biblioteca e, além de suporte à instalação, integração e operação de contratos inteligentes e carteiras cujos códigos permitem criação de contratos inteligentes Java Wrappers.  Segundo a Web3 Labs, a biblioteca surgiu da tentativa de buscar desenvolvimento blockchain com foco em finanças e, a partir daí, surgiu a plataforma de análises comerciais Chainlens, solução que buscou trabalhar desafio de visualização de informações em blockchains privadas e, dentre os clientes da Web Labs estão Microsoft, J.P Morgan, R3 e ConsenSys.