segunda-feira, 2 de outubro de 2023

Tokens de depósito

O JPMorgan leva, segundo a Bloomberg, o espaço criptográfico passo adiante, com solução blockchain à transações internacionais, no entanto, o sistema não estará disponível até que receba luz verde dos reguladores dos EUA. Desenvolveu maior parte da infraestrutura para executar o novo token de depósito, lançado à clientes corporativos para acelerar pagamentos e liquidações, sendo que são emitidos em blockchain por instituição depositária para representar posição de depósito, em contraste a stablecoins,  emitidas por entidade privada e não bancária. Se diferencia do JPM Coin que permite clientes corporativos transferirem dólares e euros através da instituição financeira, sendo que novo token permitirá transações com outros bancos, adequado, à diferentes liquidações em blockchain incluindo operações de títulos tokenizados. O token de depósito possui semelhanças em conformidade com o JPM Coin, pois suas transações passam por processos de conhecimento do cliente e prevenção de fraudes e, em 2022, o novo token foi testado em transação única como parte do Projeto Guardian, esforço colaborativo inter setorial liderado pela MAS, Autoridade Monetária de Singapura.

O JPMorgan observou que tokens de depósito oferecem mais estabilidade e confiabilidade comparados a soluções semelhantes como stablecoins e CBDCs, sendo que a iniciativa de token de depósito adiciona concorrência à emissores de stablecoin com a PayPal se associando à corrida por liquidações mais rápidas alimentadas por tokens criptográficos, a fintech PYUSD lançando sua stablecoin e a Circle expandindo alcance de sua stablecoin USD Coin, USDC, à 6 novos blockchains em esforço para impulsionar adoção. Em relatório o JPMorgan e a consultoria Oliver Wyman discutem tecnologia Blockchain no setor bancário comercial em que  stablecoins e CBDCs dominam o espaço apontando vantagens que  oferecem em termos de estabilidade e confiabilidade já que tokens de depósito são emitidos em blockchain por entidade depositária representando direito de depósito em contraste com stablecoins, emitidas por entidade privada não bancária e CBDCs, diferença no emissor, que constitui vantagem importante.  O relatório avalia que  a regulamentação contribui à confiança reduzindo risco de retirada em massa de tokens de depósito, além de garantir confiabilidade, nesse sentido, stablecoins não se comparam bem devido à falta de regulamentação às reservas e à falta de clareza sobre direitos de resgate, além disso, existe risco de contágio no caso de retirada em massa de uma stablecoin, enquanto os tokens de depósito como “extensões dos depósitos tradicionais” deveriam resistir a essa pressão. O relatório argumenta ainda que a forma eletrônica de tokens de depósito oferece vantagens em relação ao dinheiro, como programabilidade e liquidação simultânea, podendo “acelerar transações e automatizar operações de pagamento sofisticadas”, embora a tecnologia de tokens de depósito seja relativamente subdesenvolvida, pode informar a tecnologia emergente de CBDC, conforme o relatório, e servir como “ponte natural à integração de CBDCs no sistema bancário” considerando que o JPMorgan  introduziu sua plataforma blockchain Onyx e a moeda interna JPM Coin em 2020 testando usos da tecnologia como liquidação de garantias, operações de recompra e transações transfronteiriças.

Moral da Nota: chamaram atenção ajustes recentes do JPMorgan na estimativa dos custos de produção do Bitcoin, anteriormente em US$ 21 mil, revisado e agora fixado em US$ 18 mil, movimento intimamente ligado à decisão do CBECI, Cambridge Bitcoin Electricity Consumption Index de atualizar a metodologia, destacando interconectividade das análises financeiras e métricas do setor, com o CBECI conhecido pelo papel crítico no rastreamento e estimativa do consumo de eletricidade da rede Bitcoin. Analistas do JPMorgan observaram que a nova metodologia muda o cenário das estimativas de custos de produção do Bitcoin e, esta mudança, implica que futuras alterações nos preços da electricidade terão efeito comparativamente menor nos custos de mineração com os ajustamentos do CBECI tendo impacto mais amplo que alterar as estimativas, descobrindo que mudanças nos custos de eletricidade reduzem significativamente o custo de produção de 1 Bitcoin. Com a nova metodologia CBECI, a sensibilidade diminui ligeiramente para aproximadamente US$ 3.800, comparada com a variação anterior de US$ 4.300/cêntimo/kWh esperando-se que essa sensibilidade dobre após o halving de 2024 que diminuirá à metade recompensas dos mineradores, mudança que amplia importância da gestão de custos devido maior impacto de custos da eletricidade nas despesas globais de mineração cripto. Por fim, relatório da Moody's Investors Service diz que tecnologias IA e blockchain atingiram “ponto de inflexão” e estão preparadas para encolher setores estabelecidos e criar novos e, conforme os autores, o impacto combinado, IA ​​e tecnologias de contabilidade distribuída, DLT, como  blockchain, tem efeitos “além dos balanços das empresas” e “remodela setores inteiros, derrubando indústrias estabelecidas” enquanto novos mercados são criados a partir do zero.”  Destaca que IA impulsionará crescimento econômico, aumentando produtividade através da automatização de tarefas, compensando efeitos do envelhecimento e declínio da população em muitos países e, quanto à DLT, os benefícios incluem promoção da inclusão financeira e modernização dos sistemas de pagamento, no entanto, é provável que estes benefícios se concretizem antes da próxima década.