sábado, 7 de outubro de 2023

Intercorrência

Aumentam doenças e mortes relacionadas ao calor nos EUA à medida que aumentam temperaturas, consumo de drogas e sem-abrigo, constituindo grande problema conforme autoridades de saúde pública e dados do CDC, Centro de Controle de Doenças e Prevenção. O calor foi causa subjacente ou contribuinte de 1.670 mortes por milhão de habitantes no país, dados provisórios do CDC, maior taxa de mortes relacionadas ao calor em 2 décadas em que doenças relativas ao calor variam de exaustão pelo calor com sudorese e batimentos cardíacos acelerados, insolação causando confusão, inconsciência, febre alta e, em muitos casos, morte, no entanto, doenças relacionadas à altas temperaturas coexistem com problemas de saúde, agravando-os. Os últimos 8 anos foram os mais quentes já registrados, dados da NASA que datam do final do século XIX, sendo que outros fatores além das alterações climáticas desempenham papel, como uso de drogas, metanfetamina, fator importante nas doenças relacionadas ao calor que pode elevar a temperatura corporal a níveis perigosos e, a combinação abuso de metanfetamina, calor e falta de moradia geralmente é fatal.

Na Califórnia, 140 certidões de óbito listaram doenças relacionadas ao calor e overdoses de drogas como causas de morte entre 2018 e 2022, dados do CDC, representando 25% das mortes por doenças relacionadas ao calor como fator subjacente ou contribuinte. Vale dizer que, o Arizona e Nevada, registaram taxas de mortalidade mais elevadas em 2022 nas quais o calor foi listado como causa subjacente ou contribuinte com maiores taxas de mortalidade por milhão de residentes, 36,6 e 71,9, respectivamente. Pessoas sem-abrigo aumentaram nos últimos anos, incluindo estados quentes do oeste americano, como Califórnia, e os sem-abrigo especialmente vulneráveis ​​nas ondas de calor, com os sem-teto responderam por 13% das hospitalizações na Califórnia com diagnóstico primário de doenças relacionadas ao calor de 2017 a 2021, dados estaduais,  com 172 mil moradores desabrigados da Califórnia representando menos de 0,5% da população do estado, dados federais. Os mais velhos são vulneráveis ​​a doenças relacionadas ao calor, pois não se adaptam à mudanças de temperatura tão bem quanto os jovens, e por vezes sofrem doenças crônicas agravadas pelo calor com o número de idosos nos EUA aumentando com o envelhecimento da geração baby boom. Ondas de calor, segundo o diretor do Instituto de Saúde Pública do Tracking California, começam mais cedo e duram mais, como a onda de calor em Phoenix, Arizona, que registrou recorde de 31 dias consecutivos com temperaturas de 110 º F responsável por doenças relacionadas ao calor que levaram a 2.810 visitas ao pronto-socorro no Arizona em 2023, 25% à mais em relação ao mesmo período de 2022, dados estaduais. As doenças relacionadas ao calor são sub diagnosticadas e, segundo pesquisa do Los Angeles Times, o número real de mortes e hospitalizações na onda de calor é superior à contagem oficial, com o condado de Riverside, Palm Springs, mostrando que doenças causadas pelo calor estão na taxa de hospitalização superior a 75%, comparada com o restante do estado.

Moral da Nota:  hospitalizações na Califórnia com diagnóstico de doença relativa ao calor, dispararam de 2017 a 2021, aumentando desde a onda de calor de 2006, dados, do Departamento de Acesso e Informações de Atenção Médica. Por lá como solução imediata, defensores e especialistas pedem centros de resfriamento, normas de segurança em locais de trabalho e auxilio a populações vulneráveis resguardando o aumento de calor, sendo que taxas mais altas de atendimentos no pronto-socorro com diagnóstico primário de doenças relacionadas ao calor estão no Vale Central, deserto do sul e extremo norte da Califórnia.  Importante avaliar que o mundo permaneceu firme sob o controle do aquecimento global em 2022,  temperaturas extremas de verão na Europa e China contribuíram para que 2022 fosse o 5º ano mais quente já registrado, segundo pesquisadores climáticos europeus, os 8 anos mais quentes já registados ocorreram desde 2014, com cientistas do Copernicus da UE indicando 2016 com o ano mais quente já visto, ao passo que NASA e NOAA mostram que as descobertas foram semelhantes com a NASA classificando 2022 empatado com 2015 como o 5º mais quente e NOAA teve o ano 2022 como o 6º mais quente. No geral, o mundo está 1,2 ºC  ou 2,1 º F mais quente que na 2ª metade do século XIX, quando as emissões de CO2 provenientes da queima de combustíveis fósseis, se generalizaram. Para concluir, Pesquisa publicada no AM J.Physiol Regul Integr Comp Physiol, 2014, Apr 15, Published online 2014 Feb 5, denominada Meth math: modeling temperature responses to methamphetamine, yaroslav l. Molkov, Maria V. Zaretskaia, Dimitry V. Zaretsky, avalia que a metanfetamina pode provocar hipertermia extrema, correlacionada com neuro toxicidade e morte em animais de laboratório e humanos.  O foco do estudo foi descobrir mecanismos de dependência da dose em respostas de temperatura à metanfetamina através da modelagem matemática do circuito neuronal, já que em estudos anteriores, compuseram rede neural artificial compreendendo nós conectados.  A modelagem sugere que resposta da temperatura a metanfetamina à dose mais baixa, causou hipertermia imediata e curta, envolvendo excitação neuronal em nível supra medular e, o atraso na resposta após doses intermediárias de metanfetamina, resulta da inibição neuronal à nível medular e, o aumento rápido da temperatura corporal induzida pela dose mais alta de metanfetamina envolve ativação do impulso excitatório em altas doses, comprometido pelo mecanismo inibitório provocando aumento de temperatura com risco de vida tornando causa plausível de hipertermia fatal em usuários de metanfetamina.