segunda-feira, 30 de outubro de 2023

Emissões de gases

O Governador da Califórnia assinou lei exigindo que grandes empresas que operam no estado divulguem emissões de gases efeito estufa, em universo de mais de 5.300 empresas que faturam anualmente bilhões de dólares, com o detalhe de serem emissões diretas e indiretas, incluindo as provenientes da operação de estrutura ou loja bem como as provenientes de atividades como viagens de negócios de funcionários e transporte de produtos. A lei dá transparência pública sobre o modo como grandes empresas contribuem às alterações climáticas podendo levá-las avaliar como reduzir emissões, segundo os defensores do projeto,  argumentando que as empresas já revelam parte das emissões ao Estado, no entanto, a Câmara de Comércio, grupos do agronegócio e  petrolíferas se opõem à lei acreditando que cria novas obrigações às empresas que não têm experiência ou conhecimento à reportar com precisão suas emissões indiretas. Acrescentam que é cedo para implementar requisitos em momento que o governo federal pondera regras de divulgação de emissões à empresas públicas, sendo que a medida poderia criar “duplicação” de trabalho se regras federais fossem adotadas, de acordo com a Câmara de Comércio estadual e grupos em comunicado contra o projeto. A Califórnia progride no estabelecimento de tendência em termos de política climática em que o estado pretende proibir a venda de carros novos com motores a gasolina até 2035, expandir energias renováveis ​​e limitar poluição ferroviária e, até 2030, planeja reduzir emissões de gases efeito de estufa 40% abaixo do que eram em 1990, sendo que empresas como Apple e a Patagônia apoiaram a lei dizendo que já divulgam grande parte das emissões, com Christiana Figueres, ex autoridade na ONU responsável pelo acordo de Paris de 2015, em carta avalia que o projeto de lei será “catalisador na mobilização do setor privado para resolver alterações climáticas”.

Mesmo ignorado nos debates eleitorais, as emissões anuais de CO2 provenientes da queima de combustíveis fósseis da Nova Zelândia são as mais baixas desde 1999 e a quota de eletricidade renovável em 12 meses ultrapassou os 90% pela primeira vez desde 1981, com o Ministério do Ambiente informando que o país caminha em direção ao cumprimento do 1º orçamento de carbono referente ao período 2022-2025. Tudo é atribuído a vários fatores, incluindo escassez de gás fóssil, lagos hidrelétricos cheios, preços elevados da gasolina e trabalho em casa, no entanto, políticas climáticas como o Esquema de Comércio de Emissões, NZ ETS, o desconto para automóveis limpos e o Fundo de Resposta a Emergências Climáticas, CERF, deram contribuição significativa à recuperação. As atuais políticas de descarbonização proporcionam e continuarão proporcionar reduções reais de emissões, desde que permaneçam em vigor, sendo desconcertante que o Partido Nacional planeje retirar US$ 2,3 bilhões do CERF ou quase dois terços do saldo do fundo em meados de 2022 para pagar cortes de impostos, sob argumento que as famílias individuais utilizarão reduções fiscais para tomar suas próprias decisões de descarbonização o que não é apoiado por evidências carecendo de credibilidade. O Partido Trabalhista recorreu a este fundo, arrecadando US$ 236 milhões para pagar descontos à instalações domésticas de painéis solares e baterias, além de esquemas comunitários de energia podendo produzir reduções de emissões ainda não quantificadas, no entanto, alocações do fundo de Investimento Governamental na Indústria de Descarbonização, GIDI, para a NZ Steel e a Fonterra mostram queda direta e mensurável de emissões com a instalação de um forno elétrico na NZ Steel para utilizar sucata economizará 1% ou 800 mil toneladas de emissões equivalentes de CO₂, ou tCO₂ das emissões brutas da Nova Zelândia em 2021 e o apoio à Fonterra à converter caldeiras a carvão em 6 fábricas em energias renováveis irá poupar 1,4% ou 1,1 MtCO₂. O Fundo de Descarbonização do Setor Estatal, avaliado em US$ 215 milhões e utilizado para reduzir emissões em organizações governamentais, incluindo hospitais e universidades, proporciona poupanças de emissões de quase um milhão de toneladas ao longo de dez anos ou 0,1% /ano e desde a introdução do desconto para carros limpos em julho de 2021, as vendas de veículos elétricos quintuplicaram e detêm 12% de participação de mercado sendo que a quota de mercado dos veículos com baixas emissões aumentou de 20% para 60% ultrapassando as metas de emissões da norma relativa aos automóveis limpos em vigor este ano. Embora estas taxas de aumento possam parecer adequadas o número real de VEs permanece baixo, no entanto, os cortes nas emissões já chegam a centenas de milhares de toneladas por ano, parte significativa se deve ao desconto nos carros limpos, no entanto, especialistas avaliam que o país ainda não está no bom caminho para cumprir seu compromisso internacional conhecido como Contribuição Nacionalmente Determinada, ou NDC, que cobre as emissões de 2021 a 2030 ou o 2º e 3º orçamentos de carbono, sendo que questões políticas estão por resolver ou em análise  como cumprir a NDC, se e como dar prioridade às reduções brutas de emissões em detrimento da plantação de árvores e como reduzir as emissões agrícolas. O custo real para atingir metas de redução de emissões e enfrentar riscos das alterações climáticas excederá  a dimensão global do Fundo de Resposta a Emergências Climáticas  até junho de 2023, o petróleo respondeu por quase três quartos das emissões de combustíveis fósseis sendo que dois terços vieram dos transportes que deverão cair 41% até 2035. A quota renovável da Nova Zelândia para toda a energia tem estado abaixo dos 30% em décadas com previsão  que atinja 50% até 2035 e aumente até que a utilização de combustíveis fósseis seja quase totalmente eliminada sendo que a Nova Zelândia possui recursos inexplorados de energia renovável, eólica, solar e geotérmica e oferta maior de energia eólica offshore que começa ser explorada sendo que a  conferência sobre energia eólica discutiu projetos possíveis e massivos com os delegados dizendo que precisavam ter certeza que a procura de eletricidade existiria antes de tomarem decisões finais de investimento.

Moral da Nota: estudo liderado por Hiroshi Okochi, professor da Universidade de Waseda, publicado na revista Environmental Chemistry Letters com contribuições dos co autores Yize Wang da Universidade de Waseda e Yasuhiro Niida da PerkinElmer Japan Co explorou o caminho dos microplásticos transportados pelo ar, AMPs, à medida que circulam na biosfera, impactam negativamente a saúde humana e o clima, ao analisarem de água das nuvens de montanhas de grande altitude no Japão e determinar a quantidade de microplásticos nelas contidas, esclarecem como as partículas transportadas pelo ar influenciam a formação de nuvens e seu impacto negativo no clima, além de acumular na terra acabam no oceano como microplásticos podendo estar presentes na atmosfera contida nas nuvens.  Partículas de plástico com tamanho inferior a 5 mm são chamadas de "microplásticos" encontrados em efluentes industriais ou formando-se a partir da degradação de resíduos plásticos mais volumosos, com a pesquisa mostrando que grandes quantidades de microplásticos são ingeridas ou inaladas por humanos e animais e foram detectadas em pulmão, coração, sangue, placenta e fezes. Dez milhões de toneladas desses fragmentos de plástico acabam no oceano e são liberados com a espuma oceânica chegando à atmosfera podendo ter-se tornado componente essencial das nuvens, contaminando o que comemos e bebemos através da “chuva de plástico”. A maioria dos estudos sobre microplásticos centra em ecossistemas aquáticos, poucos analisam seu impacto na formação de nuvens e alterações climáticas como "partículas transportadas pelo ar" esclarecendo que  “a poluição atmosférica por plásticos” não é abordada de forma proativa e as alterações climáticas e riscos ecológicos podem tornar-se realidade, causando danos ambientais irreversíveis e graves no futuro”. A equipe coletou água das nuvens no cume do Monte Fuji, sopé sudeste do Monte Oyama, regiões em altitudes que variam entre 1.300 e 3.776 metros, usando técnicas avançadas de imagem como imagem de reflexão total atenuada e espectroscopia infravermelha transformada em micro-Fourier, imagem µFTIR ATR, determinando a presença de microplásticos na água das nuvens  examinando suas propriedades físicas e químicas, identificando 9 tipos de polímeros e um tipo de borracha nos AMPs detectados. As descobertas confirmam que os AMPs desempenham papel fundamental na rápida formação de nuvens, o que pode afetar o clima geral e sua acumulação na atmosfera, especialmente em regiões polares, levando a alterações significativas no equilíbrio ecológico do planeta conduzindo a graves perdas de biodiversidade e, conclui esclarecendo que, "os AMPs são degradados mais rapido na alta atmosfera que no solo devido à forte radiação ultravioleta e, esta degradação, libera gases efeito estufa contribuindo ao aquecimento global e, como resultado, as descobertas deste estudo podem ser usadas para explicar os efeitos dos AMPs nas futuras projeções de aquecimento global."