sexta-feira, 13 de outubro de 2023

Descarbonização

O IBSAP, 2015, Estratégia e Plano de Ação de Biodiversidade da Indonésia serve como espinha dorsal da vida de centenas de grupos étnicos dentro do país. O planejamento da gestão da biodiversidade como ativo ao desenvolvimento sustentável deve ser parte importante por conta de vulnerabilidades às mudanças climáticas, sendo a gestão da biodiversidade essencial para ajudar aumentar a resiliência do país. Um workshop com o Banco da Indonésia em Jacarta buscou aumentar conscientização sobre a importância das implicações da perda de biodiversidade, como está interligada à mudança climática e informar sobre desenvolvimentos adotados pelos bancos centrais e supervisores à gerenciar riscos dentro dos mandatos básicos. O Workshop "Capital Natural, Biodiversidade e Economia e Como se Relaciona com o Sistema Financeiro and Climate/Nature Scenario Analysis and Stress Testing" organizado pelo Bank Indonesia Institute, WWF Indonésia e WWF Singapore, apoiado pela WWF Greening Financial Regulation Initiative e o ASEAN Macroeconomic Research Office, AMRO, trouxe pessoas do Banco de Indonésia, o Bank Indonesia Institute, OJK, o Ministério das Finanças e organizações para discutir esses tópicos. Contou com contribuições e iinformações de AMRO, LSE Grantham Research Institute on Climate Change and the Environment, The International Network for Sustainable Financial Policy Insights, Research, and Exchange, INSPIRE, S&P Global, RMI, Robeco e OJK e WWF, com estudo de casos, exemplos de boas práticas, ilustrações práticas e análises de pesquisas, bem como dados, métricas e ferramentas de análise de risco. As conclusões destacam necessidade de base de dados ambiental centralizada, credível e código aberto que compila dados úteis para informar a tomada de decisões, banco de dados, que pode ser desenvolvido a partir de divulgações corporativas bem como integração de proprietários de dados, seguindo a análise de cenários climáticos e ferramentas de avaliação projetadas à bancos centrais, reguladores e instituições financeiras que precisam ser ampliadas para avaliar importância dos riscos climáticos e natureza na saúde financeira de instituições e do sistema financeiro como um todo, ao mesmo tempo que melhor reflete o contexto local e as prioridades do país e regiões, além da importância de ferramentas práticas de análise ambiental e metodologias que bancos centrais, supervisores financeiros e instituições financeiras possam aplicar de maneira harmonizada e, por fim, a coordenação entre partes interessadas financeiras e não financeiras necessária para integrar ações tomadas pelos bancos centrais e supervisores financeiros, ministérios e agências governamentais, bem como atores do setor privado. 

Neste contexto, a principal fonte de emissões de CO2 é a queima de combustíveis fósseis que piorou com a mudança climática, pois as emissões de gases efeito estufa aumentam temperaturas globais e causam estragos no mundo. Visualização da NASA mostra a liberação de CO2, um dos maiores contribuintes ao aquecimento global e mudanças climáticas, invisível a olho nu e com técnicas de modelagem computacional, o Escritório Global de Modelagem e Assimilação da Nasa criou visualização que desvenda influências de fontes e sumidouros de CO2 e revela de onde vem e para onde vai. As emissões de 2021 foram liberadas por combustíveis fósseis, queima de biomassa, ecossistemas terrestres e oceanos mostrando partes da Europa, Oriente Médio e África, Austrália, América do Norte e Sul engolfadas pelas emissões de carbono liberadas por várias fontes. O IPCC, Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, órgão científico criado pela ONU, avaliou as evidências e concluiu que as atividades humanas e queima de combustíveis fósseis são principal causa do aumento nas concentrações de gases efeito estufa na atmosfera O Escritório de Visualização Científica da Nasa, em comunicado, avalia que "os cientistas estão monitorando como as emissões de CO2 dos incêndios são alteradas pelas mudanças climáticas que estão trazendo temporadas de incêndios mais longas e severas à muitas áreas". O setor industrial responde por grande parte das emissões de gases efeito estufa, que dificulta descarbonização, no entanto, na China, parques industriais oferecem oportunidade de reduzir emissões e obter benefícios adicionais. Estudo encomendado para demonstrar como parques industriais chineses se alinham com as metas de emissões líquidas zero, além de economizar água doce e benefícios à saúde desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Princeton, com instituições de ensino e empresas da China, realizaram e analisaram 850 parques industriais do país e descobriram que, combinando eletricidade da rede e energia verde no local, os parques reduziriam as emissões de gases efeito estufa em 40%, progresso em direção às metas de descarbonização. A descarbonização proposta é baseada em políticas energéticas existentes na China envolvendo eliminação do carvão, aumentando uso de energia solar e eólica no local, bem como utilização de energia recuperada da incineração de resíduos, além disso, a eletricidade adicional da rede e o calor das usinas de gás natural no local são contemplados garantindo fornecimento constante de energia. O estudo verificou que a rota de mitigação proposta reduziria as emissões de gases efeito estufa em 40%, que equivale a 7% das emissões totais da China em 2014, além disso, o consumo de água doce seria reduzido em 20%, com alívio do estresse hídrico nas províncias com escassez de água enquanto 42 mil mortes prematuras seriam evitadas na redução da exposição à poluição do ar. Mostrou que os benefícios econômicos líquidos de descarbonizar parques industriais evitando mortes prematuras superam custos de implementar mudanças necessárias em equipamentos e uso de energia estimando-se que gere de US$ 30 e US$ 156 bilhões em benefícios econômicos líquidos à China até 2030, resultados, que fornecem justificativa aos investimentos e intervenções políticas necessários. A transição à energia limpa nos centros industriais da China aceleraria a transição verde do país e evitaria dependência da infraestrutura de combustíveis fósseis, sendo que a pesquisa destaca benefícios ambientais, de saúde e econômicos ,associados à descarbonização de parques industriais. 

Moral da Nota: o sultão Ahmed al-Jaber que dirige a petrolífera estatal dos EAU, Emirados Árabes Unidos, foi criticado por ativistas climáticos pelo que consideraram postura branda em relação aos combustíveis fósseis. A redução gradual dos combustíveis fósseis é inevitável, disse o novo presidente da COP28 dos EAU, onde pediu redução das emissões de combustíveis fósseis em vez dos combustíveis que poderia permitir países continuarem usando combustíveis fósseis, ao mesmo tempo que usam tecnologias para capturar emissões de CO2 resultantes de sua queima. Em evento à margem das negociações climáticas da ONU em Bonn disse "a redução gradual dos combustíveis fósseis é inevitável. A velocidade com que isso acontece depende da rapidez com que podemos eliminar alternativas de carbono zero, garantindo a segurança energética, acessibilidade e acessibilidade". Em novembro, a ADNOC de Abu Dhabi, liderada por al-Jaber, endossou planos para antecipar a expansão da capacidade de produção de petróleo de 5 milhões de barris por dia da empresa para 2027 a partir de meta anterior de 2030, atendendo à crescente demanda global de energia. Mais de 100 membros do Congresso e do Parlamento Europeu pediram que o presidente dos EUA e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pressionassem o governo dos EAU retirar al-Jaber do cargo na COP dizendo que sua dupla posição prejudicaria as negociações.