domingo, 15 de outubro de 2023

Blockchain e AL

A Chainalysis em prévia do relatório sobre adoção de criptomoedas no mundo, apontou 3 países da América Latina entre os 20 que mais utilizam moedas digitais,ou, Brasil, México e Argentina. Na Blockchain Rio, evento realizado no Rio de Janeiro, a América Latina se posiciona no mercado global cripto com a argentina Ripio mostrando desenvolvimentos como a stablecoin Criptodólar UXD e a rede LaChain.  Decorrente dificuldades envolvendo economia, rastreabilidade de produtos, exportação de matérias-primas e agropecuária, tornaram-se casos de uso fortalecidos pela blockchain no contexto à tecnologia.

LaChain é blockchain focada nos latino-americanos contando com empresas da região como membros, iniciativa da Ripio e, pelo fato que blockchains Web3 passam por um ‘sharding natural’ como a Ethereum trabalhando para escalar, embora, exista fragmentação através de outras blockchains compatíveis com EVM, há demanda com exemplos com a Binance Chain,  Polygon e soluções de 2ª camada.  A divisão importa pois cria espaços menores com performance mais alta fazendo o tráfego crescer e as taxas aumentarem, enquanto  usuários da América Latina que usem  LaChain não sejam afetados consequente ao espaço dedicado em casos de uso, sendo essa a ideia principal LaChain, ou, atender necessidades para que surjam aplicações e redes mais baratas, adequadas ao contexto latino. A importância da segurança e o mercado local são focos no desenvolvimento no Brasil, em que instituições financeiras começam oferecer compra e venda cripto com resultado satisfatório e, a Ripio em parceria com o Mercado Pago no Chile, desenvolve estrutura para oferecer criptomoedas e, no Brasil com o Mercado Livre, emerge processo de tokenização da Mercado Coin além de parceria com a Finzi na Colômbia onde usam a tecnologia para oferecer carteira de criptoativos.  O modelo deve estar acompanhado de inovação tecnológica e o foco LaChain é a base da infraestrutura para oferecer produtos através de dApps, aplicações descentralizadas, sendo que a bridge está nos estágios finais da auditoria além de explorador de blocos e estrutura para swap, buscando infraestrutura onde empresas da América Latina podem criar projetos voltados ao usuário final.  O projeto Cube, para movimentar fundos entre empresas, com stablecoins baseadas em moedas locais, como nARS, baseada na moeda argentina, nPEN, na moeda peruana, nBRL, no real, e nCOP, na moeda colombiana, criadas pela Num Finance e, desta forma, as empresas não precisam utilizar bancos criando conexão direta sem intermediário. Na LaChain além da vistoria da bridge está em desenvolvimento os airdrops de LAC, token nativo LaChain, para desenvolvedores começarem testar aplicações e posteriormente lançar swap para permitir negociação de LAC à outro ativo, acrescentando um ‘envelopador’ de LAC à redes e permitir uso em staking e exchanges descentralizadas.  Por fim há ideia em migrar o modelo de governança à DAO, mudando modelo de consenso à prova de participação dependendo da quantidade de transações e volume, para garantir segurança da empresa.

Moral da Nota: a Uisa, biorrefinaria brasileira sediada no Mato Grosso, e a Sensedia, empresa de tecnologia de soluções digitais, fecharam parceria voltada a blockchain no rastreamento das etapas da cadeia produtiva da Uisa, acessível através de QR Code e foco na transparência e redução da pegada de carbono. A ideia da adoção blockchain na capitação dos dados, desde a colheita na fazenda da Uisa, de 90 mil hectares, é alcançar transparência no agronegócio brasileiro a partir da conexão dos processos com a tecnologia disruptiva e, com isso, tornar-se  referência no país.  A Uisa informou que possui modelo de negócio calcado na transformação de matérias-primas renováveis e obtenção de biocombustíveis a partir de resíduos, biomassa que faz parte da busca pela maximização da sustentabilidade e redução da pegada de carbono com ajuda da rastreabilidade por blockcchain.  Por fim, no tema blockchain, a Câmara dos Deputados escala audiência pública para debater adoção blockchain na administração pública, na Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação com foco na transparência e prevenção de fraudes. A adoção blockchain na administração pública melhora transparência dos processos, permite visibilidade e auditoria das atividades governamentais, além da imutabilidade dos registros blockchain, característica da tecnologia disruptiva, contribuindo à prevenção de fraudes e corrupção e fortalecendo integridade dos sistemas e instituições públicas. Em junho, o estado do Mato Grosso publicou decreto instituindo a utilização blockchain em processos internos e serviços disponibilizados aos cidadãos.