Mudanças climáticas tornaram eventos climáticos severos mais intensos, em que 10 países e territórios apresentaram inundações graves em 12 dias de setembro iniciando com tufão devastando Hong Kong, arrancando árvores e inundando a cidade, o primeiro de uma série de acontecimentos climáticos extremos que atingiram países e territórios sendo o mais catastrófico as inundações na Líbia que matou mais de 11 mil pessoas, segundo a ONU, com milhares de desaparecidos. Partes do Mediterrâneo foram fustigadas pela tempestade Daniel, resultado de sistema de baixa pressão tornando-se um “medicane”, tipo raro de tempestade com características semelhantes a furacões e tufões trazendo chuvas e inundações, formando-se em 5 de setembro, afetou primeiro a Grécia libertando mais chuva que normalmente se vê num ano inteiro com ruas transformando-se em rios, submergindo aldeias e forçando resgate em barcos infláveis de famílias, matou 15 pessoas e, classificada pelo primeiro-ministro grego, como “uma das tempestades mais poderosas que atingiu a Europa” seguida aos incêndios florestais como “impressão digital das alterações climáticas”, segundo o ministro do Ambiente grego. A Turquia sentiu o impacto registrando 7 mortes com residentes em áreas arborizadas atravessando água até aos joelhos, rodeados por árvores caídas, enquanto partes de Istambul, sofreram inundações que mataram 2 pessoas. Outras partes da Europa, viu tempestade separada, Dana, que provocou chuvas torrenciais na Espanha, danificando casas e matando pelo menos três pessoas e, na Bulgária, matou 4 pessoas.
O impacto mais devastador foi na Líbia, quando a tempestade Daniel atravessou o Mediterrâneo ganhando força com águas do mar invulgarmente quentes, antes de chover torrencialmente no nordeste do país causando colapso de 2 barragens desencadeando onda de 7 metros, segundo o CICV, Comitê Internacional da Cruz Vermelha, com água indo em direção à cidade de Derna, destruindo bairros e arrastando casas ao oceano. Morreram 11 mil pessoas, 10 mil desaparecidas, segundo a ONU, e muitas arrastadas ao mar ou soterradas sob escombros, com especialistas dizendo que a escala do desastre foi ampliada pela combinação de fatores, incluindo infra-estrutura em ruínas, avisos inadequados e impactos da crise climática em aceleração, com o chefe do socorro da ONU afirmando que “é uma tragédia em que o clima e a capacidade colidiram para causar esta tragédia”. Embora a escala da devastação e perda de vidas humanas tenha sido menor na Ásia, dois tufões, Saola e Haikui, passaram pela região com poucos dias de diferença na primeira semana de setembro causando danos em Taiwan, Hong Kong e sul da China, incluindo Shenzhen. O Saola encerrou escolas e empresas de Hong Kong por 2 dias mas os verdadeiros danos ocorreram uma semana depois quando a cidade foi atingida por tempestade repentina, com inundações que submergiram estações de metrô, maior precipitação desde que registros começaram em 1884, segundo as autoridades de Hong Kong. Tufões duplos foram “caso excepcional” criando condições à tempestade invulgarmente severa na semana seguinte, trazendo 2 massas de ar carregadas de umidade e viajando em direções diversas que colidiram e lançaram água sobre Hong Kong O Brasil registrou mais de 30 mortes após fortes chuvas e inundações no Rio Grande do Sul conhecendo o pior desastre natural em 40 anos, recebendo quantidade média de chuvas esperada para todo o mês de setembro, enquanto isso, nos EUA, o festival Burning Man ganhou manchetes após tempestade com dezenas de milhares de participantes instruídos a conservar comida e água enquanto estavam presos no deserto de Nevada e, em Massachusetts, danificaram casas, empresas e infra-estrutura, incluindo pontes, barragens e estradas-de-ferro, chuvas, mais de 300% acima dos volumes normais nas últimas 2 semanas, conforme dados do serviço meteorológico.
Moral da Nota: especialistas dizem que temperaturas recordes do oceano alimentaram temporada hiperativa de furacões no Atlântico que não mostra sinais de desaceleração, com mais de 90% do aquecimento no mundo nos últimos 50 anos de origem oceânica, dados da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional o que significa que mais tempestades podem se formar do que seria possível em um ano de El Niño e, conforme o pesquisador do Departamento de Ciência Atmosférica da Universidade Estadual do Colorado, mesmo as tempestades que enfraquecem por mudanças no vento permanecem vivas e ganham força quando encontram melhores condições. Lembrando que foi ano recorde à desastres climáticos mais caros nos EUA depois de fortes tempestades, o incêndio florestal em Maui e o furacão Idalia derrubaram a balança e, faltando quase 4 meses para o final do ano, os EUA foram atingidos por 23 desastres que custaram pelo menos bilhões de dólares cada um, dados da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica, superando o recorde anterior anual de 22 eventos em 2020. Este ano os desastres causaram 253 mortes diretas e indiretas e resultaram danos de US $ 57,6 bilhões de dólares, dados da NOAA, não incluído o furacão Idalia, sendo que está em análise a seca no Sul e Centro-Oeste e a tempestade tropical Hilary que atingiu o sul da Califórnia, podendo ultrapassar a marca de um bilhão de dólares. Até agora, custos econômicos de 2023 estão atrás de 2017 em termos totais, ano de catástrofe mais dispendioso registado na América atingindo US $ 383 bilhões de dólares, em combinação de temporada de incêndios florestais na Califórnia e os furacões Harvey, Irma e Maria que atingiram o país num único mês. O fundo de ajuda humanitária da Agência Federal de Gestão de Emergências este ano e a administradora da FEMA, alertam que o fundo cairia no vermelho este mês se não fosse reabastecido, com a Casa Branca inicialmente pedindo ao Congresso US $12 bilhões em dinheiro adicional para reabastecer o fundo, depois aumentou o pedido em mais US $ 4 bilhões devido à “intensidade da atividade de desastres no país”, dito pelo porta-voz da FEMA.