Na vanguarda da América Latina, segundo o índice ILIA, emerge o Chile na preparação à Inteligência Artificial, com o centro chileno de IA, Cenia, desenvolvendo índice latino-americano sobre o nível de preparação à IA que diferentes países da região latino-americana e caribenha, têm, oferecendo no subcontinente americano visão detalhada do estado atual da IA. O Índice Latino-Americano de IA, ILIA, trata-se de documento de 162 páginas em seu site oficial, cujo desenvolvimento foi possível graças ao apoio de instituições como o BID, o CAF, Banco de Desenvolvimento da América Latina, e OEA. Destaca lacuna entre países da região e nações que lideram o desenvolvimento IA a nível global, como exemplo, entre 2010 e 2021, 2,7% das publicações científicas em revistas especializadas pertencem à América Latina, sendo que o relatório aponta à falta de investimento privado em soluções IA na região e, nesse período, o investimento dos países latino-americanos não excedeu 1,7% do investimento total dos EUA nem os 5% do investimento da China. O relatório avalia que investimento privado em infraestruturas IA atingiu US$ 190 bilhões no mundo em 2022 e US$ 8,2 bilhões na América Latina, sendo que em relação à classificação regional, o relatório coloca o Chile com pontuação de 72,67/100, seguido pelo Brasil, 65,31, Uruguai, 54,99, Argentina, 54,76, México, 48,55, Colômbia, 47,62, Peru, 45,55, Costa Rica, 33,41, Panamá, 24,66, Equador, 22,17, Paraguai, 18,82 e Bolívia, 15,10, além de aprofundar conclusões específicas às dimensões do estudo nos 12 países da região com base na investigação, desenvolvimento e adoção, fatores facilitadores e governança. A ILIA estrutura conclusões num “arquivo de País” para cada um dos abrangidos pelo estudo com visão do estado atual no domínio da IA, identificando pontos fortes e áreas de melhoria, com o site oficial da ILIA destacando que o índice dá perspectiva que identifica áreas de colaboração e intercâmbio de boas práticas entre países latino-americanos, promovendo crescimento sustentável e equitativo da IA na região. Os autores destacam que penetração relativa das competências tecnológicas e disruptivas associadas à IA é menor na América Latina, 2,16%, que no resto do mundo, 3,59%, salientando que a região carece de infraestrutura para realizar o processamento de dados, entre outras lacunas comparadas aos países desenvolvidos.
Neste ambiente, meio trilhão de dólares transforma a tecnologia climática nos EUA através da Lei de Redução da inflação, ponto de vista defendido no MIT, uma ano depois. A Lei de Redução da Inflação, IRA, marca ação significativa do governo americano sobre alterações climáticas reservando dólares para apoiar tecnologias novas e existentes, desde painéis solares e bombas de calor a baterias para veículos elétricos, em esforço para reduzir custos das tecnologias limpas e emissões de gases efeito de estufa. Avaliam que o IRA já começou afetar a economia, através de fluxo constante de anúncios de empresas que abrem fábricas nos EUA, cujos programas são projetados para durar uma década ou mais, com dúvidas sobre como serão executadas partes importantes da lei, como quais projetos se qualificarão aos discutidos créditos fiscais do combustível de hidrogênio. A IRA inclui subvenções, créditos fiscais e empréstimos que devem transformar setores como energia, transportes e agricultura, cujos fundos se destinarão a tecnologias que encontram em vários estágios de desenvolvimento, tanto novas pesquisas como a fabricação e implantação de tecnologias mais estabelecidas. Estimativas colocavam em 2022 o financiamento climático total do IRA em US$ 369 bilhões, o maior investimento dos EUA em clima, sendo que avaliação do Comité Conjunto de Tributação em 2023 estimou o investimento do governo no IRA em US$ 515 bilhões de dólares entre 2023 e 2032, embora o número não inclui todos programas previstos na lei, como créditos fiscais ao consumo para veículos elétricos. Foram anunciados 62 projetos com financiamento privado de US$ 53 bilhões para projetos de veículos elétricos e baterias desde que o IRA se tornou lei e anunciados projetos de baterias no Centro-Oeste e Sudeste, região que se estende de Michigan à Geórgia, apelidada de Cinturão de Baterias. Muitos dos créditos fiscais devem chegar às empresas após declaração de impostos até 2023, incluindo US$ 30 bilhões em créditos fiscais corporativos que instalam projetos de energia limpa, como energia eólica e solar, explorações agrícolas, e US$ 60 bilhões em incentivos fiscais à empresas que fabricam equipamentos como painéis solares e baterias para veículos eléctricos, podendo fazer pender a balança, impulsionando negócios nos EUA, estimulando financiamento privado e empregos, segundo a Third Way, grupo de reflexão sobre políticas públicas. Uma questão das mais espinhosas no IRA se refere ao programa de crédito fiscal ao hidrogênio, com aplicações potenciais na tecnologia climática, desde combustível alternativo à aviões ou veículos e produção de produtos químicos como amoníaco, utilizado em fertilizantes e, hoje, o hidrogênio é produzido quase exclusivamente a partir de combustíveis fósseis, podendo ser gerado via eletricidade e quando essa eletricidade provém de fontes renováveis como eólica e solar, obtendo-se o "hidrogênio verde", combustível de baixas emissões. O IRA inclui incentivos fiscais ao hidrogênio verde, os detalhes sobre quais projetos são elegíveis são de importância pois eletrolisadores que produzem hidrogênio com eletricidade não estão diretamente conectados a painel solar ou turbina eólica e, sim, à rede elétrica, que pode ser alimentada por diversas fontes. Gerar hidrogênio utilizando eletricidade a partir de uma rede alimentada por combustíveis fósseis aumentaria emissões globais, assim, os incentivos ao hidrogênio exigem “mais cuidado” que tecnologias como os VE, que quase sempre reduzem emissões, sendo que as regras sobre quais fontes de hidrogênio são elegíveis, há uma parte dos fundos do IRA que deveriam ser publicadas no prazo de um ano após a aprovação da lei, no entanto, a administração Biden perdeu o prazo adiando pelo menos até outubro de 2023. Por fim, para a Third Way, todos os fundos do IRA constituem um significativo adiantamento à ação climática nos EUA e empresas privadas investem bilhões em tecnologias do clima à medida que mais fundos públicos e privados são investidos na produção e implantação, podendo conseguir preços mais baixos e maior adoção de tecnologias que combatem alterações climáticas, concluindo, “ainda estamos no começo... vejam o que vimos depois de um ano, imaginem o que veremos com 10 anos desse apoio.”
Moral da Nota: especialistas abordaram na Cidade do Panamá impacto que o desenvolvimento da IA pode ter nas pessoas, nos campos social, econômico e educacional decorrente ao progresso das ferramentas tecnológicas como IA, representando dilema à sociedade e discutido em reunião organizada pelo ICASE, Instituto Centro-Americano de Administração e Supervisão da Educação. A expectativa que mantém em relação ao desenvolvimento de tecnologias desperta interesse sobre possibilidades e desafios que podem significar à educação, ficando evidente no início da pandemia, continuando a ocorrer hoje, o difícil acesso a estes recursos limitando alcance e aprofundando desigualdades. O primeiro Índice Latino-Americano de IA apresentado em 2023 pela Cepal, Comissão Econômica para América Latina e Caribe, mostra o Panamá na 9ª posição entre 12 países da região em termos de condições de uso desta tecnologia, encontrando-se na Assembleia Nacional projeto de lei 014 de 2023 visando regular IA e seu impacto nos diversos campos sociais, econômicos ou educacionais, no âmbito de um fenômeno que prolifera com utilização de dispositivos móveis e que se esperam grandes avanços. Por fim, a plataforma de serviços de entrega de alimentos DoorDash lança AI Bot para atender pedidos de entrega de comida de clientes, em horários de pico, o sistema IA do DoorDash alivia carga dos restaurantes, atendendo automaticamente chamadas recebidas, integrando IA aos clientes de restaurantes, permitindo que se comuniquem pedidos de comida a bots com tecnologia IA, em vez de funcionários. O sistema de pedidos de voz em IA atenderá chamada de clientes que estarão disponíveis para operadoras selecionadas, sendo que o relatório da empresa "Tendências de pedidos on-line em restaurantes à 2023", revelou que, embora 20% dos clientes prefiram pedir comida pelo telefone, até 50% das ligações ficam sem resposta, levando a perdas não realizadas aos restaurantes. O chefe de produto e design do DoorDash esclarece que “os clientes esperam mais dos donos de restaurantes e, em troca, os donos de restaurantes esperam soluções ainda mais avançadas tecnologicamente, incluindo suporte à canais telefônicos para atender os clientes onde fazem pedidos”. O DoorDash combinará IA e humanos para garantir que todas as chamadas sejam atendidas em curto espaço de tempo, permitindo restaurantes acompanharem aumento da demanda nos horários de pico, além de oferecer experiência personalizada, atendendo chamadas em vários idiomas. O relatório da empresa descobriu que 34% dos entrevistados iniciam o processo de pedido de comida consultando um aplicativo de terceiros como DoorDash ou UberEats, mais que o dobro dos 15% em 2021.