Operadores de oleodutos no Texas liberaram ou queimaram gás, buscando, nas ondas de calor, evitar explosões. A Targa Resources, empresa que liberou mais de 500 mil libras de toxinas no ar nos 17 eventos em período de calor extremo de uma semana, sendo que o gás natural é queimado em operações da Apache Corporation, daí, petróleo e gás no Texas por vezes são lançados no ar com toneladas de gases tóxicos quando ondas de calor elevam pressão dos compressores e dutos a níveis altos. Sediada em Houston, a Targa Resources lançou mais de meio milhão de libras de gás no ar em período de 7 dias conforme registros da Comissão de Qualidade Ambiental do Texas. Como exemplo, a empresa de US$ 17 bilhões em valor em mercado, liberou 238 mil libras de gás quando instalações na rede de gasodutos reduziram as operações “evitando que parassem decorrente alta temperatura ambiente” e, em outro evento, liberou 168 mil libras “evitando superaquecimento das unidades do compressor pela alta temperatura ambiente” e, segundo a química ambiental e membro da MacArthur em Louisiana, que revisou os dados, “o gás contém produtos químicos que causam câncer e doenças crônicas", concluindo que, “são eventos de liberação enormes e importantes”.
Onda de calor escaldante em 2023 quebrou recordes de temperatura no Texas e como o gás se expande à medida que esquenta, o clima causou aumentos de pressão nos sistemas de gasodutos que transportam o gás do oeste do Texas às refinarias, usinas de energia e demais clientes e, para evitar explosões, operadores liberam gás no ar, como o metano, potente gás efeito estufa, retendo 80 vezes mais calor que CO2 , contribuindo à poluição do ozônio ao nível do solo causando problemas de saúde principalmente respiratórios. As emissões relacionadas ao calor foram relatadas pelas operadoras ao TCEQ, Texas Commission on Environmental Quality, e acessadas através do banco de dados online da agência e, em incidente no oeste do Texas em 20 de junho, a Targa relatou que “a temperatura ambiente alta causou problemas no campo e para proteger a Estação Compressora Rocker B das condições de sobrepressão e, por razões de segurança, o gás de entrada foi encaminhado à Válvula de Alívio de Pressão", em 25 de junho, relatou que “unidades foram desligadas devido temperatura do ar ambiente, fazendo com que a pressão na tubulação do campo aumentasse sendo o gás de entrada liberado à atmosfera”. No entanto, não foi a única operadora a fazê-lo e, em 20 de junho, a DCP Operating Company no condado de Ector relatou queima de 4 mil libras de “gás ácido” no seu queimador após falhas no sistema “causadas pelo desligamento automático do painel de controle devido temperaturas elevadas”, em 21 de junho, o WTG South Permian Midstream queimou 7 mil libras de CO, 2.600 libras de NO2 e 1.200 libras de VOCs decorrente “alta temperatura do gás na linha de vendas”, em 26 de junho, a mesma empresa queimou 5.200 libras de CO e 2 mil libras de NO2 devido a “fluxo restrito à alta temperatura do gás de descarga, desligando o recompressor”. As regras do TCEQ “exigem que operadores sejam responsáveis por boas práticas de operação e manutenção e essas regras não estendem defesa afirmativa a atividade ou evento que poderia ter sido previsto, evitado ou planejado”, sendo que relatório de 2017 do Environmental Integrity Project and Environment Texas, descobriu que o TCEQ penaliza 3% dos eventos de emissões não autorizadas anualmente. Relatório de 2023 do Projeto de Integridade Ambiental identifica 21.769 casos de poluição não autorizada no Texas entre 2016 e 2022, descobriu que “em meio por cento dos incidentes o estado usou a autoridade legal para exigir que empresas analisassem causa da poluição, o problema e medidas concretas para evitar emissões de poluição no futuro.” Para concluir a ideia, empresas evitam investir em saúde e segurança nas instalações para reduzir custos e maximizar lucros sendo que 10 gigawatts de geração de energia estavam indisponíveis à rede elétrica do Texas na onda de calor, impulsionada por interrupções no fornecimento de gás. O fornecimento de gás falhou em 2021 na tempestade de inverno Uri, no entanto, legisladores da recente sessão legislativa do Texas se concentram em subsídios ao setor de gás a fim de aumentar a resiliência da rede.
Moral da Nota: o regulador nuclear do Japão concedeu aprovação para liberar água radioativa da Usina Nuclear de Fukushima no Oceano Pacífico, aprovação, que abre caminho à liberação de mais de um milhão de toneladas de água radioativa no mar pela Tokyo Electric Power Co, Tepco, que administrava a usina nuclear de Fukushima Daiichi. A AIEA avisou que revisão de 2 anos mostrou que o plano do Japão à liberação teria impacto ambiental insignificante e o certificado do regulador japonês é a etapa final exigida pela concessionária para iniciar o processo. O chefe da Agência Internacional de Energia Atômica, observou onde a água tratada seria enviada por um duto à instalação costeira, altamente diluída com água do mar, recebendo amostra de teste final e, lançado a 1 km da costa através de túnel submarino. Organizações pesqueiras locais rejeitaram o plano porque temem que a reputação seja prejudicada, mesmo que a pesca não esteja contaminada e, sendo contestado por grupos na Coréia do Sul, China e nações das ilhas do Pacífico devido questões de segurança e razões políticas. A China dobrou objeções à liberação em comunicado dizendo que o relatório da AIEA não reflete todas as opiniões, acusando o Japão de tratar o Oceano Pacífico como esgoto.