terça-feira, 8 de agosto de 2023

Clima e poluição

Estudo publicado no European Respiratory Journal, mostrou que exposição à poluição do ar de pacientes com Covid envelhece e reduzir exposição foi 40% e 80% tão eficaz na redução do tempo de internação quanto alguns dos tratamentos disponíveis e pacientes com COVID-19 expostos à poluição passaram em média 4 dias extras no hospital,  equivalente a uma década a mais. Relatório da equipe de pesquisa belga e dinamarquesa, “mostra como a poluição do ar compromete o sistema imunológico e nos deixa vulneráveis a COVID e outras infecções respiratórias” sendo que “a redução da poluição do ar deve estar no centro da prevenção à pandemias atuais e futuras, bem como estratégia para lidar com pandemias de gripe sazonal, sendo que um ar mais limpo tornaria populações mais resistentes a infecções respiratórias, epidemias sazonais e pandemias no futuro”.

A equipe recrutou 328 pacientes com COVID-19 em 2 hospitais belgas entre  2020 e 2021, incluindo 29% tratados em unidade de terapia intensiva e idade entre 20 e 98 anos, média de 66, testando positivo ao vírus em teste padrão-ouro de PCR, além disso, não haviam mudado durante os últimos 3 anos.Analisaram poluentes nível 3 nos endereços residenciais dos pacientes antes de serem hospitalizados, NO2, fuligem e material particulado, PM 2,5 e PM 10, mediram a quantidade de carbono no sangue dos pacientes sendo considerados Idade, sexo e índice de massa corporal e o resultado foi que os pacientes com COVID-19 expostos à poluição tiveram resultados mais adversos que os não expostos. Os homens foram mais afetados que as mulheres pela exposição a PM 2,5, PM 10 e NO2, de acordo com a pesquisa, além disso, a exposição à poluição na semana anterior teve impacto na duração da hospitalização. A pesquisa observou razões pelas quais poluição pode ter impacto negativo, como pode exacerbar problemas médicos, como condições respiratórias pré-existentes, frequentemente associadas a COVID grave, além disso, a poluição do ar pode causar imunossupressão. Ainda neste tema, estudo demonstra que corte drástico na poluição é o melhor caminho ao crescimento econômico, especificamente, tentam provar necessidade de agir agora com base no impacto dos danos climáticos sendo que ações antecipadas e rigorosas reduzem rápida e dramaticamente a poluição climática tornando caminho à economia, segundo documento de trabalho de cientistas americanos. Adam Michael Bauer e Christian Proistosescu, da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign e Gernot Wagner, da Columbia Business School mostram que “a inatividade leva a mudanças de temperatura, aumento de CO2 na atmosfera e danos econômicos que não podem ser desfeitos gastando mais em redução” Através de modelo de economia climática incluindo estimativas do relatório do IPCC de 2022 e “baseado na literatura econômica climática, mesclando com informações de modelagem financeira" criaram o que chamam de “Modelo de Precificação de Ativos de Carbono”, CAP6, que dá valor a emissões de CO2 como ativo com retornos negativos. Nos últimos 50 anos, a economia cresceu 3,5% ao ano, no entanto, relatórios climáticos mostram que danos e esforços de recuperação necessários para corrigi-los podem afetar o crescimento econômico. Ao contrário da maioria dos modelos anteriores, a equipe trata o carbono na atmosfera como ativo, permitindo aplicação de modelos econômicos e financeiros padrão e com base no modelo dos pesquisadores, o CO2 deveria ter preço mínimo de US$ 200 por tonelada, por exemplo e, de acordo com Sustainabletravelorg, um voo de ida e volta de Tel Aviv à Nova York emitiria  2,54 toneladas métricas de CO2 por passageiro, pelos cálculos, deve haver aumento de preço de US $ 500 para esse voo que cada passageiro deve pagar.

Moral da Nota: cerca de 1.200 mortes prematuras/ano em menores estão relacionadas a poluição do ar como resultado de complicações e impactos negativos de acordo com avaliação publicada pela EEA, Agência Europeia do Meio Ambiente, sendo a razão das mortes os sistemas imunológicos e órgãos em desenvolvimento, o que os torna vulneráveis à poluição do ar. A agência afirmou que o nível dos principais poluentes atmosféricos na Europa é superior ao das diretrizes da OMS, no entanto, enfatiza que houve melhorias nos últimos 2 anos, sendo que poluição do ar causa doenças cardíacas e pulmonares, infartos asma, alergias, infecções respiratórias e câncer de pulmão. No outro lado da questão, a Índia continua construir mais capacidade de geração de energia a carvão para alimentar sua crescente demanda, mesmo enquanto expande geração renovável, com  27 gigawatts de usinas a carvão em construção e capacidade de 24 gigawatts em pré-construção. Ondas de calor aumentaram mais o consumo de energia, à medida que residências e empresas usam aparelhos de refrigeração, além da geração de 500 gigawatts até 2030 a partir de fontes solares, eólicas e outras renováveis, com o país necessitando de 370 gigawatts de capacidade de armazenamento de energia até 2030.


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