Águas residuais contêm medicamentos contra depressão, inflamação, ansiedade ou hipertensão, entre outras coisas com tecnologias complexas testadas para identificar métodos de descarte econômicos. Órgãos internos e ciclos reprodutivos de peixes e anfíbios podem ser afetados por resíduos farmacêuticos, atualmente, engenheiros trabalham em projeto 'piloto' para eliminar 80% de 5 dessas substâncias nocivas, com tecnologias complexas, como carvão ativado e troca de ânions, para identificar métodos de descarte econômicos. O projeto piloto termina em 2024 e a modernização das tecnologias de descarte é urgente nos ecossistemas aquáticos cada vez mais assediados por resíduos farmacêuticos provenientes de residências, fabricação de medicamentos, agricultura intensiva ou hospitais. No mundo, 4 mil ingredientes ativos são administrados em medicamentos e até 90% das doses orais são excretadas pelo organismo humano como substâncias ativas e 10% dos produtos farmacêuticos representam risco potencial ao ambiente. Pesquisadores da Agência Sueca de Produtos Médicos avaliam como grande problema já que essas substâncias foram projetadas para serem estáveis dentro do organismo e, uma vez no ambiente, tornam-se instantaneamente "materiais perigosos" difíceis de degradar. Ao lado de tecnologias de tratamento de águas residuais são cruciais abordagens baseadas na fonte à mitigação, sendo que a reforma do setor farmacêutico da Comissão Europeia propôs reforço da avaliação de risco ambiental, obrigatória às empresas farmacêuticas que comercializam medicamentos nos mercados da UE.
A Comissão Europeia propõe que produtos existentes no mercado podem estar sujeitos a avaliações se potencialmente prejudiciais ao ambiente enquanto associações ambientais concordam que é hora de tomar medidas enérgicas, aqui, especialistas pedem medidas à diminuir uso de antibióticos na agricultura e aumentar 'descarte sustentável' de produtos farmacêuticos, promovendo consumo racional de medicamentos mais ecológicos. Na proposta de diretiva sobre tratamento de águas residuais urbanas, a Comissão Europeia trabalha, paralelamente, buscando reduzir impacto ambiental dos medicamentos alargando regime de responsabilidade que se aplica aos fabricantes de produtos farmacêuticos. Em andamento teste piloto na estação de tratamento de água em Uppsala, Suécia, avaliando melhores técnicas para remover até 80% dos resíduos farmacêuticos e micropoluentes das águas residuais entre nutrientes, fósforo e matéria orgânica que trata de 20 milhões de metros cúbicos de águas residuais por ano. Anna Maria Sundin, engenheira ambiental e aquática da Uppsala Vatten, avalia que "com um estudo prévio, analisando diferentes tecnologias, para melhorar a eliminação de produtos farmacêuticos e micropoluentes, das águas residuais, alguns eliminados na estação de tratamento, mas, outros, difíceis de degradar e não são removidos, por isso, decidimos estabelecer nova etapa de tratamento e uma das tecnologias avaliadas no estudo anterior foi o 'carvão ativado', tecnologia de absorção em que os resíduos aderem na ozonização, processo em que o ozônio os degrada, ao passo que a ozonização não degrada os chamados PFOS, micropoluentes, portanto, estamos analisando combinação de carvão ativado e troca de ânions".
Moral da nota: UE e Reino Unido exportaram mil toneladas de pesticida proibido à países mais pobres, entre eles fungicida proibido na UE há 3 anos, daí, algumas cidades da Costa Rica estão transportando água potável de caminhão depois que um pesticida fornecido pela UA poluiu severamente suas águas. O clorotalonil produto químico proibido na UE em 2020 devido seu potencial de contaminar águas subterrâneas e causar câncer e 3 anos depois, autoridades francesas estão enfrentando grande operação de limpeza com fungicida que pode disparar as contas de água. Pesquisa da unidade Unearthed do Greenpeace do Reino Unido e da ONG pública suíça, indica que Alemanha, Itália e Reino Unido são países que continuam enviar centenas de toneladas de pesticidas à base de clorotalonil à nações pobres, sendo a primeira pesquisa a fazer balanço da escala do comércio de exportação de clorotalonil desde sua proibição e o alto preço cobrado em países mal equipados para gerenciar riscos. Há 8 meses autoridades costarriquenhas entregam caminhões de água aos moradores de Cipreses e Santa Rosa, depois que testes de laboratório detectaram 200 vezes o limite seguro de clorotalonil na água da torneira. Relatório do Ministério de Saúde e Meio Ambiente da Costa Rica mostra que o governo etrá ciente que mais de 65 mil pessoas nas regiões agrícolas de Oreamuno e Alvarado, ao norte de Cartago, bebem água produzida em condições semelhantes, nas quais a agricultura ocorre muito perto dos recursos hídricos. Itália, Bélgica, Reino Unido e Dinamarca são países que enviaram o pesticida à Costa Rica, por considerá-lo inseguro em suas próprias fazendas, em 2022, as empresas agroquímicas emitiram planos para exportar 900 toneladas do fungicida da UE, conforme documentos obtidos pela Unearthed sob as leis de Liberdade de Informação, FOI. A maioria das exportações foi relatada pela Alemanha, 302 toneladas-, seguida pela Itália, 242 toneladas, e Bélgica, 234 toneladas. Grécia, Holanda e Espanha estiveram envolvidos, enquanto Reino Unido embarcou 104 toneladas de pesticidas à base de clorotalonil em 2022.. A Syngenta, gigante chinesa de pesticidas com sede na Suíça, estava por trás de mais de 40% do volume de produtos contendo clorotalonil relatados à Agência Europeia de Produtos Químicos. O Egito foi o principal destino, seguido pela Argélia, Camarões e Colômbia e análise alfandegária da Costa Rica, mostra que tanto Itália quanto Bélgica exportaram produtos de clorotalonil para este país em 2020 e 2021, com as exportações italianas vindo da gigante química alemã BASF de um fungicida chamado Acrobat usado em tomates e batatas. Na França, quase um terço da água potável está contaminada com molécula específica em níveis superiores ao permitido, segundo relatório da Agência Francesa de Segurança Alimentar, Meio Ambiente e Saúde no Trabalho, ANSES, a Suíça tem que lidar com a poluição das águas no planalto suíço, onde a agricultura extensiva é praticada e o Escritório Federal Suíço ao Meio Ambiente, FOEN, alertou que o clorotalonil usado antes da proibição da UE -poderia "deteriorar as águas subterrâneas por anos".