A agricultura peruana busca aumentar exportações utilizando a tenologia blockchain, segundo informou o portal Agrariape, as exportações agrícolas em 2022 atingiram US$ 628 milhões que representa 5,6% a mais que 2021 considerando que esses números continuarão aumentar nos próximos anos que se deve em parte à implementação blockchain no campo. A agricultura é um dos setores econômicos mais importantes do Peru com a produção de alimentos sendo atividade fundamental à economia, na busca por garantir segurança alimentar da população e conservação dos recursos naturais e, nesse contexto, blockchain inova e tem sido fundamental para melhorar produtividade e sustentabilidade na agricultura. Blockchain é tecnologia que permite criação de registro de dados seguro e transparente, na agricultura, pode ser especialmente útil para garantir rastreabilidade dos alimentos, significando que a origem, qualidade e processo de produção podem ser rastreados, não apenas ajudar consumidores a tomar decisões informadas sobre alimentos que compram, mas produtores a melhorar processos de produção e aumentar lucratividade. A agricultura orgânica peruana com rastreabilidade blockchain tornou-se prática popular, de acordo com artigo publicado no portal Agrariape, as empresas peruanas começam usar blockchain para registrar e verificar a produção de alimentos orgânicos, registros que incluem informações sobre o tipo de cultivo, localização geográfica, tipo de solo utilizado e histórico de pesticidas e fertilizantes utilizados. A tecnologia blockchain permite que produtores comprovem autenticidade dos produtos, o que lhes permite obter melhores preços no mercado e isso se deve em parte à crescente demanda por alimentos orgânicos vendidos a preços mais elevados que os convencionais, além disso, a rastreabilidade blockchain permite produtores peruanos demonstrar qualidade e autenticidade dos produtos aumentando sua participação no mercado internacional.
A startup peruana Edra desenvolveu plataforma que conecta empresas ligadas à sustentabilidade com produtores agrícolas e, desta forma, implementar práticas de agricultura regenerativa, com o CEO e cofundador da Edra informando que “50% da superfície terrestre é adequada ao desenvolvimento da agricultura e pelo menos um terço dos solos estão degradados e com graves perdas de biodiversidade”. O solo desempenha funções essenciais à vida fornecendo nutrientes, água e minerais às plantas, armazena carbono e micro-organismos à regulação dos ecossistemas naturais e, portanto, restaurar sua capacidade representa impacto na segurança alimentar global e mitigação dos efeitos da mudança climática. A startup apresentou solução via agricultura regenerativa, proposta que reabilita o solo e o mantém produtivo maior tempo possível para evitar expansão agressiva para novas áreas e enfrentar as mudanças climáticas. A empresa sistematiza práticas digitais que existem e as ordena em busca de mais sustentabilidade por meio da Blockchain em sua plataforma conectando empresas ligadas à sustentabilidade com produtores agrícolas. O CEO e cofundador de Edra explica que “diferentes empresas no mundo já assumiram compromissos significativos para reduzir o impacto ambiental podendo adquirir tokens na plataforma e financiar a transição à práticas agrícolas sustentáveis de modo direto e descentralizado”. Constituída formalmente em novembro de 2022 após receber capital pré-seed da aceleradora de projetos de base tecnológica Neutron, a startup se prepara para uma nova rodada de investimentos sendo “basicamente uma solução global ao reconhecimento de práticas de sustentabilidade na agricultura”. “A Edra tenta trazer práticas que o agricultor pode fazer no sistema de trabalho e que promovam o melhor aproveitamento dos recursos na hora de produzir alimentos” e melhorias digitais que usam têm a ver, por exemplo, com imagens de satélite, balanços hídricos ou análise de DNA do solo e “a agricultura de precisão, por exemplo, deu um grande salto”. Toda informação que a Edra recolhe dos sensores, será carregada em estrutura Blockchain para que a informação seja inalterável exemplificando que "tudo o que tem a ver com o uso eficiente de cada um dos recursos, para gerar mapeamento mais específico da castanha por exemplo, com rendimentos dentro de uma parcela, com base nisso, fazer fertilização diferencial por zonas, zona de alta ou baixa produtividade, significando que no final usa-se menos insumos e é mais eficiente". “O mesmo acontece quando se trata de identificar áreas de conservação para promover áreas de inimigos naturais ou insetos benéficos e um banco de flora e fauna diversificada de forma a preservar e sustentar o equilíbrio ecossistêmico em uma produção, ou seja, existem ferramentas que podem ser adaptadas ao sistema e está começando a ter na plataforma como identificar boas práticas e gerar ativo digital”.
Moral da Nota: o mais recente projeto peruano se relaciona à uva, sendo que o portal relata que em "Azpitia, vale ao sul de Lima, produtores inovadores de uvas Pisco iniciaram processo de cultivo de uvas 100% orgânicas que se tornará um novo pisco 100% orgânico com rastreabilidade blockchain e, comercialmente daria início a um novo produto diferenciado dos demais, ao mesmo tempo com benefícios ambientais, valorizando o uso responsável de fertilizantes e defensivos orgânicos que vêm de fontes naturais, além da recuperação da população de abelhas na área que estava quase extinta e, em processo documentado, uso e conservação da natureza faz blockchain o registrador e notário imutável do processo”. Para os agricultores peruanos é importante valorizar rastreabilidade blockchain e capacidade de mudar velhos paradigmas, processos produtivos e comerciais, sendo a blockchain não apenas permissiva que os produtores comprovassem autenticidade dos produtos melhorando transparência e confiança na cadeia de abastecimento de alimentos. No Chile incêncios florestais destruíram 2100 casas com 25 mortos, sendo que há setores que controlaram o avanço das chamas através do pastoreio estratégico. Uma das localidades afetadas pelos incêndios florestais foi a comuna de Santa Juana, localizada 555 kms ao sul de Santiago, na região de Biobío e segundo censo do município, mais de 50 mil hectares dos 71 mil que compõem o município foram consumidos pelas chamas; ou, 71% da superfície.