O relatório do IPCC apresentado em março de 2023 emite alerta que deixa claro que não fazemos esforços suficientes para evitar um colapso, desde recursos hídricos a incêndios, passando por catástrofes ambientais. Assistimos avanços significativos nas tecnologias relacionadas as energias renováveis, como solar, eólica e geotérmica, além disso, soluções de transporte sustentável, como veículos elétricos, sistemas eficientes de transporte público e bicicletas elétricas, melhorias alcançadas na eficiência energética, tanto na produção quanto no consumo, reduzindo demanda de energia e emissões de gases efeito estufa. Apesar desses desenvolvimentos enfrentamos obstáculos à adoção generalizada de tecnologias limpas, entre eles, os elevados custos iniciais à implementação de infraestrutura renovável, interesses econômicos ligados à indústria dos combustíveis fósseis e falta de infraestrutura adequada para suportar transição à economia mais sustentável. Reconhecer importância da inovação e investimento em tecnologia sustentável acelera a transição à economia de baixo carbono, à medida que mais empresas, governos e indivíduos apoiam e adotam soluções limpas, cria efeito cascata que reduz custos e aumenta acessibilidade das tecnologias, desta forma, enfrentaremos um dos maiores desafios do nosso tempo, ou, a crise do clima.
Para entender por que a humanidade não tomou medidas suficientes contra mudanças climáticas, cientistas tentam vieses cognitivos que influenciam a percepção do risco climático, um desses é o efeito de distanciamento que leva a subestimar ameaças que percebemos como distantes no tempo ou no espaço,. esse viés, nos leva crer que mudança climática é problema do futuro ou que afeta outras regiões do mundo. O otimismo injustificado, é outro viés que nos leva a crença que as coisas sempre vão dar certo, por mais grave que seja a situação, esse pensamento nos impede reconhecer a necessidade de agir com urgência, além disso, as pessoas podem cair na negação, rejeitando a realidade da mudança climática e evitando enfrentar consequências. A falta de conexão emocional com a natureza e gerações futuras contribui à inação e, superar esses obstáculos psicológicos, muda a mentalidade e promove maior consciência climática, com educação, arte e comunicação como ferramentas para construir empatia e motivar a ação, ensinando sobre os riscos das mudanças climáticas e possíveis soluções, consciente em benefício do planeta e gerações futuras. Vale lembrar que o contexto sociológico desempenha papel na inação sobre mudanças climáticas em que estruturas sociais e normas culturais reforçam comportamentos que contribuem ao problema, sendo que vivemos em sociedade dominada pelo consumo, crescimento econômico e competição, que resulta na exploração insustentável de recursos naturais e emissão de gases efeito estufa. Desigualdades na responsabilidade e impactos das mudanças climáticas representam desafios adicionais em que países desenvolvidos, que contribuíram às emissões históricas, têm mais recursos para lidar com os efeitos enquanto países em desenvolvimento sofrem as consequências. A ação coletiva pede superar barreiras sociológicas e trabalhar à encontrar soluções sustentáveis e equitativas, em que a colaboração global, tanto em nível do governo quanto de sociedade civil, nos ajuda desenvolver políticas e práticas que promovam responsabilidade compartilhada e solidariedade na luta contra mudança climática, incluindo promover justiça climática, reduzir desigualdades e garantir que esforços para combater mudança climática beneficiam a todos, especialmente os mais vulneráveis.
Moral da Nota: mudança climática, fenômeno com raízes históricas, desde a Revolução Industrial que marca início da dependência aos combustíveis fósseis, como carvão, petróleo e gás, embora esses recursos energéticos alimentassem o progresso econômico e tecnológico desencadeando problemas ambientais, incluindo aumento das emissões de gases efeito estufa, é foco no surgimento de movimentos ambientalistas e acordos internacionais para enfrentar modificações climáticas incluindo o Protocolo de Kyoto em 1997 e o Acordo de Paris em 2015, tratados que estabeleceram metas e compromissos para reduzir emissões de gases efeito estufa e limitar o aquecimento global embora de sucesso limitado e com desafios significativos na luta contra mudanças climáticas. A história ensina que devemos reconhecer que a mudança climática é problema global que requer soluções globais com acordos internacionais e cooperação entre países essenciais para garantir ações conjuntas e efetivas, a transição à economia sustentável e de baixo carbono é possível e avanços tecnológicos e políticas progressistas impulsionam essa transformação, por fim, a ação individual e comunitária é crucial para apoiar e complementar esforços a nível nacional e internacional, pois cada um tem um papel a desempenhar na luta contra alterações climáticas. Abordar mudança climática requer compreensão das causas e consequências, visão integradora que combine disciplinas e reconhecimento das inter-relações entre tecnologia, psicologia, sociologia, história e ambiente, assim, desvendaremos as raízes do problema e projetaremos soluções eficazes e holísticas com abordagem unificada e colaborativa abrindo caminho à futuro sustentável e mais igualitário.