Os homens morrem de overdose nos EUA 2 a 3 vezes mais que mulheres segundo pesquisa publicada na Neuropsychopharmacology, liderada por cientistas da Escola de Medicina Icahn no Monte Sinai e NIDA, Instituto Nacional de Abuso de Drogas, parte do National Institutes of Health. Os dados mostram necessidade de mais pesquisas sobre fatores biológicos, comportamentais e sociais subjacentes às diferenças na vulnerabilidade baseada no sexo ao uso de drogas, ao mostrar que os homens foram mais vulneráveis que as mulheres a mortes por overdose envolvendo opioides e drogas estimulantes em 2020-2021. Descobriu que os homens tinham taxa 2 a 3 vezes maior de mortalidade por overdose de opioides, fentanil e heroína e psicoestimulantes, metanfetamina e cocaína, no entanto, sabe-se que os homens usam drogas em taxas mais altas que as mulheres, sendo que os pesquisadores descobriram que isso por si só não explica a diferença nas mortes por overdose, observando que fatores biológicos, comportamentais e sociais provavelmente se combinaram para aumentar risco de mortalidade para os homens. O professor assistente de psiquiatria no Icahn Mount Sinai e principal autor do estudo avaliou que "no futuro, será importante que pesquisadores continuem investigar como a biologia, fatores sociais e comportamentos se cruzam com fatores de sexo e gênero e como tudo isso pode afetar o uso indevido de drogas e mortes por overdose", esclarecendo que, "esses dados enfatizam a importância de observar diferenças entre homens e mulheres de uma maneira multifacetada",
Overdoses de drogas opioides e estimulantes estão entre principais causas de morte nos EUA, não estando claro se existem diferenças estáveis entre sexos na mortalidade por overdose dessas drogas entre os estados, se diferem ao longo da vida e, em caso afirmativo, se podem ser explicadas por diferentes níveis de uso indevido. A análise foi em nível estadual de dados epidemiológicos sobre mortalidade por overdose, em faixas etárias de 10 anos, 15–74, usando a plataforma CDC WONDER para falecidos nos EUA em 2020/2021, tendo como medida do resultado a taxa de morte por overdose por 100 mil para: opioides sintéticos, fentanil, heroína, psicoestimulantes com potencial para uso indevido, metanfetamina e cocaína. Para todas as categorias de drogas, os homens tiveram maior mortalidade geral por overdose que as mulheres, depois de controlar taxas de uso indevido de drogas com proporção média de sexo masculino/feminino da taxa de mortalidade relativamente estável entre jurisdições: opioides sintéticos, heroína, psicoestimulantes e cocaína, sendo que esses resultados exigem pesquisas sobre fatores biológicos, comportamentais e sociais subjacentes às diferenças sexuais na vulnerabilidade humana à overdose de drogas. A análise ocorreu estado a estado de dados nacionalmente representativos sobre mortes por overdose entre pessoas de 15 a 74 anos de 2020 a 2021 nos EUA, usando os amplos dados on-line para epidemiologia dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças da Plataforma de pesquisa CDC WONDER. Os cientistas usaram dados representativos em nível estadual das Pesquisas Nacionais sobre Uso de Drogas e Saúde, NSDUH, para estimar e controlar taxas de uso indevido de drogas ou tomar drogas de maneira não recomendada por profissional de saúde entre homens em comparação com mulheres. Os autores levantam a hipótese que é a combinação de fatores biológicos, por exemplo, os homens podem ter maior vulnerabilidade à toxicidade das drogas que as mulheres, fatores comportamentais, por exemplo, os homens podem usar essas drogas de forma mais arriscada que as mulheres, bem como fatores sociais e relacionados ao gênero. A mortalidade por overdose de fentanil pode ser maior que a de heroína, devido à maior potência, início de ação mais rápido e maior probabilidade de desencadear rigidez torácica, enquanto metanfetamina e cocaína em humanos a morte é atribuída a eventos cardiovasculares e neurológicos, como arritmias malignas, derrames ou convulsões. Além das diferenças sexuais nas taxas de overdose incluem interações familiares e sociais, traumas relacionados, propensão a comportamentos de risco, por exemplo, injetar sozinho, tomar grandes doses, devendo ainda considerar fatores que podem diferir por estado dentro dos EUA incluindo antecedentes étnico-culturais, variáveis socioeconômicas, fornecimento de drogas ilícitas e disponibilidade de cuidados baseados em evidências. O objetivo do estudo foi determinar até que ponto diferenças sexuais na mortalidade por overdose variam em 4 categorias de drogas mutuamente exclusivas, opioides sintéticos, fentanil e heroína e psicoestimulantes, cocaína e metanfetamina, contabilizando idade, com diferentes padrões de variabilidade de sexo na mortalidade por overdose, sugerindo, sem provar ou descartar, diferentes ênfases nos possíveis níveis de causalidade.
Moral da Nota: o Departamento de Justiça dos EUA apresentou acusações criminais contra 4 empresas chinesas e 8 indivíduos por supostamente traficar produtos químicos usados para produzir fentanil aos EUA e México.As 3 acusações abertas em um tribunal federal de Nova York representam as primeiras ações judiciais para indiciar empresas químicas com sede na China e cidadãos chineses por venderem ilegalmente substâncias usadas para produzir fentanil. Os promotores federais disseram que as empresas comercializavam precursores de fentanil em seus sites e contas de mídia social, anunciaram que aceitavam pagamentos em criptomoeda e enviavam à traficantes incluindo o cartel mexicano de Sinaloa. Procedimento aberto no tribunal federal de Manhattan acusa a Hubei Amarvel Biotech Co., bem como 3 executivos da empresa de, tráfico de fentanil, importação de precursores químicos e lavagem de dinheiro. A Amarvel Biotech, está sediada em Wuhan, informando no seu site capacidade de transportar ingredientes de fentanil ao México ou EUA e, segundo o procurador, usou práticas enganosas para driblar autoridades, anunciar que poderia disfarçar seus produtos como ração para cães, nozes ou óleo de motor para garantir entrega "segura" nos EUA e México. Serão processados 8 funcionários e executivos destas empresas, tendo 2 deles sido detidos, sendo que uma das empresas é acusada de "introduzir nos EUA mais de 200 kgs de precursores químicos para fabricar mais de 50 kgs de fentanil, suficiente para matar 25 milhões de americanos". Outros 2 procedimentos abertos em um tribunal federal do Brooklyn acusam 5 executivos ou funcionários e 3 empresas chinesas, identificadas como Anhui Rencheng Technology Co., Anhui Moker New Material Technology Co. de fabricar e distribuir fentanil e associação criminosa para cometer fraudes alfandegárias. O fentanil é opioide sintético 50 vezes mais potente que a heroína e 100 vezes mais potente que morfina, principal causa de morte entre americanos de 18 a 49 anos.