As chuvas recentes no litoral paulista, mais de 680 mm/24hs, além do dobro esperado para o mês, marca segundo autoridades, o maior volume acumulado da história. O Laboratório de Mudança Climática do Instituto Agronômico de Pernambuco explica as causas do fenômeno "como consequência do aquecimento global, gerando mais eventos extremos no Brasil, América do Sul e no planeta. Nos últimos 30 ou 40 anos ocorreu queda no volume total de chuva nas regiões central e norte do Brasil, aumentando episódios extremos, dada a quantidade de calor gerada pelos gases efeito estufa armazenada nos oceanos, que altera correntes marinhas, diminuindo precipitações e tornando a distribuição mais intensa. No litoral paulista o fenômeno foi intensificado pela serra e passagem de frente fria com ventos marítimos intensos, considerada "tragédia anunciada", já que modelos meteorológicos previram probabilidade de ocorrer um fenômeno deste porte na região, além disso, municípios, estados e governo federal não estão preparados às mudanças climáticas, necessitando planos de adaptação e mitigação". No Brasil, dados oficiais informam que milhões de pessoas vivem em áreas de risco à deslizamentos ou inundações devido especulação imobiliária, necessitando políticas publicas de resiliência urbana e déficit habitacional.
Pesquisa liderada pela Universidade de Oxford, que estudou na Somália efeitos do conflito, do clima e seca no deslocamento forçado, informa que um aumento de temperatura de 1°C pode causar aumento de dez vezes no número de pessoas deslocadas. Uma redução na precipitação de 50 mm por mês, segundo a pesquisa, pode fazer com que o deslocamento dobre, no entanto, enquanto o conflito leva a deslocamento significativo, em si, não causa mais conflito. A principal autora do estudo e pesquisadora associada do Instituto de Mudança Ambiental de Oxford e da equipe de Econometria Climática, Lisa Thalheimer, explica que "vidas dos pastores e agricultores na Somália estão desequilibradas e, um aumento de 1°C nas temperaturas sustentado ou freqüentemente recorrente ao longo de meses é suficiente para causar seca nos pastos e mudança no rendimento das colheitas" sendo que a pesquisa mostra que “mudanças de temperatura aparentemente pequenas tem impacto grande e forçam comunidades deixarem suas casas”. Em números, um aumento na temperatura mensal local de 1 °C levou a aumento eventual de aproximadamente 10 vezes, 1098%, no deslocamento esperado, se a precipitação média mensal caísse de 100 mm à 50 mm, os números previstos às populações deslocadas internamente na Somália dobrariam. A análise mostra que o conflito impulsiona deslocamento, cujo papel na migração forçada é de difícil entendimento podendo ser mascarado quando combinado com razões auto-relatadas à migração, como a seca, por exemplo. O estudo investigou se aumenta a probabilidade de conflito na região de destino devido a pressão sobre recursos escassos, alimentos e água potável, descobrindo que não foi o caso.
Moral da Nota: a administração dos EUA, anunciou que selecionará 11 organizações nos EUA para administrar US$ 550 milhões em doações à comunidades carentes para reduzir a poluição herdada e obter acesso a energia limpa. A EPA, Agência de Proteção Ambiental, financiará ONGs, incluindo grupos sem fins lucrativos, nações tribais e universidades, que servirão como doadores ao programa de doações para comunidades prósperas de justiça ambiental, em projeto de áreas sobrecarregados pela poluição do ar e água, parte de US$ 3 bilhões incluídos para concessões em bloco de justiça ambiental autorizadas pelo Congresso na Lei de Redução da Inflação, que impulsionará investimentos de US$ 369 bilhões em energia limpa e prioridades climáticas. Os programas ajudarão o governo americano atingir a meta de entregar 40% dos benefícios gerais dos investimentos federais no clima à comunidades desfavorecidas e, sub investidas, que tiveram problemas para acessar o apoio federal. A EPA lançou escritório focado nas necessidades de comunidades de baixa renda e minorias sobrecarregadas pela poluição e supervisionará a implantação dos US$ 3 bilhões em concessões de justiça ambiental.