Estudo da UCLA informa que a poluição por carbono dos incêndios florestais na Califórnia em 2020, apagou 16 anos de cortes de emissões de gases efeito estufa do estado. Liberaram 2 vezes a quantidade de emissões que o estado americano cortou entre 2003 e 2019, embora, ao contrário das emissões de combustíveis fósseis, podem ser reabsorvidas pela vegetação. Os incêndios foram os mais destrutivos já registrados no estado queimando 4,2 milhões de acres, matando dezenas de pessoas e destruindo milhares de casas. No entanto, estudo publicado na Environmental Pollution adiciona outra estatística que os incêndios liberaram 127 milhões de megatons de emissões de gases efeito estufa ou 2 vezes o total de cortes de emissões da Califórnia de 2003 a 2019. O co-autor do estudo Amir Jina, professor da Universidade de Chicago, avisa que “o que aconteceu em 2020 foi como um novo setor de emissões que surgiu do nada” esclarecendo que as emissões de incêndios florestais foram "tão grandes quanto seu principal setor de emissão, o transporte”. A Califórnia, líder nacional em política climática, lançando programas e regulamentos para reduzir emissões. incluindo exigências ao setor elétrico usar apenas energia livre de carbono até 2045 e o setor automotivo vender apenas veículos com emissão zero até 2035. Administra mercado de cap-and-trade de carbono que força grandes empresas reduzir emissões ou comprar licenças ambientais por sua poluição, no entanto, enfrenta aumento simultâneo na ferocidade dos incêndios florestais em meio ao clima em mudança, com cientistas afirmando que o calor recorde e a seca tornam a vegetação mais inflamável.
Pesquisadores previram que a mudança climática traria incêndios florestais duas vezes mais destrutivos que a média histórica em 30 anos e que os de 2020 tornaram essa hipótese realizada décadas antes. O Departamento de Florestas e Proteção contra Incêndios da Califórnia descreveu 2020 como um “cerco de incêndio”, com 18 de 20 incêndios mais destrutivos registrados no estado, emissões superando a geração de energia elétrica do estado e seu setor industrial de 2019. O diretor do programa de clima e energia da Universidade de Stanford, esclarece que emissões de combustíveis fósseis permanecem na atmosfera por milhares de anos e a maioria das emissões de incêndios florestais são eventualmente reabsorvidas pelo crescimento da vegetação em algum lugar do globo. O porta-voz do Conselho de Recursos Aéreos da Califórnia rejeitou que as reduções de emissões de combustíveis fósseis sejam eliminadas pelas emissões de incêndios florestais, avaliando que incêndios florestais quando ocorrem de maneira saudável, aumentam as taxas de sequestro de carbono e ajudam preservar os estoques de carbono germinando sementes, mobilizando nutrientes, diminuindo florestas muito densas e reduzindo o risco de incêndios florestais catastróficos. O estudo não levou em conta emissões que seriam absorvidas por qualquer rebrota futura de árvores e vegetação que queimaram em 2020 e, caso as árvores cresçam novamente ao longo de várias décadas poderão absorver carbono liberado pelos incêndios, mas isso não é garantido além de quanto essas emissões contribuirão às mudanças climáticas.
Moral da Nota: proprietários de casas na Califórnia poderão pagar taxas de seguro mais baixas por tomarem medidas para proteger as propriedades das mudanças climáticas. Regulamento da Califórnia exige que seguradoras ofereçam descontos a residentes e empresas caso protejam as casas contra incêndios florestais. Considerado pelo Departamento de Seguros como o primeiro desse tipo, tem como objetivos principais incentivar adaptação a incêndios florestais; mitigar aumento das taxas de seguro em áreas propensas a incêndios e fornecer aos consumidores informações e controle sobre como seguradoras respondem aos riscos climáticos nas comunidades locais. Exige que apresentem novas taxas de seguro incorporando estrutura de segurança contra incêndios florestais denominada “Safer from Wildfires”, que fornece às seguradoras e consumidores lista de ações que proprietários devem tomar para reduzir exposição a incêndios e evitar propagação do fogo para outras propriedades, como por exemplo, manter “zona resistente a brasas” de 1,5 metros ao redor das casas, atualizar janelas, limpar a vegetação sob decks e remover quaisquer edifícios combustíveis próximos, como galpões. A medida ocorre quando companhias de seguros aumentam prêmios em áreas de risco de desastres relacionados ao clima, como incêndios e inundações e até param de renovar apólices. Na Flórida, por exemplo, o Legislativo finalizou regulamento em 2005 que exige descontos das seguradoras de imóveis residenciais a clientes que moram em casas mais resistentes a furacões ou que tomaram medidas para proteger suas casas de tempestades. No Oregon, as autoridades divulgaram mapa de risco de incêndio florestal que oferecia ao público visão detalhada do risco de incêndio no estado incentivando adaptação e aumento da conscientização sobre quais municípios e propriedades enfrentam maior ameaça. No entanto, moradores levantaram preocupações que a ferramenta designava incorretamente classes de risco de suas propriedades o que poderia resultar em taxas de seguro mais altas.