O termo "descentralizado" leva a pensar que DeFi, finanças descentralizadas, não está sob controle de nenhuma parte ou entidade única operando em função de grande e disperso número de indivíduos. A "descentralização" pode significar uma variedade de coisas na criptografia e, DeFi não é exceção a esse respeito, com plataformas DeFi mais descentralizadas do que outras enquanto algumas são descentralizadas de maneiras diferentes. O Diretor de Marketing e Co-Head Global Fintech da ConsenSys, nos esclarece que o termo "descentralizado" tem diferentes significados e “no caso do DeFi, a descentralização se refere ao software que roda na rede blockchain e não é centralizado em software financeiro, executado por uma parte específica”. Diz que na linguagem da indústria criptográfica, produtos como Maker, MKR, e Uniswap são sem confiança, sem permissão e sem custódia “permitindo interação nativa com instrumentos financeiros blockchain e funções que os transformam, por exemplo, em colateralização e derivativos.” A descentralização no DeFi como em outras áreas da criptografia, pode vir da governança do protocolo e mudanças que acontecem nesses protocolos sendo que “o mecanismo pelo qual descentralizam é o compartilhar tokens de governança que funcionam como compartilhar votos no conselho.” O grau de descentralização da governança, segundo o diretor da Consensys, varia de projeto para outro em que “alguns têm grande controle sobre sua direção, outros são governados por investidores de capital de risco e outros têm comunidades mais amplas que votam em mudanças como um projeto de código aberto.”
Nesta ideia, a Aave iniciou o processo de implantação de seu próprio token de governança, AAVE, como parte em torná-la totalmente autônoma, com transições semelhantes à autonomia e governança de usuários em andamento com Synthetix, SNX, e Maker. Conforme relatado, a Fundação Synthetix foi desativada e o protocolo está sob o controle de três organizações autônomas descentralizadas distintas, mudança, com mais poder nos detentores de tokens SNX e, ao mesmo tempo, fornece mecanismo para proteger os detentores de tokens de conluio e censura. Já a Compound lançou sistema on-chain que “distribui continuamente e livre tokens COMP à usuários do protocolo”, etapa final, no processo de descentralização da plataforma. De acordo com a Aave, "o Uniswap V1 é o mais descentralizado pois ninguém pode controlá-los, os outros são propriedade da comunidade por tokens de governança com mais ou menos peso da equipe em termos de participações de tokens”.
Moral da Nota: o diretor da ConsenSys explica que pode haver plataformas DeFi com algum grau de centralização, dependendo de qual aspecto da arquitetura está sendo examinado, textualmente diz que, “pode-se ter uma rede descentralizada com um produto financeiro sem permissão usado por qualquer pessoa em qualquer lugar, podendo ser construída e administrada por um partido com controle centralizado”, daí, acrescenta que, também pode ter um produto financeiro tradicional em uma bolsa centralizada como a Nasdaq, “com uma ampla comunidade de propriedade, como ações”. Exemplos como da carteira de interoperabilidade InstaDApp como produto descentralizado que não é particularmente descentralizado, quando se trata de governança do próprio desenvolvimento, não tendo seus próprios tokens usuários não têm como influenciar diretamente sua evolução. A Flexa, FXC, Listado pelo DeFi Pulse como a 11ª maior plataforma ‘DeFi’ em valor total bloqueado, é aplicativo de carteira de custódia que permite gastar bitcoin, BTC, ethereum, ETH, e outros criptoassets, não parecendo nada particularmente descentralizado sobre como ele opera ou como seu desenvolvimento é governado, embora baseado em código aberto.