domingo, 5 de setembro de 2021

Mobilidade elétrica

Em 2020, Bogotá adicionou 406 ônibus elétricos à frota de transporte público, em linha pela busca por aumentar mobilidade com uso de energia limpa e não fóssil.  O relatório do Programa do Nações Unidas para o Meio Ambiente, PNUMA, avisa que em decorrência a covid-19, planos de recuperação são oportunidade aos países da América Latina e Caribe acelerarem a transição à mobilidade elétrica,  corroborando que “se países e empresas aproveitarem o contexto, transformações abrirão caminho à mobilidade sustentável com matriz energética limpa” segundo o coordenador regional de Mudanças Climáticas do Pnuma. O relatório “Mobilidade Elétrica: Avanços na América Latina e Caribe” mostrou que o setor fortalece à medida que usuários optam por transporte mais limpos e "na medida que governos aumentam a ambição nos compromissos climáticos e delineam políticas para cumprir objetivos do Acordo de Paris" em conter o aquecimento global não superior a 1,5 ºC em 2050 comparado a era pré-industrial. México e Brasil são pólos de produção e exportação de veículos e, construíram nos últimos anos, 10% dos veículos no mundo e juntos meio milhão por mês, empregando no México 900 mil pessoas e mais de 500 mil diretamente no Brasil.

Os transportes respondem na região por 15% das emissões de gases de efeito estufa, que contribuem ao aquecimento global, uma das principais causas da poluição do ar. O relatório do PNUMA informa que 27 dos 33 países da região priorizam transporte como elemento central, visando atingir metas do Acordo de Paris em reduzir emissões de gases incluindo o CO2. No entanto, não têm metas de curto e médio prazo para encerrar comercialização de veículos a combustão, embora em 2020, tenha crescido esforços em estratégias de mobilidade elétrica. Argentina, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua e Paraguai mostram processo de elaboração dos planos, enquanto Chile, Colômbia, Costa Rica, Panamá e República Dominicana já publicaram as respectivas políticas nacionais. O transporte público urbano é prioridade na mobilidade regional com maior utilização de ônibus per capita, uma das mais urbanizadas do mundo já que 80% de seus habitantes vivem em cidades. O PNUMA crê que medidas restritivas consequente a pandemia, quando relaxadas, e o posterior retorno à normalidade seja através da utilização de transporte público sustentável. 

Moral da Nota: Bogotá é na América Latina destaque pelo maior avanço na eletrificação do transporte coletivo em 2020 com a aquisição de 406 unidades, e o México que acrescentou 193 trólebus. No Caribe, Barbados, com população de 300 mil habitantes, colocou 33 ônibus elétricos em circulação em Bridgetown. O relatório informa que se as atuais tendências continuarem, em 2025 mais de 5 mil ônibus elétricos serão implantados anualmente nas cidades latino-americanas. Na Costa Rica o registro de carros elétricos cresceu 77% em 2020 e o de motocicletas e similares aumentou 36%. No Peru a importação de motocicletas elétricas aumentou 220% em relação ao ano anterior. O relatório destaca que países da região inovaram no desenvolvimento de modelos de negócios permitindo superar elevados custos iniciais de eletrificação e reduzir riscos financeiros associados, insistindo que é crucial gastos e investimentos em transporte  direcionado à soluções mais limpas de longo prazo, como parte dos planos de recuperação econômica e profunda meditação em relação aos subsídios relacionados aos combustíveis fósseis.