sábado, 12 de junho de 2021

Prudência e sabedoria

O símbolo da Medicina é a serpente enrolada no chamado bastão de Esculápio ou Asclépio, nome do deus que simboliza a atividade na mitologia grega. O bastão de Esculápio não deve ser confundido com outros símbolos do mesmo tipo como o caduceu de Hermes ou a taça de Hygeia. A mitologia grega colocou Esculápio como deus e mais tarde adotou o chamado “caduceu”, precisamente, bastão de Esculápio em torno ao qual uma cobra é enrolada como símbolo do deus da medicina e com o poder, segundo a tradição, de curar todos os males. A serpente representa ideias que se relacionam ao ato de cura com a troca de pele, por exemplo, representando a renovação ou renascimento, característica comparada a cura, com o veneno simbolizando o antídoto, remédio podendo representar o bem e o mal ou saúde e doença. Simboliza ainda o poder, a sabedoria, a ciência e a transmissão do conhecimento, significados comuns na antiguidade, quando cobras eram animais cultuados pela sociedade.

Esculápio, médico renomado, atuou na Grécia em 1200 AC surgindo ainda na Ilíada de Homero antes de tornar-se deus da medicina quando Zeus o mata, em consequência se transforma em constelação no formato de cobra. Reza a lenda que ressuscitava os mortos e ao visitar pacientes, a serpente subiu e se enrolou no cajado e por lá ficou, daí, o bastão de Esculápio representar a árvore da vida e o ciclo de morte e renascimento também simbolizando poder. O bastão de Esculápio simboliza ainda o viajante e o médico que divulga a ciência pelo mundo e pela capacidade de mudar de pele a cobra torna-se símbolo da vida e vigor, ao passo que o espelho acima do bastão simboliza prudência e sabedoria. A lenda de Esculápio diz que foi arrancado do ventre de Corônis, decorrente morte materna, e entregue ao centauro que lhe ensinaria a arte da cura através de plantas medicinais e ainda menino, aprendeu muito rápido e seus conhecimentos tornaram-se superiores ao do mestre.

Moral da Nota: o caduceu médico não deve ser confundido com o caduceu de Hermes, bastão coberto de folhas de louro e em torno do qual encontramos duas cobras, cajado que representa a união do céu e da terra de origens sumérias mais antigas que o cajado de Esculápio. O bastão de Esculápio não deve ser confundido com a taça de Hygeia da mitologia grega, utilizado desde 1942 pelas profissões farmacêuticas podendo substituir a cruz verde. O caduceu de Hermes possui duas serpentes entrelaçadas no bastão e duas asas na parte superior do cajado, símbolo representativo aos romanos como forma de equilíbrio moral e boa conduta, tornando-se posteriormente símbolo das Ciências Contábeis e do comércio. Importante diferenciar tais simbologias pois muitos atribuem o caduceu à Medicina, confusão que não deveria ocorrer porque o próprio Código de Ética da Medicina fala “a Medicina não pode, em qualquer circunstância ou de qualquer forma, ser exercida como comércio” (art. 9º).