Considera-se passo necessário, avanço na digitalização das sociedades, a identidade digital autogerenciada. Identidade digital autossoberana descentralizada, Self-Sovereign Identity, SSI, se insere na ideia de promover tecnologias exponenciais abertas ao desenvolvimento das sociedades. Neste modelo, os dados não serão armazenados, coletados e processados pelas grandes corporações ou governos, mas pelo usuário ou organização capaz de manter controle da identidade e independência de intermediários.
Relatório publicado em 2020 indica que o movimento SSI ainda jovem, ganha corpo e significado na América Latina através de projetos no Brasil, México, Espanha, Argentina e Colômbia. O projeto concluiu em outubro 2020 prova de conceito na primeira fase, iniciando a segunda em novembro, com meta de implantar a solução até maio de 2021. A iniciativa denominada Dalion permitirá que o usuário tenha identidade digital autogerenciada única, descrevendo projetos realizados em 10 países da região. A Iberoamerican Blockchain Alliance, Blockchain Espanha e a organização sistema de identidade digital auto-soberano SSIMeetup, apresentaram o relatório “O ecossistema de identidade digital descentralizada no mundo ibero-americano”, compilando lista de iniciativas e casos de uso com apoio da tecnologia criptoativa ou blockchain. A atividade de SSI na região, cita Brasil, Argentina, Colômbia e México como os países latino americanos com maior atividade em identidade digital descentralizada. No Brasil, são citados como projetos desenvolvidos, Identity Tech, BlockIoT e eID +., oferecendo serviços DLT na área da identidade digital, na administração pública e empresas privadas. No México, a iniciativa do Tecnológico Monterrey desenvolve caso de uso de identidade digital descentralizada em Educação. Na Argentina, se destacam iniciativas como o projeto DIDI da Fundação Bitcoin Argentina e do BID. Na Colômbia, a digitalização do Registro Civil Nacional e identificação da população colombiana realizado pelo IDEMIA desde 2017 emerge com destaque. Na Espanha, 10 empresas incluindo bancos e empresas de energia, trabalham no desenvolvimento de sistema de identidade digital autogerenciada via blockchain.
Moral da Nota: a variedade de soluções na Espanha lideradas pela Alastria ID em plataforma pública blockchain como Ethereum, cujos serviços são agregados em plataformas de identidade, projetos de pesquisa com financiamento público e casos de uso em instituições educacionais. O prefácio do relatório, explica que identidade digital sob o rótulo de “identidade auto-soberana”, Self-Sovereign Identity ou SSI, é concebida como conjunto de características e dados próprios que diferenciam alguns indivíduos de outros. Atualmente um conjunto de modelos e soluções tecnológicas à gestão e tratamento desta informação pessoal, são tratados de forma centralizada e descentralizada. Na modalidade descentralizada a tecnologia de razão distribuída, DLT, é explorada por sistemas de identidade soberana blockchain para registro de identificadores descentralizados, DIDs, acessados sem necessidade de um diretório central. Pela amplitude do conceito os autores estabeleceram diferenças entre projetos, desta forma, existe os que operam como soluções de autenticação com tecnologia blockchain ou aspiram descentralização. Da mesma forma, os que usam plataformas SSI como uPort, Sovrin, Learning Machine ou Veres.One foram estudados e consideradas iniciativas que aspiram ser plataformas SSI, além dos que utilizam soluções em plataformas SSI para levar identidade digital aos casos de uso.