Entre nós alavancar na sociedade a tecnologia da contabilidade distribuída parece empreitada com obstáculos como a disseminação do conhecimento, a dificuldade de compreensão da tecnologia e atratividade baixa ou pouca ambição empreendedora; fato mundial. O setor financeiro digital encontra no setor mais esclarecido da sociedade, por questões evidentes, terreno fértil à expansão, verdade inconveniente, impactando de modo limitado no segmento social menos favorecido. A sociedade, parece quase consenso, não é de livre conocorrência decorrente a existência de cartéis setoriais, forte presença estatal em setores variados, mais por necessidade que ambição de domínio da produção. O conceito de liberdade de mercado ou livre concorrência, parece deturpado quando o maior produtor agrícola do mundo importa para equilibrar o mercado. Recentemente os russos lançaram um plano de expansão do plantio de soja, milho e trigo focado no mercado chinês, ressalvando que o volume exportado será retirado do excedente do consumo interno; por lá parece que o preço em dólar no mercado internacional não vale contra, só a favor. Por aqui, constata-se que política de preços parece domínio do atravessador alocado em cartéis, não do mercado, estabelecendo níveis de inflação em critérios baseados na deturpação da utilização da liberdade de comércio.
Soluções entre nós foram tentadas com resultados pífios nos diferentes ciclos econômicos que vivemos. A digitalização da economia em escala poderá não acabar com o atravessador, no entanto, coloca a economia em estágio mais evoluído aproximando produtor do consumidor, estimulando a verdeira concorrência. Quando nosso maior banco de varejo e fomento, financiador maior agrícola de grandes, médios e pequenos produtores, ocupar o espaço entre produtor e consumidor via tecnologia digital P2P decerto escalaremos novos tempos. No caso dos pequenos e médios produtores o desenvolvimento de plataforma de negociação P2P, associada a trabalho de educação do produtor no manejo de Dapps de compra e venda de mercadoria, formação de preços em realidade com o campo, adquirindo escala, protegerá a produção pela conexão digital direta produtor/comprador, atacadista/varejista, podendo em futuro dependendo da aceitação e escala, impactar na inflação, valorizar o produto e formar preço adequado na relação produtor e consumidor.
Moral da Nota: certamente a maior barreira é cultural, o campo em relação ao pequeno e médio produtor ainda é semi artesanal devendo visualizar vantagem em novo patamar. Nosso maior financiador agrícola, o Banco do Brasil, tem espaço para desenvolver via economia digital a busca direta de comprador ao produto agrícola, como a IBM fez na pandemia nos EUA através do rastreamento da rede de suprimentos encontrando para a maior rede hospitalar americana o melhor vendedor do produto em queda no estoque a preços adequados; tudo via digital.