sábado, 27 de junho de 2020

Choque Econômico e Clima

Cientistas monitoram a atmosfera no Havaí em busca de sinais de como o Covid 19 impacta o choque econômico, retardando em mais de 60 anos o aumento dos níveis de CO2 que aquecem o planeta. Estima-se que o uso global de combustíveis fósseis diminuirá 10%/ano impactando concentrações de CO2, mesmo assim, diferença de 0,5 partes/milhão. Concentrações de carbono "se aproximaram do pico de 2019" com 415 partes/milhão em março e grandes oscilações diárias, se mantidas, alinham com o recorde julgado como média mensal de 414,7 ppm em maio de 2019. Mauna Loa no Havai com 3.397 metros abriga a Curva Keeling acompanhando o aumento das concentrações de CO2 desde 1958, amplamente visto como medida mais icônica do impacto da humanidade no clima global.
A crise financeira de 2008-09 ou o colapso da URSS em 1991, não causaram  queda perceptível da concentração de CO2 enquanto a ascensão econômica da China neste século mudou o padrão da curva de aquecimento. O IPCC informa que os níveis de CO2 aumentaram 270 ppm em relação a era pré Industrial, os mais altos em 800 mil anos. O pico anual das concentrações de CO2 ocorre no final do inverno no Hemisfério Norte onde América do Norte, Ásia e Europa compõem a maioria das massas terrestres do planeta. Ao passo que com a chegada da primavera, o crescimento vegetal absorve CO2 atmosférico reduzindo ligeiramente os níveis.
Moral da Nota: o monitoramento dos níveis de CO2 na estação Zeppelin na Noruega, montanha da ilha ártica de Svalbard, não aponta para cima com a chegada das estações mais quentes. Svalbard, por exemplo, "foi mais fria no inverno em relação aos últimos 10 anos" com mais gelo nos mares próximos bloqueando liberação de CO2 no ar. Falando ao Climate Home News sobre o impacto do coronavírus, Ralph Keeling, professor do Scripps Institution of Oceanography em San Diego e filho de Charles Keeling criador da curva que mede a quantidade de CO2 expelida na atmosfera, disse que "nunca houve um choque econômico como esse na história da curva".
Rodapé: dados do estudo da Federação Europeia de Transportes e Ambiente, T&E, informa que o carro elétrico emite menos 66% de CO2 que o movido a diesel e menos 68% que o movido a gasolina. Comparando automóveis elétricos e a combustão de 2020 com vida útil de 225 mil kms, conclui-se que emissões totais dos carros elétricos seriam de 18,1 toneladas de CO2 enquanto carros a diesel emitiriam 52,5 toneladas e a gasolina 57 toneladas.