sexta-feira, 17 de abril de 2020

Zoom e blockchain

Falhas de segurança do Zoom, abrem espaço à redes de comunicação blockchain com chamadas permanecendo privadas. A plataforma de videoconferência com 200 milhões de usuários diários em fevereiro contra 10 milhões em dezembro, executa desde conferências virtuais à festas de aniversário online na tentativa de permanecer sociável no momento de quarentena. O Zoom, alternativa à reuniões presenciais, apresentou falha de segurança oculta no sistema após súbito aumento de usuários diários, deixando vídeos pessoais visíveis na web. Além de acesso a vídeos "privados" do Zoom, foram comprommetidas informações de identificação pessoal, endereços de e-mail e senhas. O problema dos serviços de comunicação como o Zoom é utilização  de mecanismos centralizados de armazenamento de dados. A melhor maneira de disponibilizar universalmente serviços de comunicação de alta segurança é através da blockchain, evitando o controle centralizado e removendo o elo mais fraco da equação, os terceiros.
Nesta ideia surge a rede de comunicações blockchain chamada Debrief, diverso dos aplicativos de vídeo convencionais, é rede blockchain de código aberto com construção de aplicativos de comunicação criando nível mais alto de segurança relacionada a informações pessoais dos usuários. O Debrief, diferente do Facebook Messenger ou Hangouts do Google, criptografa mensagens por padrão e não retém informação dos usuários em seus servidores, incluindo mensagens e catálogos de endereços pois são descentralizados e, caso os servidores sejam invadidos, não poderão descriptografar as mensagens armazenadas. O Debrief foi construído para transações rápidas e privadas, diferente das cadeias públicas tradicionais como Ethereum a infraestrutura foi construída garantindo conexões rápidas e confiáveis para comunicação. Contém um componente Middleware de código-fonte aberto, permitindo que aplicativos centralizados como o Zoom utilizem a blockchain do Debrief “inserindo seu código no código Debrief”. A Debrief Testnet, lançada em fevereiro de 2020 e o lançamento da MainNet esperado no quarto trimestre deste ano, deverá ter lançamento público do Middleware projetado para o mesmo período. Trata-se de aplicativo descentralizado construído na rede Debrief, com DApp fornecendo videoconferência HD, chamadas de áudio e vídeo ponto a ponto, mensagens, armazenamento de arquivos descentralizado e etc. A versão beta do Debrief registrou de 1,2 milhão de transações de 3 mil usuários.
Moral da Nota: desafios regulatórios e de padrão de dados podem dificultar adoção de rede de comunicação blockchain. Artigo da Telecoms Tech destaca esses desafios afirmando: “o setor de telecomunicações atual adere um conjunto de padrões de dados, estruturas e infraestrutura de transmissão. Como tal, trazer aplicativos blockchain para essa estrutura existente apresenta desafios significativos.” A ação do YouTube contra canais relacionados a criptomoedas fez com que criadores de conteúdo pesquisassem alternativas sem censura, recorrendo a versões descentralizadas de plataformas populares. Por falar em Youtube, o Ministério português da Educação fez parceria com o YouTube e a empresa portuguesa Thumb Media, permitindo professores disponibilizarem aulas e conteúdos na plataforma. A iniciativa junta-se ao projeto #EstudoEmCasa e os canais disponibilizarão 'on demand' conteúdos que serão emitidos na televisão e smartphone.
Entrelinhas: o iQiyi, plataforma de vídeo da Baidu, integrou DLT aumentando velocidade de buffer, diminuindo congestionamento da rede e consumo de energia. A parceria estratégica com a NKN, New Kind of Network, permite ao iQiyi o protocolo de conectividade de rede ponto a ponto da NKN alavancando tecnologia blockchain, através de computação de borda ou estrutura de computação distribuída preenchendo lacuna entre aplicativos corporativos e fontes de dados como IoT, servidores de borda locais e outros, melhorando tempos de resposta, disponibilidade de largura de banda etc. O Baidu lançou ainda o BBE, Baidu Blockchain Engine, permitindo desenvolvimento de aplicativos descentralizados para dispositivos móveis em computação em nuvem, inteligência artificial e big data. Graças à computação de ponta, segundo o Gartner, 75% dos dados até 2025 serão processados ​​fora dos datacenters ou em nuvens tradicionais.