domingo, 15 de março de 2020

NOAA e a Groenlândia

A NOAA, Administração Nacional Oceânica e Atmosférica, em boletim sobre o Ártico informou que a temperatura média anual da superfície do solo entre 2018 e 2019 foi a segunda mais quente em 119 anos. O gelo da Groenlândia lança 267 bilhões de toneladas métricas anuais enquanto o permafrost ou terras eternamente geladas, libera 300/600 milhões de toneladas de carbono líquido na atmosfera anualmente. A extensão do gelo de inverno, teve baixa recorde e as temperaturas no verão na superfície do mar em 2019 foram 1/7ºC mais quentes em relação a outras regiões árticas. O relatório informa que “a pesca nos mares de Bering e Barents mudou a distribuição de espécies subárticas e de peixes do Ártico pela perda de gelo marinho e mudanças na temperatura da água do fundo”
A revista Hakai informa decorrente retirada do gelo marinho, o bacalhau do Ártico de temperaturas abaixo de 4°C, migra ao norte. Sua ausência, faz novos peixes preencherem seus nichos como o capelim  que substituiu o bacalhau como forrageiro de aves marinhas na Baía de Hudson. No mar de Barents peixes subárticos como o cantarilho de bico e salpicos longos e irregulares, mudam ao norte e a lança de areia do Pacífico, fonte de alimento para espécies marinhas comercialmente importantes, têm posição no Mar de Beaufort. De acordo com estudo da Agência Espacial Européia (ESA) e da NASA, taxas de aquecimento global em perda de massa gelada na Groenlândia foi de 25 bilhões de toneladas/ano nos anos 90 para os atuais 234 bilhões de toneladas/ano. O gelo da Groenlândia derrete em média sete vezes mais rápido hoje do que no início do período do estudo e contém água suficiente para elevar o nível do mar em 24 pés ou 7,4 metros. A Nature com dados de satélite avaliando como a Groenlândia contribuiu no aumento do nível do mar entre 1992 a 2018, prevê que 70 a 130 mms ou 3 a 5 polegadas no aumento do nível do mar em 2100. O manto de gelo da Groenlândia é um dos principais contribuintes no aumento global do nível do mar, embora os aumentos no fluxo da geleira no derretimento da superfície tenham sido causados ​​pelo aquecimento oceânico e atmosférico. 
Moral da Nota: a Groenlândia perdeu 339 bilhões de toneladas de gelo entre 1992 e 2018 com o nível médio do mar subindo 10,6 mms. Entre 2013 e 2017 a taxa total de perda de gelo diminuiu para 217 bilhões de toneladas/ano em média, uma vez que a circulação atmosférica favoreceu condições mais frias e as temperaturas do oceano caíram. As perdas acumuladas da Groenlândia como um todo, estiveram próximas às taxas previstas pelo IPCC prevendo aumento adicional de 50 a 120 mms do nível do mar global até 2100 em comparação com a estimativa central.