segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Agricultura digital

O Centro de Cooperação Agrícola e Rural (CTA), instituição internacional que promove o trabalho de pequenos agricultores em países da África, Caribe e Pacífico, combatendo pobreza pela modernização agrícola e promovendo o compartilhamento do conhecimento e da inovação, avisa que a digitalização deverá mudar o setor agrícola africano. Abrange tudo, desde assistência via mensagens de texto a resposta de voz interativa. Inclui aplicativos móveis com conteúdo de informação multimídia aos agricultores sobre insumos agrícolas e orientações aos consumidores. Fala em drones e sistemas de satélite, informando sobre atividades, colheitas, tempos de plantio ou tipos e quantidades de insumos a serem usados.
Em Gana por exemplo, plataformas online como Esoko, Farmerline e Trotro Tractor, fornecem serviços aos agricultores, enquanto o projeto do CTA “Transformando a agricultura na África, olhos no céu, tecnologia na terra”, apóia o uso de drones via Ziongate com Serviços Geoespaciais e de Pesquisa. O número de agricultores inscritos em serviços digitais aumentou nos últimos três anos entre 40 e 45% ao ano, sendo a renda anual agrícola com suporte digital da ordem de 140 milhões de dólares. Tecnologias digitais criam empregos agrícolas aos jovens, promovendo atividade econômica e melhorando a segurança alimentar. Pequenos agricultores e populações rurais, acesando menos de dois acres de terra e produzindo mais de 80% dos alimentos na África Subsaariana, aproveitam os benefícios fornecendo serviços que geram 90 euros de renda/ano/agricultor. 
Moral da Nota: pequenos agricultores enfrentam barreiras políticas, econômicas, sociais, culturais e institucionais. Têm acesso limitado a informação, mercado, capital, posse da terra e insumos agrícolas básicos como fertilizantes ou sementes. Na África, políticas governamentais e prioridade a acumuladores estrangeiros de terras, aumentam o desafio a pequenos agravando questões ambientais como erosão do solo e mudanças climáticas. Etiópia, Gana e Sudão do Sul tornaram-se centro de acordos em terras estrangeiras. Secas, aumento da temperatura e El Niño empurraram no Quênia, Etiópia e Somália 13 milhões de pessoas à assistência humanitária, enfraquecendo a capacidade dos benefícios da revolução digital. Além de conectividade limitada nas áreas rurais, os agricultores que se conectam nem sempre tem dinheiro em acessar serviços, limitando produção e lucros, prejudicando o desenvolvimento rural. A digitalização aumenta acesso a informações e recursos na busca de soluções, portanto, promissoras aos pequenos agricultores. O governo chinês é parceiro do Alibaba na digitalização da agricultura, além de portais Web de serviços móveis que beneficiam agricultores com orientações e capital, aumentando produtividade e renda.