segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Conexões

Documentos do Panamá Papers indicam que parte do investimento estrangeiro em pecuária e soja na Amazônia além de pesca ilegal e desmatamento são oriundos de paraísos fiscais como Panamá, Ilhas Cayman ou Bahamas. Entre 2000 e 2011 68% do capital investigado de empresas de soja e carne na Amazônia foi transferido de paraísos fiscais. 
O Centro de Resiliência de Estocolmo (SRC) utilizando dados da Interpol, FAO e big data pesqueiro, avisa que há conexões entre Paraísos fiscais e danos ao meio ambiente. O estudo publicado na Nature Ecology & Evolution quantifica o capital estrangeiro presente no desmatamento amazônico via pecuária e soja. Utlizando dados do Banco do Brasil, mostrou que 23,5 bilhões de euros entre 2000 e 2011 se destinaram a empresas de pecuária e soja, sendo 16 bilhões oriundos sob a liderança das Ilhas Cayman.
Moral da Nota: Vítor Galaz, autor do estudo, afirma textualmente: "No Brasil e na economia como um todo até 2011, 17% do capital estrangeiro veio de paraísos fiscais e nos setores pecuário e soja são 68%." Enquanto Javier Gódar, estudioso dos agentes por trás do desmatamento da Amazônia, avisa que "os paraísos fiscais são um veículo para economizar dinheiro, mas as pessoas não podem simplesmente colocar o foco lá e esquecer o que fazem seus governos, bancos, fundos de pensões, poupança privada, etc."