Aquecimento Global pode chegar a 2,5°C ainda neste século em prevalecendo as atuais políticas, é o que nos alerta o Relatório Climático da ONU podendo fazer diferença iniciativas de reflorestamento mais que cerimoniais, integradas a meios locais de subsistência além de criação de grupos comunitários de proteção florestal, empoderamento de jovens via programas de emprego verde e vinculação de incentivos ao plantio de árvores à proteção de bacias hidrográficas. Instituições de ensino devem, segundo o relatório, tornarem-se centros de aprendizagem ambiental através de campanhas na mídia, currículos escolares e estruturas de governança local promovendo responsabilidade ecológica, deste modo, a proteção ambiental fará parte da consciência social em vez de diretriz governamental. A meta de 1,5 º C será ultrapassada significando mais inundações mais secas e assim por diante, além de ameaça à pontos de inflexão com consequências irreversíveis, com o secretário geral enfatizando "triste verdade que não conseguimos manter o aquecimento global abaixo de 1,5 ºC", com as emissões globais continuando aumentar em 2024, a OMM avisa que aumentaram ainda mais que em qualquer outro momento desde o início das medições em 1957. No que diz respeito ao Brasil, o diretor alemão do Greenpeace, Martin Kaiser, alerta que, se o desmatamento aumentar pontos percentuais, a floresta tropical se transformará em savana e "o clima global entrará em colapso e, sem proteger a Amazônia não há proteção climática, verdade científica quanto inconveniente" considerando que áreas florestais como da Amazônia são reservatórios naturais de gases efeito estufa e, o que está lá contido, não polui o clima.
Guerras e outras crises cresceram como prioridades de muitos governos e quase em todos os lugares os cofres estão apertados, além do lobby petrolero e gás buscando desacelerar transição energética, com o presidente norte americano como aliado e, com a saída dos EUA, há falta de dinheiro tanto às conferências da ONU quanto ao apoio à proteção climática e adaptação ao aumento das temperaturas e suas consequências, importante aos países mais pobres. Muitos não fizeram sua parte contrariando compromissos assumidos, apenas parte apresentou novos planos de proteção climática até 2035 insuficientes para conter a crise, com Simon Stiell, dizendom "precisamos agir, rápido". Laura Schafer, chefe do departamento de Política Climática Internacional da organização Germanwatch, avalia que a adaptação é o principal item da agenda oficial necessitando indicadores que tornem o progresso mensurável e, "para isso, países pobres e vulneráveis precisam de clareza e confiabilidade sobre como receberão apoio financeiro às medidas de proteção climática para lidar com as consequências." A UE por muito tempo vista como defensora de maior ambição, só concordou com a meta climática para 2035 prevista no último minuto, agora quer atingir suas metas de redução de emissões de até 5 % até 2031 através de certificados climáticos emitidos no exterior, com Niklas Hohne, do Instituto NewClimate, descrevendo como retrocesso que torna menos provável que consigamos atingir neutralidade climática até 2050, agora a UE permite certificados que havia excluído da meta à 2030 devido dúvidas sobre confiabilidade. Por fim, especialistas concordam que, sem o acordo, o mundo estaria em situação pior, ou, seja, aquecimento global de 4º C a 5 º C, como previsto antes, com Hohne referindo-se à rápida expansão das energias renováveis dizendo que o mundo mudou e continuará mudando "o Acordo de Paris sobre o Clima colocou algo em movimento e não pode ser interrompido".
Moral da Nota: o aquecimento global impulsionado pela geração de energia a carvão nas principais economias industrializadas aqueceu o planeta além dos limites de segurança, com EUA, China e Índia entre os maiores emissores de carbono acelerando o derretimento das geleiras no Himalaia e adicionando umidade à atmosfera, excesso, que retorna na forma de tempestades, aumentando frequência e intensidade das inundações no sul da Ásia. No entanto, o Sul da Ásia oferece modelos de ação ambiental liderada pela comunidade como no Rajastão, Índia, a vila de Piplantri, planta 111 árvores à cada menina que nasce, transformando a paisagem árida em floresta viva e, ao mesmo tempo, empodera as mulheres, iniciativa que une proteção ambiental e responsabilidade social, levou ao plantio de mais de 350 mil árvores revitalizando águas subterrâneas e biodiversidade. O modelo de “Vila Inteligente ao Clima” do Nepal oferece exemplo de resiliência e, via reflorestamento, captação de água da chuva e agricultura sustentável, as comunidades nepalesas se adaptaram às mudanças climáticas melhorando meios de subsistência, que poderiam orientar o Paquistão no desenvolvimento de zonas rurais resilientes ao clima particularmente em regiões como Swat, onde a degradação ambiental ameaça subsistência e cultura. Embora contribua minimamente às emissões globais, o Paquistão está entre os mais vulneráveis as mudanças climáticas, com o Vale do Swat no noroeste do país, antigo reduto do Talibã, conhecido como Suíça do Paquistão devido montanhas cobertas de neve, fica a 247 km da capital Islamabad. Swat é cidade natal da Prêmio Nobel, Malala Yousafzai, que sobreviveu a tiro disparado pelo Talibã em 2012 por ousar defender educação às meninas e, nos últimos anos, o rio se tornou fonte de destruição inundando vilarejos e levando solo fértil que antes sustentava famílias, decorrente desmatamento descontrolado despojou Swat de proteção natural com redução das florestas amplificando enchentes deslizamentos de terra e carregando lodo e detritos rio abaixo, com registro entre 249 e 306 incêndios florestais danificando 1.918 hectares de floresta. Por fim, Swat precisa de planejamento resiliente às mudanças climáticas com sistemas de alerta precoce, leis de zoneamento ecológico e projetos de restauração de bacias hidrográficas para salvaguardar a população e seu patrimônio natural, embora os desafios enfrentados por Swat não sejam isolados refletindo padrão mundial.