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domingo, 19 de outubro de 2025

Crise Climática

A OMM, Organização Meteorológica Mundial, avalia que mudanças climáticas causam danos no ciclo hídrico mundial com o calor recorde de 2024 levando a secas prolongadas e inundações extremas no mundo, tornando o ciclo hídrico cada vez mais errático resultando em oscilações extremas entre dilúvio e seca, enquanto o ciclo hídrico global torna-se cada vez mais imprevisível com o encolhimento das geleiras, secas, bacias hidrográficas desequilibradas e inundações causando estragos. No Punjab, Paquistão, 2 milhões de afetados enfrentam as piores enchentes de sua história, no Iraque rios estão secando levando a nação ao colapso hídrico, com a chefe da OMM, Celeste Saulo, em declaração no lançamento do relatório anual State of Global Water Resources, esclarece que, "os recursos hídricos do mundo estão sob crescente pressão e, ao mesmo tempo, perigos mais extremos relacionados à água tem impacto crescente sobre vidas e meios de subsistência". Neste contexto, o Paquistão é o país mais recente a ser devastado por enchentes em 2025, com o grupo internacional de cientistas avaliando disponibilidade de água doce e armazenamento de água no mundo incluindo lagos, fluxo de rios, águas subterrâneas, umidade do solo, cobertura de neve e derretimento de gelo, considerando que em 2024 foi o mais quente registrado, segundo o relatório, levou a secas prolongadas nas partes do norte da América do Sul, Bacia Amazônica e sul da África, além de partes da África Central, Europa e Ásia, que lidam com clima mais úmido que o normal atingidas por inundações ou tempestades mortais.Em nível global, a OMM esclarece que 2024 foi o 6º ano consecutivo com "claro desequilíbrio" nas bacias hidrográficas do mundo, afirmando que "dois terços têm excesso ou falta de água refletindo o ciclo hidrológico errático" demonstrando que o mundo apresenta ciclos naturais de variabilidade climática de ano à ano, com as tendências de longo prazo descritas no relatório indicando que o ciclo da água, em escala global, se acelera, com Stefan Uhlenbrook, diretor de hidrologia da OMM na divisão de água e criosfera, avisando que os cientistas consideram "cada vez mais difícil prever". Neste contexto, a agência de notícias semioficial Tasnim informou que o presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, alertou contra o consumo excessivo de água, que, segundo ele, é insustentável ao país e pode deixar Teerã com grave escassez de água e, diante a má gestão de recursos e consumo excessivo, o Irã enfrenta recorrente escassez de eletricidade, gás e água nos meses de pico de demanda, o presidente iraniano alerta que, "em Teerã, sem administrar adequadamente e se não houver cooperação no controle do consumo, não haverá água nas represas". A diretora da OPA, Organização de Proteção Ambiental, Sheena Ansari, e a Organização Meteorológica registrou queda de 40% nas chuvas nos últimos 4 meses no Irã, em comparação com a média de longo prazo, já que o país enfrenta condições de seca há 5 anos, esclarecendo que, "negligenciar o desenvolvimento sustentável levou ao que agora enfrentamos, ou, inúmeros problemas ambientais, como o estresse hídrico", além do consumo excessivo de água representando desafio à gestão hídrica no Irã, com o chefe da empresa de água e esgoto da província de Teerã, Mohsen Ardakani, dizendo à agência de notícias Mehr que 70% dos residentes de Teerã consomem mais que o padrão de 130 litros/dia.

O estudo do Imperial College London e da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres apontando que as mudanças climáticas responderam por aproximadamente 16.500 mortes em várias cidades europeias no verão de 2025, sugere que a elevação das temperaturas impulsionada pelo aquecimento global triplicou fatalidades relacionadas ao calor esperadas à região, em que temperaturas médias entre junho e agosto ultrapassaram em 2,2 °C os níveis normais em 854 cidades da Europa, efeito direto da queima de combustíveis fósseis. Modelos climáticos e dados históricos sobre mortalidade, estimaram 24.400 mortes em excesso no período, das quais quase 70%, equivalente a 16.500, podem ser atribuídas ao aquecimento climático gerado pela ação humana, com cidades como Roma liderando a lista das mais impactadas, 835 mortes associadas ao calor, seguida por Atenas com 630 e Paris com 409, sendo que a análise revelou que mais de 85% das vítimas tinham 65 anos ou mais ressaltando vulnerabilidade do grupo etário em eventos de calor extremo, embora os números apresentados não sejam estatísticas oficiais de mortalidade que normalmente levam meses para serem divulgadas, os cientistas afirmam que as estimativas são compatíveis com estudos revisados por pares. Informações antes divulgadas pela Galileu, pesquisa realizada em agosto de 2024 previu que o número de mortes devido a ondas de calor na Europa poderia triplicar até o ano de 2100, além disso, estudo publicado na revista Nature Medicine relatou mais de 47 mil óbitos relacionados ao calor durante o verão europeu de 2023, com a climatologista Friederike Otto, destacando que sem estatísticas em tempo real, as projeções apontam na direção correta e o epidemiologista Garyfallos Konstantinoudis enfatizou o risco presente, quer dizer, “aumento de apenas 2º C a 4 °C na temperatura de uma onda de calor pode ser a diferença entre a vida e a morte à milhares de pessoas, é por isso que as ondas de calor são conhecidas como assassinas silenciosas", ficando o alerta que casos extremos se tornarão cada vez mais frequentes e fatais se as emissões de gases efeito estufa não forem significativamente reduzidas.Trata-se da primeira estimativa em grande escala sobre impactos na saúde humana do aumento das temperaturas no continente, com o documento "concluindo que as mudanças climáticas estão na origem de 68% das 24.400 mortes relacionadas ao calor no verão no Hemisfério Norte" e, dentre os  problemas de saúde agravados pelo aumento de temperatura citados pelo estudo, estão doenças cardiovasculares, desidratação, distúrbios de sono em que ondas de calor foram observadas nos últimos meses que viveu neste ano verão com recorde de temperaturas em países como Espanha, Portugal e Reino Unido, impactando gravemente os idosos, quer dizer, mais de 85% das mortes dizem respeito a pessoas com mais de 65 anos.Vale Notar que mudanças climáticas têm custos econômicos à sociedade, sendo um efeito importante a interrupção do fornecimento de recursos naturais por perturbações decorrentes a clima como incêndios florestais, surtos de pragas e tempestades, por exemplo, perdas induzidas por perturbações à silvicultura baseada em madeira na Europa poderiam aumentar dos atuais 115 bilhões euros à 247 bilhões de euros sob mudanças climáticas severas, diminuindo o valor da madeira das florestas europeias em até 42% e reduzindo o valor agregado bruto atual do setor florestal em 15%. A Europa Central emerge como ponto crítico de custos de perturbações com custos futuros projetados de até 19.885 euros por hectare, aumentos, relacionados ao clima na produtividade florestal compensariam perdas econômicas de perturbações no Norte e Centro da Europa, mas, não no Sul da Europa, destacando que a adaptação às mudanças climáticas na silvicultura não é um imperativo ecológico, mas, também econômico. Os picos de temperatura foram denominados como "assassinos silenciosos" por conta de modelo para compreender em que medida a crise climática contribuiu às temperaturas elevadas do verão, quer dizer,  sem as mudanças climáticas, as temperaturas médias teriam sido 2,2°C menores nas cidades afetadas, em seguida, os autores cruzaram as informações com dados históricos sobre mortalidade relacionada ao calor em diferentes cidades europeias, valendo a ressalva que, os números são de estudo preliminar sem a publicação formal em revista científica que ainda precisam ser examinados com cautela, além disso, o balanço  considera o aumento geral da mortalidade, no entanto, cientistas que não participaram do estudo o classificaram como válido e apontaram que, inclusive, pode subestimar a realidade, com Akshay Deoras, especialista em ciências atmosféricas, esclarecendo que os "métodos utilizados nos estudos de atribuição são cientificamente sólidos e prudentes", concluindo, "o número real de mortes pode ser ainda maior". Por fim, a ONU alerta que o mundo enfrenta "emergência oceânica", enquanto ativistas pedem ação, "o Mar Cáspio encolhe, visível a olho nu", na Espanha 4 vezes mais área de terra que a média anual usual foi queimada, 380 mil hectares, a mais afetada pelo calor em 2025, mais de 1.100 mortes atribuídas a onda de calor de 16 dias em agosto de 2025, conforme o Instituto de Saúde Carlos III, sediado em Madri, Portugal 280 mil hectares de terra foram queimados, área maior que a do Luxemburgo e  2 vezes e meia a média anual, há incêndios florestais intensos na França, Itália, Grécia, Albânia e Turquia neste ano de 2025, com o estudo concluindo que os idosos com problemas de saúde subjacentes eram particularmente vulneráveis ​​ao superaquecimento de ambientes internos. O relatório ressalta que pessoas com 65 anos ou mais representaram 85% do excesso de mortes, destacando como verões mais quentes "se tornarão cada vez mais mortais para a população idosa da Europa", isso ocorre porque as condições de saúde subjacentes mais comuns entre os idosos podem ser exacerbadas pelo rápido aquecimento de ambientes internos, a poluição do ar  é conhecida por desempenhar "papel importante" nas mortes relacionadas ao calor, com o estudo mostrando  que a maioria das mortes relacionadas ao calor não são relatadas como estando ligadas ao aumento das temperaturas, "enquanto os números oficiais do governo podem levar meses para aparecer, se forem divulgados". Recomenda que as cidades expandam espaços "verdes" e "azuis", conhecidos por diminuir efeito de ilha de calor urbana, fornecendo "espaços mais frescos que podem ser linhas de vida às pessoas em ondas de calor", especialmente aquelas que não têm acesso a sistemas de ar condicionado, sendo que a OMS se refere a espaços verdes como áreas urbanas "cobertas por vegetação de qualquer tipo", jardins, parques, lagoas e telhados verdes, entre outros espaços enquanto espaços azuis são definidos pela Biblioteca Nacional de Medicina como aqueles dominados por elemento aquoso como uma margem de lago, rio ou costa.

Moral da Nota: a atividade de incêndios florestais aumentou nos EUA e está projetada para acelerar sob as futuras mudanças climáticas, no entanto, a compreensão dos impactos das mudanças climáticas na atividade de incêndios florestais, fumaça e resultados de saúde permanece incerta devido à dificuldade de modelar a cadeia causal do clima ao incêndio florestal à poluição do ar e à saúde. Um conjunto de modelos estatísticos e de aprendizado de máquina que vincula o clima à fumaça de incêndios florestais PM2.5 e estimados empiricamente relacionam fumaça PM2.5 e mortalidade usando dados sobre as mortes registradas nos EUA e,  projetar que fumaça PM2.5 pode resultar em 71.420 mortes em excesso, 34.930 - 98.430 por ano até 2050 em cenário de alto aquecimento, aumento de 73% em relação à média anual estimada de mortes em excesso por fumaça entre 2011 e 2020. As mortes em excesso acumuladas por fumaça PM2.5 podem chegar a 1,9 milhão entre 2026 e 2055 com evidências de impactos na mortalidade da fumaça PM2.5 que duram até 3 anos pós exposição e, monetizadas, as mortes por fumaça causadas pelo clima resultam em danos econômicos que excedem estimativas existentes de danos causados ​​pelo clima de todas as outras causas combinadas nos EUA, com a pesquisa sugerindo que impactos na saúde causados ​​pela fumaça de incêndios florestais e o clima podem estar entre as consequências mais importantes e custosas do aquecimento global nos EUA.

Adendo: a pandemia de COVID-19 levou pessoas ao isolamento social, causou crise financeira e criou incerteza, com indivíduos correndo risco maior de experimentar resultados negativos na saúde mental, daí, indivíduos que se identificam como mulheres que vivem com diabetes mellitus, DM, de baixo status socioeconômico, SES, estão potencialmente em risco aumentado de resultados negativos em saúde mental secundários aos riscos relacionados à saúde da COVID-19, bem como às barreiras financeiras ao acesso a medicamentos e suprimentos para tratamento de diabetes.