A prefeita de São Francisco na Califórnia, segundo a AFP, declarou emergência no distrito de Tenderloin, próximo à prefeitura e a Union Square, pelo fato de ter se tornado lugar frequentado por traficantes de drogas e sem-teto e, consequente aumento de overdoses fatais de 711 pessoas em 2020, contagem do San Francisco Chronicle, devendo cair o número em 2021, epicentro da crise de opióides que assola os EUA. A prefeita afirmou planejar "interromper a atividade ilegal na vizinhança, fornecendo tratamento e apoio que necessitam" através de medidas como abertura de abrigos e serviços de saúde mental sem passar por comissão. O aumento drástico nas overdoses por drogas em São Francisco remete a década de 2010, com a chegada das drogas opióides sintéticas como fentanil, mais forte que morfina e heroína, provocando mais de 100 mil mortes em 2021 nos EUA. O Distrito de Tenderloin é conhecido pela alta densidade de moradores de rua, viciados em drogas e traficantes, progredindo de modo exponencial na pandemia, tendência explicada em parte pelo encerramento de programas de auxílio a dependentes e aumento do nível geral de estresse na população. O estado de emergência assinado pela prefeita permite autoridades abrirem alojamentos e centros de atendimento psicológico, em desacordo com regras de planejamento urbano ou usuais contratos públicos, medida inspirada na ação implementada em São Francisco desde fevereiro de 2020 para conter a pandemia de Covid-19.
A procuradora-geral do estado de Nova York avisou que a Johnson & Johnson e três distribuidores de medicamentos dos EUA, acusados de alimentar a epidemia de opiódes se dispuseram pagar US$ 26 bilhões, sendo que a J&J pagará US$ 5 bilhões em nove anos e os três distribuidores US$ 21 bilhões em 18 anos, encerrando 4 mil ações judiciais em vários estados e cidades do país. Avisa que "Johnson & Johnson, McKesson, Cardinal Health e Amerisource Bergen não apenas ajudaram a acender o fósforo, alimentaram o fogo do vício em opióides por mais de duas décadas. Hoje, os responsabilizamos", acrescentando a responsabilidade na circulação de medicamentos falsos na Internet e redes sociais. O acordo foi aprovado por Nova York, Carolina do Norte, Connecticut, Delaware, Luisiana, Pensilvânia e Tennessee, sendo que Nova York receberá US$ 1,25 bilhão destinado à prevenção e tratamento da dependência de opióides. Ressaltar que laboratórios alvos de ações judiciais como Purdue, fabricante do medicamento OxyContin, considerado um dos primeiros responsáveis pela epidemia, Teva, Allergan e Endo não se uniram ao acordo que não inclui grandes redes de farmácias americanas, objeto de demandas judiciais pelos papéis na distribuição. Sobre a mesa está a promoção agressiva através da mídia de analgésicos viciantes desde meados de 1990, considerada gatilho da crise, levando a mais de 500 mil mortes por overdose nos últimos 20 anos e, consequente aos opióides prescritos, pacientes viciaram em derivados como heroína ou fentanil, causa de muitas overdoses. Por fim, a "Johnson & Johnson vai parar de vender nacionalmente opióides e, a McKesson, Cardinal Health e Amerisource Bergen concordaram coordenar e compartilhar informações com monitor independente garantindo que o incêndio não se espalhe mais".
Moral da Nota: conforme projeções do San Francisco Chronicle, o número de vítimas em 2021 não deve ficar longe de 2020, por conta da piora da crise de opióides na pandemia de Covid19 com mais de 93 mil mortos por overdose em 2020. Entre abril de 2020 e abril de 2021, os EUA contabilizaram 100.306 overdoses fatais, aumento de 28,5% em relação ao mesmo período de 2020, 78.056 mortes, ultrapassando pela primeira vez a barreira de 100 mil mortes equivalentes a uma morte a cada 5 minutos. Desde a guerra do ópio na China no século XIX nada é comparado a atual crise opióide nos EUA, lembrando que em 10 anos de guerra do Vietnam morreram 50 mil americanos ferindo gravemente a grande nação do Norte, sendo que a crise atual envolve desde a classe médica, Farmacêuticas, além da disputa de mercado médico e farmacêutico atingindo profissionais de saúde individualmente, redes hospitalares e serviço público. Em paralelo a frentes no judiciário e tratamento médico pelo serviço público, encontra-se em adiantada fase de implantaçãoo o rastreamemento da cadeia de suprimentos farmacêuticos opiódes, da produção ao consumidor final, através da tecnologia blockchain, envolvendo varejistas como Walmart que devolve à origem produtos considerados causadores de dependência física, ainda, uma gota no oceano. O rastreamento de receitas médicas de opióides encontra-se em fase de implantação utilizando blockchain envolvendo profissionais e redes hospitalares como meio de combate na guerra, até aqui, perdida.