domingo, 20 de outubro de 2024

Atrelada ao ouro

Detalhes dos casos de uso sob análise do Banco Central como, pagamentos off-line, tokenização de ativos do mundo real, fracionamento de ativos e soluções de privacidade são apresentados pelos consórcios que participam do desenvolvimento do Drex, CBDC, ou, moeda digital de banco central, nas 42 propostas apresentadas pelos 16 consórcios envolvidos no seu desenvolvimento. Focadas no desenvolvimento de soluções à digitalização do mercado de capitais em que instituições financeiras e empresas visam torná-lo mais eficiente e testam novos produtos em tendência que, em primeiro momento, as inovações introduzidas pelo Drex no sistema financeiro não sejam diretamente sentidas pelo consumidor final, mas se restrinjam as operações de atacado interbancárias com, o coordenador do projeto, projetando lançamento do Drex para fins de 2025 afirmou que dos 42 casos de uso apresentados pelos consórcios, muitos são semelhantes, daí, "propor que consórcios trabalhem em conjunto para desenvolvê-los." O Banco do Brasil e a Caixa que participam de consórcios separados trabalham em sistemas de pagamento off-line, "solução de pagamentos desenvolvida em parceria com a alemã G+D que permite micropagamentos em localidades com dificuldade de conexão à internet" e, segundo o diretor de tecnologia do Banco do Brasil, antecipou que a instituição apresentou projeto à tokenização de ativos do mundo real, RWA, relacionados ao agronegócio, esclarecendo que "tokenização das Cédulas de Produtor Rural, CPR, facilitará distribuição e fracionamento desse ativo, bem como programabilidade dos pagamentos", já, a chefe de inovação aberta do Bradesco, afirmou que os bancos desempenharão papel central na implementação da CBDC brasileira, dizendo que, "como instituições financeiras incumbentes, terão que operar nesse novo sistema e as coisas vão coexistir." A escalabilidade é gargalo não solucionado da blockchain, enquanto o Pix processa 6 mil transações/segundo, TPS, a Hyperledger Besu, plataforma blockchain sobre a qual o Drex está sendo construído apresenta limitações de redes compatíveis com EVM, Ethereum Virtual Machine, considerando que o ecossistema Ethereum, ETH, incluindo a rede principal e soluções de camada 2, atingiu recorde histórico de 246 TPS revelando limitações da tecnologia para uso do varejo. Apesar das limitações de escalabilidade Drex, nada muda para o consumidor final, enquanto o mercado de capitais se torna mais eficiente, "uma compra na padaria poderá ser feita com o Pix, uma transação mais complexa poderá usar o Drex, tecnologia que democratiza o acesso a investimento que poderão ser fracionados", com o Bradesco testando soluções de custódia e tokenização de ativos além de se preparar para rodar um nó do Drex, componente de rede blockchain que mantém e atualiza o registro das transações. Soluções de programabilidade e escalabilidade estão em desenvolvimento, cuja principal barreira à implementação do Drex é a segurança e a privacidade das transações e, além de indesejável no âmbito do sistema financeiro nacional a transparência blockchain vai de encontro à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, LGPD, além das regras de sigilo bancário e, para resolver esse dilema, soluções foram apresentadas pelo consórcio ao BC, Starlight, da EY, Rayls, da Parfin, ZKP Nova, da Microsoft e Anonimous Zether, da Consensys, com o especialista em inovação aplicada a serviços financeiros da Microsoft explicando que a proposta da empresa baseia-se em provas de conhecimento zero, ao dizer que, "usamos criptografia e aritmética para ofuscar certas informações, valor, origem e destino, que ficam visíveis apenas aos usuários envolvidos e o regulador." Por sua vez, a CVM, Comissão de Valores Mobiliários, está supervisionando a 2ª fase do projeto piloto Drex permitindo desenvolvimento de casos de uso que incluam ativos financeiros sob sua alçada regulatória, já que o Drex não apenas introduz inovações no sistema financeiro mas exige atualização do marco regulatório, com o chefe de gabinete da presidência da CVM dizendo que a CVM "analisa papel das infraestruturas de mercado, inclusive na adequação da regulação vigente, já que o Drex e novas tecnologias de registro descentralizado têm potencial de gerar mercado de capitais mais dinâmico e inclusivo", em tese, favorecer redução da taxa de juros no Brasil.

Tendências globais são vitais para garantir inovação e sucesso do Drex no mercado brasileiro, com o Banco Central, BC, avançando no desenvolvimento da nova moeda digital previsto para 2025 e, com potencial de impactar a dinâmica das transações financeiras na área comercial cuja solução oferecerá benefícios à digitalização do mercado no Brasil, desde redução de custos operacionais às empresas até aumento da comodidade na realização de pagamentos, no entanto, há desafios pela frente. O CEO do Pinbank, balcão único com ecossistema completo de soluções financeiras e inteligência tributária, diz que o maior desafio se relaciona à necessidade de mudança de mentalidade no setor, afirmando que, “assim como o surgimento do PIX mudou o modo como nos relacionamos financeiramente, o Drex deve seguir o mesmo caminho com mais ênfase nas transações comerciais, complementando o papel do Real com mais segurança e eficiência à organizações e clientes”, considerando que na 1ª fase de testes do projeto, o BC avaliou aspectos técnicos e operacionais, na segunda fase, o foco é em funcionalidades mais complexas como pagamentos instantâneos e integração com sistemas financeiros existentes, testes, que participa o consórcio liderado pela TecBan e o Pinbank é parte, desse modo, utiliza antecipadamente ferramentas do sistema financeiro para avaliar segurança da moeda digital e proteger operações. Mesmo com alto potencial de inovação, o BC terá que realizar ações para solidificar a solução no território nacional pós lançamento e, segundo o gestor, a educação financeira à população e empresas do setor é uma delas já que as operações precisarão ser intermediadas por terceiros, como bancos, entidades de pagamento e fintechs, daí, “os testes serem cruciais para ajustar detalhes que certificarão funcionalidades e confiabilidade do Drex quando for divulgado ao público, inclusive no que diz respeito ao uso responsável e otimizado dos dados do usuário”, além de considerar que, “o Drex só oferecerá as vantagens que promete se o mercado financeiro como um todo promover meios de tornar o serviço acessível”, pois, “é ferramenta que deve ter capacidade de chegar a qualquer pessoa ou organização, portanto, grupos que obtiverem licença para operá-lo, caso do Pinbank, deverão tornar-se parceiros dos seus clientes”. Indicou que outros países testam novas moedas e formatos digitais para implementá-las, portanto, é fundamental que o BC e as instituições financeiras acompanhem tendências do mercado e melhorem tecnologias e estratégias, finalizando que, “importa seguir exemplos de outros mercados financeiros para destacar vantagens da economia digital, com essa lógica de monitoramento e atualização constante, o Drex será decisivo para oferecer visão do dinheiro e relações comerciais a milhões de brasileiros”.

Moral da Nota: o impasse do dólar por conta de seu monopólio coloca os emergentes em ponto de viragem na moeda digital, com o Drex como maior exemplo, caso o Banco central considere atrelá-lo as reservas de ouro permitindo conviver com cesta multimoedas, como a futura moeda dos Brics, Yuan digital, rublo digital, dólar, bitcoin e demais criptos. A livre concorrência e liberdade monetária certamente nos libertará, valendo olhar o caso argentino talvez na pior das ciladas pela estabilização da inflação em níveis altos (4% ?) com estagnação e fome e, nós, com a questão dos juros altos e, neste ecossistema, emerge o conceito que o bitcoin é defesa contra a desvalorização cambial, ao enxergar o real perder entre 12% e 13% do valor anualmente, aí, a resposta ser encontrada no mundo cripto especificamente Bitcoin, conforme especialistas financeiros, considerando que o caso do real divergente do caso argentino. O Chefe de Pesquisa e Analista de Cadeias da BlockTrends Brasil, alerta que sem investimentos estratégicos, os brasileiros estão condenados a perder poder de compra, inseridos na questão climática e envelhecimento, daí, ativos que ofereceriam defesa contra cenário de deterioração monetária e, apesar da elevada volatilidade, emerge o Bitcoin como dos mais rentáveis ​​da última década, superando investimentos tradicionais, como ouro ou índices de ações, com dados mostrando retorno médio anual de 184,96% desde 2014, embora anos difíceis, com quedas dramáticas de -58,6% em 2014 e -72,56% em 2018, com capacidade de recuperação e entrega impressionante ao passo que o retorno torna-o opção de investimento atraente à aqueles que procuram superar a perda de valor da moeda local. Explica que em contexto de depreciação monetária, ter dinheiro estacionado em ativos que não geram juros ou em salários que não crescem ao ritmo da inflação significa erosão financeira progressiva, já que “bitcoin não é apenas moeda, é estratégia de preservação de riqueza”, defende que em relação ao ouro historicamente reserva confiável de valor em tempos de incerteza econômica, com dados mostrando que, embora o ouro tenha oferecido retorno médio de 5,65% ao longo da última década mal é suficiente para manter o poder de compra face à inflação. Em relação aos índices acionários norte americanos como o S&P 500 e Nasdaq, que mostram retornos médios anuais de 10,66% e 15,28%, respetivamente, enquanto o índice Bovespa do Brasil registrou média de 9,75%, retornos, embora sólidos, insignificantes se comparados a ganhos potenciais Bitcoin, observando que a inflação no Brasil é desafio constante, com taxas muitas vezes superiores a 10% e, para contextualizar a taxa de juro referência do Brasil, Selic, em média de 9,36% no mesmo período, significa que investimentos de rendimento fixo lutam para acompanhar a desvalorização monetária, no entanto, investir em Bitcoin não é isento de riscos por conta da “volatilidade que faz parte do jogo”, mas para quem está disposto a aceitar flutuações as recompensas podem ser extraordinárias, finalizando que, “quem investiu em Bitcoin há uma década, hoje tem muito mais que dinheiro, tem liberdade financeira”.