O Guardian avisa que sob o ponto de vista de mudanças climáticas, Roma tornou-se “selva” em meio a pragas causadas pelo lixo devido às altas temperaturas e ao persistente problema da cidade com o lixo, esclareceu que "há mais avistamentos de cobras que antes, você as encontra em terraços, jardins, prédios escolares, havendo até uma pendurada na grade da porta de um elevador em um prédio residencial, causando pânico", sendo que a zoóloga Andrea Lunerti, reconhecida por capturar animais perigosos esclarece que a população dos répteis cresceu exponencialmente no inverno devido as altas temperaturas, além disso, a cidade tem desperdício de alimentos, levando à chegada de ratos, principal alimento das cobras. Já, estudo publicado na Science estima que 33% dos habitantes de 135 países de baixo e médio rendimento têm acesso a serviços de água potável, enquanto 4,4 bilhões de pessoas não têm, representando quase metade da população mundial, sendo que o último número duplica estimativas de 2 bilhões de pessoas feitas pela UNICEF e pela OMS em 2020 ao Programa Conjunto de Monitorização do Abastecimento de Água, Saneamento e Higiene.
Em relação a questão da água, no Paquistão, grupos de agricultores se atacaram com machados, porretes e tijolos em luta por água, na África do Sul, protesto contra escassez de água bloqueou estradas com pneus em chamas e atirando pedras na polícia, na Ucrânia, ataques russos à infraestrutura deixaram quase 1 milhão de pessoas desabastecidas, alguns, dos 347 conflitos relacionados à água documentados em 2023, ano que a violência hídrica aumentou no mundo, com o número de incidentes atingindo recorde superando os 231 conflitos registrados em 2022 e em tendência crescente que persistiu na última década. Dados compilados por pesquisadores do Pacific Institute, centro de estudos global sobre água, mostram que disputas hídricas, desde disputas por fontes de água a protestos pela sua falta explodiram em violência com frequência alarmante e que os sistemas de água têm sido cada vez mais alvo de conflitos, com o fundador sênior do Pacific Institute dizendo que “o aumento é dramático e perturbador”, esclarecendo que o aumento da violência reflete disputas pelo controle e acesso a recursos hídricos escassos, pressões crescentes sobre fornecimento causadas pelo crescimento populacional e mudanças climáticas, além de ataques contínuos à infraestrutura hídrica onde guerra e violência se generalizam do Oriente Médio a Ucrânia. A Cronologia de Conflitos Hídricos do Instituto do Pacífico em 2023, um banco de dados global abrangente sobre violência relacionada à água, pesquisadores acessam informações sobre incidentes de notícias, fontes e relatos, classificam ocorrências em categorias onde a água ou sistemas de água foram gatilho de violência ou foram usados como “arma” ou foram alvos e se tornaram “vítima” de violência. Regiões do mundo viram conflitos crescerem em 2023, incluindo Sul da Ásia, África, Oriente Médio, América Latina e Caribe com a guerra entre Israel-Hamas contribuindo ao aumento no Oriente Médio enquanto ataques visando infraestrutura hídrica continuaram na Ucrânia e Europa Oriental que experimentou queda no número total de incidentes violentos, inseridos em 131 casos de violência relacionada à água em 2023 no Oriente Médio, mais que em qualquer outra região, com a guerra Israel-Hamas elevando o número de incidentes à 91, acima dos 45 eventos de 2023, além de incidentes em fins de 2023 incluindo ataque aéreo israelense a tanque de abastecimento de água na Faixa de Gaza causando danos e mortes, além de ataque aéreo em novembro de 2023 destruindo sistema de energia que alimentava a estação central de tratamento de águas residuais de Gaza. Na Índia, incidentes violentos mais que dobrou para 25 em 2023, um caso de disputa de longa data sobre vazamentos de água de uma represa tornou-se violenta quando policiais de Andhra Pradesh entraram em confronto com a polícia estadual de Telangana que guardava a represa no Rio Krishna e, em Haryana, fazendeiros pegos roubando água de canal agrediram a equipe de irrigação local, no México, incidentes violentos subiram para 18 em 2023 e, na cidade de Mérida, manifestantes marchando para exigir melhor serviço de água entraram em confronto com a polícia, em Chiapas, a violência irrompeu um protesto sobre alocação de água de uma nascente e em meio a seca, agricultores desmantelam captações ilegais de água, que, segundo eles, secam riachos nas montanhas a oeste da Cidade do México, enquanto em Honduras, homens armados não identificados, atiraram e mataram ativista pela água e alguns meses depois outro ambientalista foi morto por se opor a projeto hidrelétrico. Dados recentes, mostram aumentos da violência na Índia e América Latina ligados à seca e disputas por acesso à água, na África subsaariana casos que fazendeiros e pastores lutaram por acesso a água e a terra, sendo que o aumento da violência ressalta devastação que a guerra causa aos civis e à infraestrutura hídrica essencial expondo risco que mudanças climáticas acrescentam em regiões com situações políticas frágeis, com o instituto sediado em Oakland divulgando dados antes da World Water Week , conferência internacional sobre água na Suécia, em 2024 o evento se concentra no tema da cooperação hídrica para paz e segurança em que será apresentada pesquisa que rastreou casos de conflitos relacionados à água por mais de 3 décadas em banco de dados de 1.900 conflitos com a maioria dos casos ocorrendo desde 2000. Evento recente no banco de dados foi ataque cibernético em 2023 nos EUA por hackers tendo como alvo fornecedores de água, incluindo fornecedor de cidade da Pensilvânia, ataque bem-sucedido podendo representar risco à saúde, enquanto na guerra da Ucrânia um dos exemplos mais mortais de água entrelaça a violência nos últimos anos, em 2023, explosão destruiu a Represa Kakhovka desencadeando enchentes que mataram centenas de pessoas e devastaram a paisagem ao longo do Rio Dnipro além de ataque russo a sistemas de energia e água deixando Odesa temporariamente sem água, confrontos entre forças iranianas e afegãs pela água do Rio Helmand mostraram a importância de fortalecer acordos internacionais sobre como a água é compartilhada ao longo das fronteiras. Relatório do Pacific Institute e outras organizações examinam como mudanças climáticas tem efeitos cada vez piores nos sistemas de água em comunidades rurais norte americanas, com os pesquisadores detalhando como seca, inundações, incêndios florestais e temperaturas extremas representam ameaças que exacerbam desafios hídricos existentes como infraestrutura envelhecida e contaminantes nocivos, alertando que, na Califórnia e Sudoeste, secas e inundações mais extremas agravarão desafios hídricos às comunidades latinas, indígenas e de baixa renda.
Moral da Nota: análise do UNICEF diz que 1 em cada 5 crianças, 466 milhões, vive em áreas que experimentam pelo menos o dobro de dias extremamente quentes todos os anos comparados com a época dos avós, em que o estresse térmico no corpo causado pela exposição ao calor extremo representa ameaça particular à saúde sendo que evidências sugerem que são afetados o neurodesenvolvimento, saúde mental e bem-estar geral. A Diretora Executiva do UNICEF nos avisa que “calor extremo é perigoso aos bebês devido aumento de batimentos cardíacos, tornando elevação da temperatura preocupante às crianças”, apelando aos líderes, governos e organizações privadas para que tomem medidas para combater alterações climáticas que protejam o direito das crianças a ambiente limpo, saudável e sustentável. Nessa ótica, o Metrô de Santiago do Chile inaugurou sistema de tele vigilância que coleta informações e as processa com IA, buscando combater a criminalidade nas estações e trens, com o novo software capaz de identificar padrões através das imagens coletadas e transformá-las em informações para implantar planos de contingência através de estratégias entre o pessoal de segurança privada do Metrô e polícia chilena. Por fim, Climatologistas da Universidade Xavier Fettweis, em Liège, relatam que em 23 de julho, as calotas polares de Svalbard do arquipélago de Spitsbergen quebraram o recorde de derretimento diário da superfície, sendo que, no verão de 2024, calotas polares do vasto arquipélago polar de Svalbard no Oceano Ártico, sofreram derretimento extremo causado por temperaturas do ar excepcionalmente altas sendo que o rápido derretimento do gelo continuou em agosto e, em Longyearbyen, centro administrativo da província norueguesa de Svalbard, arquipélago de Svalbard, a temperatura atingiu 20,3 ºC em 11 de agosto de 2024 tornando-se a temperatura mais alta registrada em agosto.