domingo, 18 de agosto de 2024

Regulamentação

A Câmara Fintech argentina lançou proposta de tokenização de ativos, atividade que o país lidera na região mas também no resto do mundo, buscando converter direitos de propriedade sobre um ativo em um token digital na blockchain, ou seja, transformá-los em criptomoeda para adquirir pequena fração, ser comercializado, ser compartilhado de forma fácil, segura, transparente e global. Na Argentina, existem startups como a Agrotoken que permite produtores agrícolas converterem uma tonelada de grãos em um token, que pode ser usado na compra de insumos, com operações na Argentina, Uruguai e Brasil, em fase de captar rodada de US$ 12 milhões, outra startup é a TravelX que oferece digitalização de passagens às companhias aéreas para que o usuário possa presenteá-las ou revendê-las caso não viaje, sem os obstáculos do sistema tradicional e, conforme a Câmara Fintech, a Argentina poderia tokenizar US$ 120 bilhões por ano apenas em produtos agrícolas, no entanto, existem mais usos para esta tecnologia. O projeto apresentado pela Câmara Fintech Argentina esclarece o que é considerado um security token ou título negociável registrado na blockchain privada, híbrida ou pública e, quando a CNV definir a questão, eles poderiam ser separados dos tokens criptográficos, ou seja, das criptomoedas, que não deveriam ser regulamentadas por legislação do mercado de capitais, uma vez que o formato digital não altera a natureza do bem subjacente, considerando que o formato existe na Europa, por exemplo, o grupo italiano Azimut tokenizou sua primeira carteira de empréstimos a PME na Itália através do Sygnum Bank, na Alemanha, a fintech Teylor se uniu à empresa de ativos digitais Taurus para oferecer o serviço e fornecer lucros mensais aos detentores de tokens, tudo, em ambiente regulamentado que oferece mercado secundário para liquidez aos investidores. Além da regulamentação que proporciona segurança jurídica aos empresários, a educação financeira é necessária não apenas em questões criptográficas, mas no mercado de ações acrescentando que “um mercado de capitais fechado, restrito e pouco ágil com pouquíssimas empresas podendo abrir o capital na Argentina, decorre de exigências maiores que nos EUA”, concluindo que "tokens são alternativa para levantar capital de pequenas empresas, ao mesmo tempo, em regulamentos e legislação que limitam a parte privada fora do sistema de mercado de ações de oferecer publicamente participações”.

A facilidade com que criptomoedas permitem troca de valores chega à empresas argentinas que utilizam a tecnologia para criar tokens, ativos digitais, vinculados a bens reais como soja, vinho e carros e, segundo contador especializado em criptografia “a tokenização da economia é tendência global e a única coisa que muda é o ativo subjacente não havendo diferenças com derivativo financeiro”, com o CTO da Agrotoken esclarecendo que “ao tokenizar commodities em ativo digital, os atritos do mundo físico são eliminados como a necessidade de vender grãos antes de ter o capital ou esperar tempo para obter preço e fazer a transação”. A Agrotoken permite compra e venda de grãos através de criptomoedas mostrando que a “expansão e consolidação da tecnologia permitiu o desenvolvimento da indústria que hoje vincula elementos digitais, coisas materiais e títulos negociáveis ​​a diversos criptoativos”, no entanto, lamenta que seja limitado pela rigidez de leis locais que impedem “acesso a pequenas empresas e a tokenização de bens de baixo valor” e já lançou os tokens SOYA, soja, CORA, milho, e WHEA, trigo, na Argentina, no Brasil a soja é SOYB, além do milho nos EUA, países que concentram 70% do mercado global dos 3 cereais. O uso blockchain pela OpenVino que “persegue objetivos como, preço, transparência e rastreabilidade”, utilizando tokens, fungível semelhante a moeda digital e outro não, conhecido como NFT e, para definir o preço, a empresa utiliza um token fungível ERC20 padrão na rede Ethereum, “entregue a quem comprar uma garrafa de vinho” transferido “contra a entrega e queima, destruição, do token” 3 anos depois de engarrafado, sendo que o criador do OpenVino e proprietário da vinícola Costaflores, diz que o “MTB18 corresponde a colheita que produziu 16.384 garrafas, portanto foram emitidas 16.384 fichas”. “O OpenVino busca dar transparência à qualidade e permitir auto certificação com a propriedade utilizando multiplicidade de sensores para medir as condições do solo e do ambiente que, juntamente com informações financeiras são registradas na blockchain” o que “permite mostrar a qualidade e expô-la publicamente sem necessidade de certificação por terceiros eliminando intermediário, que neste caso não é um banco, mas aquele que garante a qualidade do produto", ressalta que a certificação de qualidade tradicional parece limitada porque uma única bebida é testada em uma única garrafa entre 20 mil, algo que considera “caro e pouco confiável”. A tecnologia Blockchain é adicionada para fornecer selamento da informação que certifica que cada dado foi fornecido no momento especifico e não modificado posteriormente garantindo que “a rastreabilidade dos produtos até o usuário final é alcançada vinculando um NFT que o identifica à garrafa escaneada a QR único para acessar o token”. Por fim, a tokenização do lítio através de um Mercado de Metales y Futuros SA busca implementação da digitalização dos contratos para começar pela formação do preço em seus valores presente, spot e futuro, permitindo que as reservas sejam valorizadas em cada região de forma mais rápida" com a Atomico3 como primeira moeda da região apoiada em lítio.

Moral da Nota: IA é a próxima revolução, fonte de medos e ameaças e, dentro desta última categoria está o Slop, conceito que ganha cada vez mais relevância e causa prejuízos aos usuários sendo que a sigla à aprendizagem estruturada e otimização, está associada à imprecisão ou ruído nos dados e processos de aprendizagem de um modelo IA, segundo o gerente de serviços do Security Advisor podendo resultar dados mal rotulados, erros na coleta ou flutuações sem padrões reais, como exemplo, “informação ausente ou incorreta na história clínica de um doente, pode levar a previsão errônea em um modelo diagnóstico”. A analista de segurança da Kaspersky esclarece que Slop é termo usado referindo-se a conteúdo indesejado gerado por IA generativa revelando que “costuma ser traduzido como bazofIA e tem como finalidade rentabilizar de alguma forma gerando visitas a site ou a perfil nas redes sociais através de publicidade”, no entanto, “não é material interativo, não se interessa pela qualidade nem responde à necessidades dos utilizadores, seu objetivo é parecer conteúdo humano para atrair tráfego e gerar receitas publicitárias. O mais perigoso do Slop é que a ausência de supervisão humana o transforma em arma de manipulação poderosa que “afeta usuários que não só recebem grande quantidade de conteúdo que não desejam consumir antes de chegar às informações necessárias, mas muito do que têm que passar pode não ser verdadeiro, de boa qualidade ou prejudicial à saúde ", sendo que o fenômeno está relacionado ao conceito de infodemia, que se refere à rápida disseminação e amplo alcance de informações, tanto falsas quanto verdadeiras, sobre determinado tema, por exemplo, um sistema de reconhecimento facial pode registrar elevadas percentagens de falsos positivos ou negativos devido dados imprecisos, permitindo acesso a não autorizados ou negando acesso a autorizados, ou, assistentes virtuais e chatbots que fornecem respostas incorretas ou não compreendem solicitações dos usuários.