sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Híbridos

A GM planeja investimento de US$ 918 milhões nos EUA para apoiar produção de componentes à veículos elétricos e a próxima geração de motores V-8, sinal que a empresa continua contando com veículos movidos a gás em futuro próximo, esclarecendo que planeja oferecer linha exclusivamente elétrica até 2035. O investimento é exemplo de montadoras como a GM, que precisam equilibrar sua linha atual de veículos com EVs emergentes, com o chefe global de manufatura da empresa dizendo que "o compromisso é com futuro totalmente EV" e que "tem horizonte e, entre aqui e ali, há clientes de motores de combustão interna que não queremos perder", no entanto, a maior parte do investimento, US$ 579 milhões, destina-se à preparação da fábrica Flint Engine Operations em Michigan à família de 6ª geração de motores a gás V-8 de bloco pequeno da montadora, usados em produtos mais lucrativos como picapes grandes e SUVs e em carros de alto desempenho Cadillac e Chevrolet. Disse que o trabalho na instalação de Flint começa imediatamente, sinalizando que motores V-8 de próxima geração estão no horizonte se recusando entrar em detalhes sobre o tempo, desempenho e outros detalhes dos motores já que a última nova família de motores V-8 surgiu em 2013, com investimentos restantes ocorrendo em operações de peças em Michigan, Ohio e Nova York à peças movidas a gás como eixos de comando de válvulas e coletores, bem como peças fundidas para dar suporte a futuros veículos elétricos. Líderes do sindicato United Auto Workers ecoaram a necessidade de investir em operações tradicionais e EVs com o recém-eleito vice-presidente do UAW esclarecendo que "ainda precisa da combustão interna até que a tecnologia seja aperfeiçoada aos EVs", já o presidente do UAW disse que está em 2º turno para manter sua posição e que o sindicato dá boas-vindas ao investimento em ambas as áreas, considerando a indústria e a transição dos trabalhadores concluindo que, "quer ter oportunidade de garantir que as operações existentes sejam reforçadas e que novas operações online tenham investimento de capital para avançar". O sindicato deve negociar com a montadora que o trabalho EV emergente seja classificado da mesma forma que trabalhos tradicionais de motor e powertrain, a empresa, por outro lado, expressou necessidade de grande parte do trabalho estar em faixa salarial mais baixa para ser competitiva.

A eletrificação faz vítimas entre motores V8 e um deles foi o 4.0 Biturbo da AMG, que saiu do C63 AMG, mesmo em produção, é sinal que seu espaço está sendo tomado por motores elétricos e propulsores a combustão pequenos, como o M139, fato que acontece de modo mais acelerado na Europa, sendo que os EUA ainda estão longe de abolir o V8 do cardápio que vem de menu servido às massas americanas desde 1932 quando a Ford ofereceu seu "flathead" aos consumidores comuns. O V8 durante 50 anos foi coração da América motorizada, desde os dos anos 40 às barcas V8 dos anos 50 e 60, incluindo invasão japonesa nos anos 70 e 80, mesmo assim, o V8 se manteve firme em picapes e esportivos, porém, o inimigo agora é mais forte, pois, quer dominar o mundo automotivo e vem com muita energia, embora a eletrificação esteja na pauta do dia de fabricantes como Ford e GM, esta última não considera o fim do V8 e vem com investimento de quase US$ 1 bilhão em novos motores. Detroit, a outra cidade do V8, direcionou US$ 854 milhões à 6ª geração de motores V8 de blocos compactos, além de adicional de US$ 64 milhões no esforço de carros elétricos, mas a GM colocou atenção no V8 e quer "fortalecer o negócio de picapes e SUVs líderes do setor". Enquanto isso, a Califórnia aperta o cerco contra emissões veiculares no estado, obrigando caminhões e ônibus registrados não serem de fabricação anterior a 2010, significando que, em tese, o estado baniu estes veículos, não definitivamente, uma vez que a nível federal, os limites continuam livres e o Peterbilt 281 1955 pode continuar, quer dizer, transportando cargas tranquilamente considerando que a lei de "Redução de Emissões de Gases Efeito Estufa de Veículos Pesados", impede veículos com PBT acima de 6.350 kg. Esse tipo de limitação no estado não é coisa nova, tendo sido feito há mais de uma década e, em 2020, limitou veículos comerciais de antes de 2004, com o limite saltando à 2010 em 2 anos, parecendo indicar que apertará mais o cinto aos transportadores de carga, sendo que a saída será transferir a sede ou emplacamento da frota à outro estado, exceto se a legislação local permitir, mas mesmo assim não livra caminhoneiros ou empresas do setor baseados na Califórnia. Através da CARB, o governo californiano, estuda meio de impedir que caminhões pré-2010 entrem no estado, o que pode levar a guerra jurídica entre estado e União que já desafiou o poder de Washington e tem consigo pelo menos 14 estados "aliados" que seguem regras ambientes da CARB e, nesse caso, a CARB estaria em colaboração com a EPA para filtrar os veículos e impedi-los de circular na região. O objetivo da Califórnia é acabar com motores diesel em caminhões e ônibus em 2035 e eliminar das concessionárias carros movidos a combustão, dado que, a geografia é propícia ao acúmulo de particulados com o governo da Califórnia atacando um dos lados da moeda já que grande parte das emissões são oriundas de outras fontes.

Moral da Nota: temperaturas da Groenlândia foram as mais altas em 1000 anos, segundo o coautor de estudo que reconstrói as condições climáticas do passado perfurando o gelo, Bo Mollesoe Vinther, professor associado de física climática da Universidade de Copenhague disse que "isso confirma o que já sabemos, claro que precisamos manter esse aquecimento sob controle para impedir o derretimento da Groenlândia". Perfurar camadas para obter amostras de neve e gelo de centenas de anos atrás, reconstrói como eram as temperaturas no norte e centro da Groenlândia desde 1000 dC até 2011, sendo os resultados publicados na Nature, mostrando que o aquecimento registrado na década entre 2001 e 2011 "praticamente supera o intervalo de variabilidade da temperatura pré-industrial e do último milênio" em que a temperatura foi "em média 1,5 º C mais quente que no século 20", segundo o estudo, em que o derretimento do gelo da Groenlândia já é a principal causa do aumento do nível do mar ameaçando vida de pessoas em áreas costeiras que podem ficar submersas nas próximas décadas ou séculos. Por fim, o número de mortos em quase 6 semanas de chuvas de monções e inundações no Paquistão aumentou à 154, com mais de 1.500 casas danificadas desde 1º de julho de 2024, quando as chuvas de monção começaram, segundo a Autoridade Nacional de Gestão de Desastres, com a parte da disputada região do Himalaia na Caxemira, administrada pelo Paquistão, atingida pelas chuvas causando deslizamentos de terra. Muitas das 154 mortes ocorreram nas províncias do leste de Punjab e noroeste de Khyber Pakhtunkhwa, conforme a agência de desastres e autoridades provinciais, considerando que o Paquistão está no meio da temporada anual de monções que vai de julho a setembro, com cientistas e meteorologistas atribuindo a mudança climática pelas chuvas pesadas nos últimos anos e, até agora em 2024, o Paquistão recebeu menos chuva que em 2022, quando chuvas torrenciais induzidas pelo clima encheram os rios e inundaram um terço do país, matando 1.739 pessoas e causando US$ 30 bilhões em danos.