Cientistas chineses alertam que a utilização de 'moda rápida' libera a mesma quantidade de CO2 que um carro de gasolina a 10 kms e, segundo estudo elaborado na Universidade Tecnológica de Guangdong, 'moda rápida' consiste em atualizar rapidamente uma marca variando na temporada, enquanto a 'moda lenta' se concentra em evitar o consumo excessivo melhorando qualidade dos artigos e ser consciente com o meio ambiente cujo impacto médio inclui consumo de água, contaminação química, emissões de C02 e resíduos têxteis. Os jeans são produtos típicos das marcas de 'moda rápida' e compra de moda mais popular no mundo, na mídia, são eleitos por 62% dos consumidores no planeta e tem 6 pares por pessoa com estudo mostrando que “a quantidade de carbono per capita de consumo de 'moda rápida' é 53% superior nos países desenvolvidos em relação a países em desenvolvimento”, com cientistas mostrando que alguns foram usados apenas 7 vezes, com camada de carbono entre 95% e 99% maior que Jeans de moda tradicional que foram usados em torno de 120 vezes, com o Daily Mail, reconhecendo que produzem 11 vezes mais CO2 que os jeans tradicionais. O doutor Ya Zhou, um dos principais autores do estudo, esclareceu ao Daily Mail que"tendências mutantes da moda induzem o consumidor comprar roupas com frequência e usá-las por pouco tempo para seguir as últimas tendências", concluindo que, “o vestuário básico, jeans, tem impacto significativo no ambiente”.
Pesquisadores analisaram o ciclo de vida de um par de jeans Levi's 501, desde o algodão cru ao descarte por incineração e, na vida útil do produto, descobriram que tinham pegada de carbono 95-99% maior que os jeans tradicionais usados 120 vezes em média e a maior diferença entre os 2 estilos de consumo é que as roupas vendidas à fast fashion são transportadas mais rapidamente e usadas com menos frequência antes de serem jogadas fora. Estimam que uma calça jeans produzida ao mercado de moda tradicional produz 0,22 kg de CO2, valor superior às estimativas anteriores, uma vez que os investigadores acreditavam que as calças eram usadas com menos frequência e lavadas com mais frequência do que se pensava, no entanto, dessa pegada de carbono total, 48% é causada pela lavagem, secagem e engomadoria dos jeans pós a compra. A analise das emissões de carbono vitalícias de um único par de jeans femininos Levi's 501 Original Fit ao contrário da moda tradicional, provém da produção de jeans e fibras com 70% do total de emissões, enquanto as emissões restantes são em grande parte criadas pelo transporte dos jeans das fábricas aos consumidores representando 21% do total de emissões. Como o transporte da fast fashion consome mais energia, produziu quantidade impressionante de 59 vezes mais CO2, enquanto a maior parte das emissões de carbono relacionadas à fabricação de jeans vem da produção de algodão e fabricação de roupas em fábricas têxteis e, globalmente, a indústria da fast fashion valia US$ 64,5 bilhões em 2020 esperando-se que cresça à US$ 95 bilhões até 2030. Segundo investigadores, marcas fast fashion lançam novas coleções 25 vezes mais rápido que marcas de moda tradicionais levando a ciclos mais curtos e ao hiper consumo, além da criação de grandes quantidades de resíduos e níveis de poluição, na crença que a indústria da moda produza 10% das emissões globais e 92 milhões de toneladas de resíduos por ano, com grande parte desses resíduos enviada à países como Guatemala, Chile e Gana, onde os vastos aterros agora causam "emergência ambiental e social".
Moral da Nota: investigadores relatam modos de reduzir a pegada de carbono da indústria, com o estudo descobrindo que comprar roupas em lojas de 2ª mão reduz emissões de carbono de um par de jeans em 90% e, com base em dados do revendedor americano de roupas Buffalo Exchange descobriram que os jeans que passavam pelas lojas de 2ª mão foram usados 127 vezes durante a vida útil, sugerindo que reciclar jeans ou usar serviço de aluguel de roupas como o Rent the Runway reduz a pegada de carbono por uso em 85 % e 89 %, respectivamente. Investigação da ONG, Earthsight, avisa que nas últimas décadas o estado da Bahia perdeu quase quarta parte de sua vegetação virgem decorrente expansão agrícola, sendo que o algodão "contaminado" das cadeias de fornecimento de H&M e Zara está certificado como ético pelo maior sistema de certificação de algodão do mundo, Better Cotton, que não detectou ilegalidades cometidas por SLC e Horita e, segundo a Earthsight, as "profundas deficiências" do Better Cotton não foram solucionadas com atualização recente das normas. Intitulada Fashion Crimes, realizada com base em imagens de satélite, sentenças judiciais, registros de envios e investigação de campo, mostrou que o algoritmo usado pela H&M e Zara está relacionado ao desmatamento em grande escala, ao acondicionamento de terras, à violações de direitos humanos e conflitos pela terra no Brasil e, segundo a investigação, algodão é cultivado por 2 das principais agroindústrias do Brasil, SLC Agrícola e o Grupo Horita no oeste da Bahia, com parte do bioma do Cerrado desmatado nas últimas décadas dando passo à agricultura e à escala industrial. De acordo com o relatório, na última década, o algodão brasileiro ganhou protagonismo no mercado mundial da moda tornando o país o 2º exportador mundial, sendo que até 2023 as exportações brasileiras duplicaram.
Vale a Nota: a marca brasileira Dalla, pioneira no conceito vegano, reforçando compromisso com o ambiente, inovação e sustentabilidade lança a 1ª linha de maquiagem zero plástico, emergindo em 2016, dona da Base Matte Vegana que viralizou entre influenciadoras apresenta a linha Bem Querer combinando em 6 produtos tecnologia e sustentabilidade em que toda a coleção conta com embalagens recicláveis e livres de plásticos, feitas de papel e madeira de reflorestamento com uso de cola à base de água. Os resultados mostram que o primeiro lote da linha produziu 4.299 quilos a menos de plástico, material que pode levar até 600 anos para se decompor na natureza, além de conquistar certificado ESG, Environmental, Social and Governance que se refere à integração da geração de valor econômico no funcionamento do negócio, com o Grupo Dalla sendo composto pelas marcas Dalla, linha My Secret e linha dos Ursinhos, com 300 produtos no portfólio, 7,5 milhões de produtos produzidos por ano e mais de 4 mil pontos de venda no Brasil.