quarta-feira, 31 de julho de 2024

Isolamento social

Estudo investigou associações de mudanças no isolamento social, solidão, ou, ambos, com a função cognitiva, em dados provenientes de 7.299 idosos da Pesquisa Chinesa Longitudinal de Longevidade Saudável, definindo padrões de mudança, incidente, transitório e persistente, para isolamento social e solidão e criando variáveis ​​de categorias para representar as mudanças conjuntas realizados em modelos de regressão Tobit e modelos de Cox. O isolamento social incidente, transitório e persistente foi associado ao maior risco de comprometimento cognitivo, enquanto a solidão persistente, isolamento social ou solidão incidente, transitório e persistente, podem acelerar o declínio cognitivo, notavelmente, o isolamento social persistente ou de curto prazo se associando a declínio cognitivo acelerado e a comprometimento cognitivo incidente, independente dos diferentes status de mudança de solidão. O isolamento social persistente ou de curto prazo e a solidão persistente podem ser fator de risco ao declínio cognitivo e ao comprometimento cognitivo, enquanto a solidão persistente foi associada ao declínio cognitivo acelerado e a maior risco de comprometimento cognitivo em que o isolamento social de curto prazo ou persistente com diferentes estados de mudança de solidão acelera o declínio cognitivo e aumenta risco de comprometimento cognitivo, sendo que a prevalência de relações sociais empobrecidas e o fardo de doenças a que está associado representam ameaça ao envelhecimento saudável.

A Comissão Lancet sobre Prevenção da Demência, esclarece que relações sociais empobrecidas são consideradas fator de risco modificável notável à maus resultados de saúde cognitiva na vida adulta, enquanto relações sociais empobrecidas e, definidas como isolamento social ou solidão, têm recebido atenção considerável ao passo que o isolamento social é definido como ausência objetiva de contato social e rede social diminuída, enquanto a solidão representa avaliação subjetiva do grau em que indivíduos encontram contentamento em suas conexões sociais. Evidências sobre associação de isolamento social e/ou solidão com a saúde cognitiva em adultos mais velhos, indicam que a maioria dos estudos anteriores baseou-se em medição singular do isolamento social e da solidão na linha de base, ignorando características dinâmicas do isolamento social e solidão ao longo do tempo, introduzindo a questão da causalidade inversa e capturar mudanças no isolamento social e na solidão, em vez de apenas avaliá-las na linha de base, é importante refletir riscos associados que os indivíduos enfrentam quando modificam suas relações sociais no mundo real particularmente do ponto de vista da saúde pública. Estudos conduzidos em populações ocidentais, exploram associação longitudinal entre mudanças na solidão e função cognitiva, no entanto, os resultados permanecem inconclusivos, ao passo que, estudo longitudinal nos EUA relata que a solidão persistente, não a solidão transitória, estava associada ao declínio cognitivo acelerado semelhante a resultados do risco de desenvolver demência e doença de Alzheimer, por outro lado, outro estudo longitudinal nos EUA descobriu que a experiência de solidão em momento único estava associada a taxa mais rápida de declínio cognitivo comparada à aqueles que nunca experimentaram a solidão. Já, estudo longitudinal na China relata que a solidão transitória e crônica estava associada a pontuações mais baixas no Mini-Exame do Estado Mental, MEEM, e, resultados inconsistentes entre estudos atuais, diferenças socioeconômicos e diferenças culturais na solidão, ainda não está claro até que ponto a associação entre solidão e saúde cognitiva é aplicada às populações não ocidentais.

Moral da Nota: estudo da Universidade de Turku, Finlândia, mostra grande necessidade não atendida de cuidados de saúde mental entre adolescentes na Ásia e na Europa concluindo que a maioria dos adolescentes não procura ajuda profissional, mesmo quando apresentam elevado nível de problemas de saúde mental, sendo que a necessidade não satisfeita prevalece nos 8 países asiáticos e europeus envolvidos no estudo, especialmente países de rendimento mais baixo. Publicado na European Child & Adolescent Psychiatry, revelou que, embora adolescentes considerem obter ajuda ou a procurem em fontes informais para problemas de saúde mental, muito poucos procuram de fontes formais, sendo que a pesquisadora Yuko Mori, do Centro de Pesquisa em Psiquiatria Infantil da Universidade de Turku, Finlândia, e autora principal do estudo, avisa que quando os adolescentes tentam obter ajuda externa para lidar com problemas de saúde mental, existem duas fontes de busca, ou, fontes informais e formais de ajuda. O estudo incluiu 13.184 adolescentes com idades entre 13 e 15 anos que completaram inquéritos autoadministrados entre 2011 e 2017 em 8 países asiáticos e europeus, China, Finlândia, Grécia, Índia, Israel, Japão, Noruega e Vietnã, sendo que o estudo foi conduzido como parte do Eurasian Child Mental Health Study, EACMHS, além de estudo transnacional baseado em escolas sobre o bem-estar e a saúde mental de adolescentes. Países de rendimento médio mostram que menos de 1% procurou ajuda de fontes profissionais, enquanto em países de rendimento elevado a taxa é ligeiramente mais elevada, entre 2% e 7% e as meninas são mais propensas procurar ajuda para problemas de saúde mental que os meninos, enquanto apenas 1%/2% dos adolescentes com elevado nível de problemas emocionais e comportamentais em países de rendimento médio, Índia, Vietnã e China, procuraram ajuda formal, quer dizer, 98%/99% dos que sofrem elevado nível de problemas não procuram ajuda formal, enquanto países de rendimento elevado, a taxa foi mais elevada, porém, limitada, 6%/7% na Grécia, Israel e Japão e 21%/25% na Noruega e Finlândia. O estudo revela ainda que as fontes informais de ajuda são amplamente utilizadas entre adolescentes e são as principais fontes de ajuda em muitos países, especialmente os de rendimento mais baixo, com o líder da EACMHS afirmando que as fontes informais de ajuda utilizadas em países de baixa renda destacam necessidade global de programas de conscientização e alfabetização em saúde mental.