Estudo retrospectivo nos EUA utilizando modelo de pesquisa demográfica e dados estatísticos disponíveis publicamente busca estimar incidência de morte parental por drogas e armas de fogo em geral, incluindo raça e etnia, foi usado para projetar número e incidência de jovens que vivenciam morte dos pais, definida como morte de um ou mais pais, por mil habitantes com menos de 18 anos em que avaliam mortes parentais por drogas, armas de fogo e outras causas de 1999 a 2020. Entre 1999 e 2020, ocorreram 931.785 mortes decorrente intoxicação por drogas e 736.779 mortes por armas de fogo, com idade média, DP, de 42,6 e 16,3 anos sendo que a maioria das mortes foi entre homens, 73,8%, e falecidos brancos, 70,8%, seguidos por falecidos negros, 17,5%, e hispânicos, 9,5%, estimando-se que 759 mil jovens sofreram morte dos pais devido a drogas e 434 mil jovens sofreram morte dos pais devido armas de fogo, representando 17% das mortes dos pais, aumentando 345% devido drogas e 39% devido armas de fogo comparados a 24% das outras causas. Os jovens negros sofreram fardo desproporcional de mortes parentais, principalmente nas mortes por armas de fogo entre os pais e, em 2020, drogas e armas de fogo representaram 23% das mortes parentais, o dobro da proporção de 1999, 12%, com os resultados do estudo de modelagem sugerindo que jovens dos EUA correm risco elevado e crescente de sofrer morte dos pais por drogas ou armas de fogo, devendo buscar esforços para conter o problema priorizando prevenção de overdoses de drogas e violência armada, especialmente entre grupos estruturalmente marginalizados.
Duas crises de saúde pública se sobrepõe nos EUA, ou, intoxicação por drogas e mortes por armas de fogo e, desde 1999, mais de 1 milhão de residentes norte americanos morreram por intoxicação fatal por drogas e mais de 750 mil por armas de fogo, sendo que a maioria das mortes por drogas e armas de fogo ocorrem entre idades de 15 e 54 anos, período da vida em que muitos são pais de jovens definidos como tendo menos de 18 anos. A mortalidade relacionada a drogas e mortalidade relacionada a armas de fogo aumentaram entre crianças e adolescentes, tornando-se a terceira principal causa mortis por drogas e a mortalidade por armas de fogo a causa de morte mais comuns neste grupo, daí, o desafio dos jovens de fardo duplo proveniente das drogas e armas de fogo determinando impactos nos grupos em questão. O número estimado de crianças que sofreram morte dos pais devido drogas aumentou em todos os grupos raciais e étnicos em 345% de 1999 a 2020, no mesmo período, as mortes parentais devido armas de fogo aumentaram 39%, com base no aumento entre jovens negros que experimentaram níveis consistentemente mais altos de mortes parentais e uma aceleração acentuada a partir de 2014 . Em 2020, 23% das mortes parentais foram devido a drogas e armas de fogo, o dobro da proporção comparada com 1999 enquanto mortes parentais por outras causas permaneceram estáveis em 3,5 jovens por mil habitantes, com exceção da pandemia em 2020, resultando aumento global de 23,6%. A morte parental, definida como a morte de pelo menos um dos pais, está associada a resultados educacionais, econômicos e de saúde negativos com disparidades raciais e étnicas traduzindo em exposição diferente à morte parental e resultando em desvantagens na saúde ao longo da vida contribuindo à desvantagem racial cumulativa, no entanto, deve ser ressaltado que não há estimativas do número de jovens que sofreram morte dos pais por drogas ou armas de fogo nos EUA e esforços para estimar incidência de mortes parentais por drogas ou armas de fogo são limitados com intensa ligação de dados ou pequenos estudos. Vale dizer que o Conselho de Revisão Institucional da Universidade de Stanford determinou que o estudo não atende critérios para pesquisa com participantes humanos e, portanto, isento de revisão, aprovação e necessidade de consentimento, sendo que foi seguida a diretriz da STROBE, Fortalecimento da Notificação de Estudos Observacionais em Epidemiologia, ao passo que a análise de modelagem utilizou dados disponíveis publicamente em fontes como estimativas populacionais do US Census Bureau, taxas de fertilidade masculina da Coleção de Fertilidade Humana, dados de mortalidade do Centro Nacional de Estatísticas de Saúde, NCHS, e taxas de fertilidade feminina do NCHS com informações de 1990 a 2020, estratificadas por idade, sexo, raça e etnia. Análises de sensibilidade sugerem que os resultados são robustos para modelar suposições sobre a taxa de fertilidade daqueles que morrem por drogas e armas de fogo, comparados com os que morrem por outras causas, sendo que a análise de modelização estimou que 1,19 milhões de crianças sofreram morte parental devido drogas ou armas de fogo entre 1999 e 2020, causas responsáveis por aproximadamente 17% das mortes parentais, em 2020, drogas e armas de fogo representando um quarto das mortes parentais, o dobro da proporção em 1999. As conclusões do estudo de modelização sugerem que jovens dos EUA correm risco elevado e crescente de sofrer morte dos pais por drogas ou armas de fogo, acontecimentos traumáticos que podem causar problemas de saúde mental imediatos e a longo prazo nos jovens afetados, nos familiares e comunidades, daí, esforços para conter este problema devem priorizar prevenção de overdoses de drogas e violência armada especialmente entre grupos estruturalmente marginalizados.
Moral da Nota: a sonolência que se segue a ingestão de Fentanil é permanente pelo fato de ser droga altamente viciante e potencialmente letal, tornando-se flagelo nos EUA, causando estragos no crescente número de pessoas que vivem nas ruas de Los Angeles em que quase 2 mil moradores de rua que morreram entre abril de 2020 e março de 2021, aumento de 56% em relação a 2020 e, segundo relatório do Departamento de Saúde Pública do Condado de Los Angeles a overdose foi a principal causa de morte em mais de 700 pessoas. O Fentanil é analgésico desenvolvido contra dores causadas por doenças como o câncer cujo uso deste opioide sintético, de produção barata, vendido concentrado ou misturado com outras drogas, aumentou exponencialmente e, de acordo com a DEA, por ser 50 vezes mais potente que a heroína, mesmo pequena dose pode ser letal, daí, tornar-se a droga mais mortal dos EUA, enquanto o Centro de Controle e Prevenção de Doenças avalia que dois terços das 107 mil mortes por overdose em 202 foram atribuídas a opioides como o Fentanil. As consequências do uso de drogas vão além das ruas sendo que o abuso de narcóticos pode ser causa ou sintoma de falta de moradia, ambos podem estar interligados com doenças mentais, sendo que relatório de 2019 da Autoridade de Serviços para Desabrigados de Los Angeles descobriu que um quarto dos adultos sem-teto no condado tinham doenças mentais e 14% transtorno por uso de substâncias e, apenas pessoas que tinham doença grave permanente ou de longa duração foram incluídas na análise e, em interpretação mais ampla dos mesmos dados, o Los Angeles Times descobriu que 51% sofriam de doenças mentais e 46% de transtornos por abuso de substâncias. A Califórnia gasta bilhões de dólares focada nos sem abrigo, no entanto, o tratamento nem sempre é financiado enquanto projeto de lei sancionado pelo governador Gavin Newsom força pessoas que sofrem de doenças mentais graves se submeterem a tratamento, no entanto, precisam ser diagnosticados com um transtorno como esquizofrenia por exemplo, e só ser viciado não é suficiente para o tratamento. A supervisora de campo do LA Door, programa municipal de prevenção de dependências que trabalha com condenadas por crimes menores, distribui meias, preservativos, água, lanches e agulhas esterilizadas na esperança que o fato de ser consistente nas visitas os incentive pedir ajuda. Homens e mulheres esparramados nas calçadas, amontoados em bancos e caídos em becos por vezes se enrolam fumando droga, enquanto outros injetam, enquanto os que não tem dinheiro suficiente para sustentar o vício pairam ao redor na esperança de conseguir uma dose grátis.