domingo, 16 de junho de 2024

Utilidade

Valor e preço são conceitos diversos em que 'valor' é utilidade ou benefício de algo conforme o indivíduo mudando ao abstrato sentimental ou ideológico, ao passo que 'preço' envolve troca material em dinheiro, representado por numero considerando custos de produção, oferta, demanda e mercado, semelhantes, mas com significados diversos, por exemplo, supondo-se que um veículo custe mais de US$ 1 mil sendo considerado como preço alto, variando de valor, para alguns, símbolo de sucesso, para outros meio de transporte. Obra de arte com preço de milhões colocando valor incalculável à colecionador, insignificante para quem não pertence ao mercado de arte, o mesmo com o vinho cujo valor é subjetivo levando a experiência única para alguns e simples bebida à outros, exemplos, mostrando como o preço é quantia fixa, enquanto valor é apreciação e mudança pessoal, sendo que entender a diferença leva a decisões de compra, já que preço pode não ser valioso às necessidades e desejos. A inversão de valores é chave na diferença entre preço de mercado e valor intrínseco, sendo que preço de mercado é o que se paga por uma ação no mercado de capitais e valor intrínseco é o que realmente a empresa vale, considerando ativos, como gera capital no presente e futuro, com investidores em valor não se ajustando apenas ao preço do mercado, mas buscando ações daquilo que realmente vale, esperando com o tempo,o mercado reconhecer o verdadeiro valor e o preço em questão. Daí, empresas gerarem dinheiro através de operações e capacidade de produção, fundamental à realizar valorização do valor intrínseco, sendo que ativos de uma empresa, como propriedades, patentes ou inventário, importam, mas o que  determina seu valor a longo prazo é a capacidade de gerar receitas e benefícios sustentáveis levando investidores em valor analisarem intencionalmente estados financeiros buscando estimar o valor intrínseco da empresa, daí, emergem indicadores como fluxo de caixa, retorno sobre capital investido e perspectivas de crescimento, dados que fazem entender se a empresa está subvalorizada no mercado. A inversão de valor das empresas remete ao que realmente valem, com expectativa que o preço de mercado eventualmente se alinhe ao valor intrínseco calculado, abordagem que requer paciência, investigação e crença na diferença entre valor e preço, no entanto, ativos não produtivos como Bitcoin, colecionáveis e obras de arte, o conceito de “valor intrínseco” é difundido, pois, Bitcoin é um código, formando ativos que não geram rendimentos por si mesmos como fariam uma empresa, por isso, seu valor não se baseia na produção de bens ou serviços. A compra desses ativos não produtivos é atrelada a esperança que o preço aumente no futuro e a diferença entre preço real no mercado e o que se espera que valha mais adiante, é o que neste caso chamam de “valor”,  devendo ser considerado que o ativo está subvalorizado em relação ao que poderia valer e, compra-se Bitcoin não pela utilidade como moeda, mas na crença que mais pessoas o farão no futuro aumentando seu preço tal qual obras de arte cujo  'valor' é subjetivo e está baseado em fatores como, raridade, demanda, expectativa e apreciação cultural, mais que em uma utilidade tangível.

O caso do Bitcoin será mais do que seu preço, pois encontraram valor na criptomoeda, pela acessibilidade, privacidade e autonomia frente ao sistema bancário tradicional, quem precisa fazer pagamento internacional e prefere anonimato, o Bitcoin é opção valiosa, aqui, o preço real ou o potencial de apreciação não é mais relevante, ao passo que para outros 'valor' do Bitcoin se baseia na possibilidade do preço aumentar no futuro, portanto, ser escasso e ter demanda crescente, convertendo em instrumento de investimento atraente. O Gerente Regional da Argentina e Alianzas Estratégicas de Cryptomarket, compartilhou visão sobre o que se considera dinheiro, referenciando-se ao Bitcoin, peso argentino e stablecoins, esclarecendo que “dinheiro deveria cumprir 3 funções, meio de mudança, aceito pela sociedade, unidade de conta, fracionar, fixar preços e documentar pagamentos/dívida e reserva de Valor, além de capacidade em manter valor a longo prazo”, acrescentando que “estes pilares, são pré-conceitos forjados em outros contextos, lembrando que a evolução do dinheiro e a criação de sistemas econômicos como o Bitcoin, pode colocar em dúvida tais conceitos, quando as economias não foram as mesmas”. Quanto as criptomoedas, expressou considerar “valor como discussão aberta sobre como se encontra o ativo no mundo, considerando que nada cumpre a função de reserva de valor e, se podemos discutir sobre o conceito bitcoin como 'valor', dado que importa diferenciar 'preço e valor', podemos encontrar na tecnologia Bitcoin representação de valor, não só por seu caso de uso global e aceito, mas pela interrupção em relação à governança e modo de emissão conhecida como mineração, implicando em  participação de computadores que disputam resolução de certificado na ordem de ganhar determinada quantidade de bitcoin a mudança de escrever um que contenha transações dos últimos 10 minutos, se comparando ao resto dos participantes, deixando registrado na blockchain tais movimentos fazendo automaticamente reflexo na comunidade de participantes em  consenso perfeito no sistema global Bitcoin”. A discussão que o dinheiro não é mercadoria, apenas símbolo de promessa representando dívida, crédito ou compromisso entre partes, ao passo que valor do dinheiro não depende da sua materialidade, nem confiança e poder de quem o emite ou o garante, o dinheiro é tecnologia social que se baseia no poder de abstração para facilitar troca, mito originado no liberalismo clássico que defendia a propriedade privada e o livre mercado como fontes de riqueza e liberdade com John Locke como um dos expoentes desta corrente, ao afirmar que dinheiro era extensão do trabalho humano e da naturalidade, mito, que perpetuou com o Padrão Ouro, na crença que dinheiro teria respaldo fixo e invariável, daí, a comunidade bitcoin, que tem o dinheiro como mercadoria digital escassa e descentralizada em que o valor do Bitcoin depende de quem tiver disputa para comprá-lo, dito que o valor não reside no código, mas na confiança que se têm no projeto.  O governo não cria dinheiro do nada, gera como crédito ou como efetivação da mudança de outros ativos financeiros sendo que cria uma dívida, não riqueza, assim o governo não é o único que cria dinheiro, mas sim, com o banco central e bancos privados, que controlam a quantidade de dinheiro e a prestação de contas ao governo e aos bancos, daí, o dinheiro de bancos privados é dívida, tem que ser pago com juros e o dinheiro na economia resulta de sistema complexo de intermediação financeira que depende da confiança, demanda e regulamentação. O dinheiro é um fenômeno complexo e dinâmico com múltiplas dimensões, funções e efeitos e, para superar mitos devemos questionar preconceitos e dogmas que impedem de ver o dinheiro com clareza e objetividade e, usar o dinheiro com responsabilidade, inteligência e criatividade melhora a qualidade de vida própria e dos outros, oportunidade, não obstáculo e, entender invento complexo como o dinheiro é algo que não podemos dar por concluído, um processo que devemos aperfeiçoar com o tempo. 

Moral da nota: considerando valores, as mortes por overdose de drogas nos EUA diminuíram em 2023 pela primeira vez em 5 anos, 3,1%, é o que sugerem dados provisórios do CDC, Centro de Controle e Prevenção de Doenças, estimando que 107.543 pessoas morreram de overdose, contra 111.029 em dezembro de 2022, sendo que as mortes causadas por opiáceos sintéticos e heroína diminuíram enquanto mortes causadas por psico estimulantes como metanfetamina e cocaína, aumentaram, segundo o relatório sobre tendências de apreensão de drogas divulgado pela DEA, Drug Enforcement Agency. No entanto, o número de mortos continua superior a 100 mil no país e aumentou em 15 estados e em Washington, DC, com a diretora médica do CDC esclarecendo que “os dados que mostram queda nas overdoses de drogas no período de 12 meses até dezembro de 2023 são notícias animadoras à nação e demonstram que houve progresso na prevenção de mortes por overdoses de drogas”, concluindo que “não significa o cumprimento da missão”, acrescentando que, com mais de 100 mil mortes “famílias perdem entes queridos devido overdoses de drogas em números surpreendentes”. As mortes por overdose diminuíram em Nebraska, 25%, Indiana, 18%, Kansas e Maine, 16% cada, Carolina do Norte, 14%, e Arkansas, 13%, estados do Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste registraram quedas com exceção da Virgínia Ocidental, +1%, e Alabama, +8%, Califórnia, Texas, Colorado, Idaho, Oklahoma, Dakota do Sul e Wyoming, leves aumentos, Havaí e Utah aumento de 8%  e Washington, DC, aumento de 9%. O maior número de mortes foi devido a opioides sintéticos que incluem Fentanil e Tramadol, responsáveis pelo maior número das mortes relacionadas aos opioides, 74.702, com o restante na classe dos opioides, 8.198, provenientes de heroína, metadona, morfina, codeína e semissintéticos além de oxicodona e oximorfona, no entanto, overdoses com psico estimulantes em potencial de abuso, incluem metanfetamina, 36 mil mortes, ao passo que heroína diminuiu de 16 mil em 2017 para 4.065 em 2023. A DEA informa que de 2021 a 2023, apreensões de Fentanil em pó quase dobraram para 13.176 kg, com 30% do pó contendo o sedativo animal xilazina e que as apreensões de comprimidos de Fentanil triplicaram para 79 milhões em 2023, enquanto, quase todas as metanfetaminas vendidas nos EUA são fabricadas no México estando mais puras e potentes de acordo com a DEA. Outra questão de valor, o mercado automobilístico espanhol mostra que veículos usados são cada vez mais caros e velhos e o preço de oferta dos autos usados segue alcançando media de 43.343 euros no caso dos semi novos, considerando que em cada veículo novo comercializado, se vende dois de  2ª mão, aí,  o debilitado poder aquisitivo e restrições ao tráfico de veículos contaminantes impulsionam o mercado que envelhece o parque automobilístico espanhol. A US News, avisa que em paralelo, estudo de especialistas da Universidade de Duke e do Instituto de Política Ambiental de EUA, que retardantes de chama, substância usada na fabricação de carros localizadas na espuma dos assentos dos automóveis, podem evaporar e causar câncer, agravando no verão, já que as temperaturas provocam aumento da evaporação dos ignífugos que são de uso obrigatório, segundo normas adotadas em 1970 nos EUA.