Na Índia onda de calor contínua coloca temperatura em mais de 50º C por 3 dias seguidos de calor intenso com médicos avisando que casos de exaustão pelo calor principalmente idosos lotam emergências médicas em uma semana de calor implacável, com Nova Delhi marcando novo recorde com temperatura sufocante de 52,9 ºC, sendo que o IMD, Departamento Meteorológico Indiano, investiga a leitura, pois diferiu de outras temperaturas próximas entre 3 e 5 graus. A boa notícia é que as temperaturas caíram até 4 ºC no noroeste e centro da Índia, segundo a agência meteorológica, no entanto, poderão subir em partes do leste da Índia e sul da península no mesmo período, já que as temperaturas atingem o pico em maio e junho, com o cientista do IMD, Soma Sen Roy, dizendo que o departamento estava prevendo de 7 a 10 dias de ondas de calor em regiões do noroeste acima de 2 ºC ou 3ºC habituais. Artigo na revista Nature informou que este é o 3º ano consecutivo que o país sofre fortes ondas de calor, com a capital Delhi registrando recorde de 52,9 ºC em 2 dias seguidos com alerta vermelho de saúde emitido à várias partes do país devido ao calor extremo com morte conhecida de 6 pessoas decorrente problemas relacionados ao calor no estado ocidental do Rajastão. Na previsão de 3 meses do IMD de abril, previram dias de ondas de calor acima do normal em partes do sul da península, leste da Índia, centro e planícies do noroeste com declaração de onda de calor quando a temperatura máxima é 4,5 ºC a 6,4 ºC superior ao normal e declarada severa. Em 2015, ocorreu a onda de calor mais severa quando mais de 2 mil pessoas morreram devido ao calor extremo com o conselheiro de risco climático do Centro Climático da Cruz Vermelha e Crescente Vermelho esclarecendo em webinar que “ondas de calor são assassino silencioso”, concluindo que, “não vemos as mesmas imagens que vemos quando há inundação extrema ou furacão, não vemos em ondas de calor imagens de casas sendo destruídas, por exemplo.” Relatório divulgado pela WWA, World Weather Attribution, Centro Climático da Cruz Vermelha e Crescente Vermelho e Central do Clima que examinou 76 ondas de calor extremo em 90 países em período de 12 meses começando em 15 de maio de 2023, avisa que nesse período, 6,3 bilhões de pessoas, 78 % da população mundial, experimentou pelo menos 31 dias de calor extremo “2 vezes mais provável devido às alterações climáticas causadas pelo homem” e, segundo o vice-presidente de ciência da Climate Central, grupo independente de cientistas e comunicadores que pesquisam e reportam sobre mudanças climáticas, em que ondas de calor "em muitos aspectos são antecipadas com alterações climáticas, já que, sabemos que alterações climáticas levam ao aquecimento que tem sido observado", concluindo que, “está previsto, estamos vivendo no mundo que os modelos climáticos previram há 30 anos”. Na verdade, esclarece que "em algum nível, não surpreende, mas o é definitivamente surpreendente às pessoas que estão vivendo esses eventos, porque são, em muitos aspectos, eventos que não foram experienciados antes, ou mais longos ou mais intensos havendo vários durante o ano." Temperaturas diurnas representam ameaça às pessoas, o mesmo com as noturnas anormalmente altas, “se as noites não esfriam, perdendo essa oportunidade, não há chance de se recuperar” concluindo que “só aumenta o estresse que as pessoas enfrentam.” Em 2023, o planeta registrou a temperatura mais alta já vista com julho o mês mais quente, parte disso impulsionado por forte El Niño, aquecimento natural no Oceano Pacífico que, com na atmosfera tem implicações meteorológicas no mundo, no entanto, os efeitos do aquecimento do El Niño são sentidos no início do ano seguinte com especialistas preocupados que 2024 possa superar 2023 concluindo que “a razão disso isso, é porque temos muito CO2 na atmosfera” acontecendo “porque temos queimado carvão, petróleo e gás natural e, até pararmos, todos os anos continuaremos aumentar este fardo que impomos às pessoas no mundo.”
O México já experimenta 'temperaturas mais altas já vistas"' à medida que o número de mortos aumenta e o calor extremo asfixia parte do país matando pessoas em estados com a máxima que 'um sol vermelho nasce contra um céu vermelho', sendo que o calor extremo no México, América Central e partes do Sul dos EUA deixou milhões de pessoas sob temperaturas sufocantes, sobrecarregando redes de energia, resultando em macacos bugios icônicos no México caindo mortos das árvores, cujo calor extremo que asfixia grande parte do país já matou dezenas de pessoas, mas as temperaturas mais altas, segundo as autoridades, ainda estão por vir. Pesquisadores da UNAM, Universidade Nacional Autônoma do México, em comunicado chamaram a onda de calor de “sem precedentes” esperando "temperaturas mais altas já registradas” e, conforme o Weather Channel, as temperaturas em Vera Cruz atingiram 37 °C, Tabasco 40°C e Mexicali 40,5 °C, em ambiente montanhoso com números quase 5 ºC acima da média e, na capital, Cidade do México, recorde de 35°C, conforme o diretor do Instituto de Ciências Atmosféricas e Mudanças Climáticas da UNAM. Habituados a clima mais temperado, a maior parte dos 21 milhões de residentes da área metropolitana não tem ar condicionado sendo que no início de maio a capital foi uma das pelo menos 10 cidades do México que registraram o dia mais quente já computado, considerando que o México sofre um fenômeno climático de alta pressão conhecido como “cúpula de calor” que prende o ar quente em grande parte do país criando temperaturas recordes que ultrapassaram 45 ºC em alguns lugares sendo que causas relacionadas ao calor mataram 22 pessoas entre 12 e 21 de maio, números preliminares divulgados pelo Ministério da Saúde do México. Desde o início da estação quente em 17 de março, principalmente insolação e desidratação, as mortes se elevam às 48 causadas pelas temperaturas extremas no mesmo momento das estações quentes de 2022 e 2023 no México, com o Ministério da Saúde relatando apenas 2 e 3 mortes relacionadas ao calor, além de pessoas com insolação, queimaduras solares, desidratação e outras condições relacionadas ao evento extremo. O calor sufocante exacerbou seca nacional e sobrecarregou a rede elétrica, com macacos caindo mortos das árvores devido suspeita de desidratação, sendo que a NOAA, Agência Meteorológica Nacional dos EUA, prevê temporada de furacões ativa graças às temperaturas recordes dos oceanos que provavelmente resultarão em tempestades mais fortes em maior número, além de autoridades canadenses dizerem que o Canadá Atlântico verá atividades de furacões acima da média.
Moral da Nota: o Teatro Amazonas em Manaus foi palco de audiências da Corte Interamericana de Direitos Humanos sobre a crise climática e a ação predatória de poluentes, com magistrados recebendo contribuições de organizações civis e especialistas em direitos humanos em rodada para estabelecer obrigações dos Estados diante emergências climáticas e da persistência de poluentes no ambiente. A presidente da Corte disse que “a audiência pública busca estabelecer diálogo direto, diverso e participativo para chegar a elementos de julgamento” visando responsabilidades dos Estados em direitos humanos diante desastres naturais que atingem a região. Durante 3 dias de sessões que se seguiram às audiências realizadas em Brasília na semana anterior e em Barbados em abril de 2024, a Corte respondeu ao pedido de parecer consultivo do Chile e Colômbia para “esclarecer o alcance das obrigações dos Estados de responder à emergência climática no âmbito do direito internacional”, sendo este o processo mais participativo dos 44 anos de história da entidade com 260 contribuições 600 organizações da sociedade civil com especialistas em direito internacional esperando que o Tribunal emita parecer vinculativo ainda este ano. As intervenções abordaram ciência climática, acesso à justiça, direitos humanos dos defensores ambientais, crianças e gerações futuras, migração climática e deslocamento além de efeitos das alterações climáticas sobre grupos indígenas e meios de proteger seus direitos, enquanto a advogada maia quiché da Guatemala pediu ao Tribunal que considerasse que “os defensores ambientais estão cada vez mais vulneráveis no contexto da emergência climática e que a criminalização dos defensores é violação dos direitos humanos”. A professora de Direito da Universidade Americana de Washington considerou que “o debate aberto e plural na corte interamericana permite construir melhores roteiros regidos por igualdade, dignidade e direitos, promovendo ações mais sustentáveis, justas e soluções duradouras”, concluindo que, “é oportunidade ao Tribunal ser voz dos que sempre foram silenciados e invisibilizados e, contundente ao declarar que, as ações tomadas para enfrentar a emergência climática incluem situações diferenciadas das mulheres e povos indígenas”. O Tribunal ouviu alerta da comunidade científica que o planeta se encontra em momento crítico, porque se os Estados não abordarem as alterações climáticas, os feedbacks levarão o sistema a pontos de viragem abruptos e irreversíveis, neste sentido, os participantes destacaram a importância de manter o limite do aumento na temperatura média em 1,5 ºC acima dos níveis pré-industriais, além da necessidade dos Estados descarbonizarem e reduzirem rapidamente poluentes climáticos de curta duração ou super poluentes como o metano e hidrofluorocarbonetos utilizados em equipamentos de refrigeração, que permanecem na atmosfera menos tempo que o CO2, mas, são contribuintes ao aquecimento atmosférico. Em Brasília, adolescentes ativistas explicaram que emergências climáticas afetam meninos e meninas com consequências nos direitos à saúde, educação, alimentação e recreação, enquanto pareceres consultivos da Corte são obrigatórios e os tribunais nacionais dos 23 Estados aderentes, Canadá e EUA não participam, e Trinidad e Tobago e Venezuela se excluíram do sistema, devem utilizá-los na interpretação da Convenção Americana sobre Direitos humanos influenciando legislação e políticas públicas nos debates acadêmicos de opinião pública e no trabalho das organizações civis.