Temperaturas sufocantes na América Central e sul dos EUA e, no México, associada à morte conhecida de mais de 20 pessoas desde março, inserida em fenômeno chamado de 'Cúpula de Calor' deixando milhões de pessoas sufocadas, sobrecarregando redes elétricas além dos icônicos bugios do sudeste caindo mortos das árvores. As condições, segundo meteorologistas, foram causadas pela 'cúpula de calor' consistindo por área de forte alta pressão centrada no sul do Golfo do México, norte da América Central e partes dos EUA, Texas e Flórida, impedindo formação de nuvens com muito sol e altas temperaturas, fenômeno que ocorre em mundo que aquece devido gases efeito de estufa decorrente queima de combustíveis fósseis como petróleo, gás e carvão. Meteorologista do NWS, escritório de previsão do Serviço Meteorológico Nacional em Miami, avisa que os ventos sul dos trópicos transportam ar quente e úmido do equador ao norte, contribuindo à condições excepcionalmente quentes, com o sul da Flórida, mais quente que o normal e o Aeroporto Internacional de Miami registrando 35,6ºC ou 5º mais quente que os 30ºC que Miami normalmente vê nesta época do ano. Aviso de calor emitido pelo NWS em vigor em áreas do Texas espera que temperaturas ao longo do Rio Grande subam à 43,9 ºC e 35 ºC nas montanhas Davis e Chinati, com especialistas expressando preocupação sobre o efeito que a 'cúpula de calor' terá na temperatura da água oceânica e sua influência na temporada de furacões no Atlântico.
O investigador principal da Escola de Meteorologia da Universidade de Columbia, avisa que a região passa de uma fase do El Niño na qual a atividade de ciclones tropicais geralmente diminui no Golfo do México e no Atlântico Norte, para La Niña, na qual a probabilidade deste tipo de tempestade aumenta acrescentando que o calor extremo tem risco de atividade de ciclones tropicais nesta temporada uma vez que as tempestades são alimentadas por temperaturas quentes oriundas do Oceano. A intensa onda de calor no México deve piorar e, segundo a meteorologista do Serviço Meteorológico Nacional No México, será uma das ondas de calor mais longas e preocupantes de 2024 porque afeta a maior parte do país, sendo que em maio, mais de 46 localidades registraram temperaturas recordes e a situação é especialmente grave em locais como a Cidade do México que registrou temperatura recorde de 34,3º C. Segundo programa de alterações climáticas da Universidade Nacional Autônoma do México, na Capital, fator agravante é o calor combinando com poluição esperando-se que aumentem as concentrações de ozônio com impactos na vida selvagem surpreendendo cientistas a morte de mais de 130 bugios nas selvas sudeste e o aumento da mortalidade de aves na parte norte causada pelo calor combinado a outros fatores. Chuvas abaixo da média na maior parte do país em 2024, lagos e represas secando e abastecimento de água acabando em muitos locais, gerando protestos, ao passo que uma das últimas ações foi levada a cabo por agentes da polícia da Cidade do México que bloquearam faixas de trânsito em avenida da capital para se queixarem que não havia água nas esquadras e que as casas de banho estavam inutilizáveis. Na Guatemala, o calor combinado com incêndios florestais fizeram com que as autoridades proibissem atividades ao ar livre nas escolas da capital devido à má qualidade do ar e, em países próximos, como Belize, El Salvador, Honduras, República Dominicana e Haiti, há registros de temperaturas anormalmente quentes devido alta pressão. Choques climáticos extremos intensificados pelo aquecimento global mataram centenas de pessoas e devastaram em 2023 meios de subsistência e ecossistemas na América Latina e Caribe, segundo a secretária-geral da OMM, Organização Meteorológica Mundial, ao divulgar o estado anual do relatório climático à região em que seca, calor, incêndios florestais e chuvas extremas, bem como o furacão mais forte que atingiu o Pacífico Oriental impactaram saúde, segurança alimentar e energética e desenvolvimento econômico. Pesquisas sugerem que o aquecimento global contribui nos aumentos de ventos com força de furacão observados em outros furacões recentes, incluindo Michael em 2018 e Ian em 2022 além da seca que reduziu fluxos no rio Amazonas à níveis recordes e interrompeu o transporte marítimo no Canal do Panamá, no entanto, seca e ondas de calor alimentam incêndios florestais em grandes áreas da América do Sul, no Parque Nacional Iberá, na Argentina, matou jacarés raros, cervos-do-pantanal, bugios pretos e dourados e mais de 300 espécies de aves além de 1.100 milhas quadradas do centro-sul do Chile assolado por seca desde 2010. Neste momento, 1% da ajuda oficial ao desenvolvimento na América Latina e Caraíbas vai à prevenção de desastres, “baixo nível de investimento que aumenta vulnerabilidades e mantém países menos desenvolvidos da região em estado constante de recuperação de desastres”.
Moral da Nota: a crise climática é crise de saúde em que temperaturas elevadas, condições meteorológicas extremas e maior número de catástrofes climáticas afetam saúde física e mental, além de mortes causadas por ondas de calor, inundações e outros eventos extremos, investigadores esclarecem tendência ampla de implicações à saúde a longo prazo como resultado da perturbação dos sistemas alimentares, contacto próximo entre animais e humanos e aumento da transmissão de doenças por vetores além de condições normalmente não consideradas relacionadas ao clima como doença de Alzheimer e Parkinson. O Relatório do Fórum Econômico Mundial, 'Quantificação do Impacto das Alterações Climáticas na Saúde Humana', mostra que, até 2050 haverá 14,5 milhões de mortes e mais de 2 bilhões de anos de vida saudável perdidos e, segundo a OMS, as alterações climáticas causam 250 mil mortes adicionais por ano devido subnutrição, malária, diarreia e stress térmico. Dentre os riscos emergentes à saúde como resultado da crise climática estão o aumento da desnutrição e subnutrição levando 150 milhões de crianças com menos de 5 anos sofrerem atraso no crescimento devido a falta de nutrientes, além de doenças transmitidas por vetores como malária, o agravamento de doenças cerebrais degenerativas incluindo Alzheimer, demência e doenças dos neurônios motores, pois, cientistas acreditam que temperaturas mais altas afetam vias biológicas do cérebro e aceleram ou causam perturbações em proteínas cruciais demonstrando que o aumento de 1,5 º C na temperatura média leva a elevação do número de internações hospitalares de pacientes com Alzheimer e ao agravamento dos sintomas. Por fim, um maior risco de doenças não transmissíveis em que ondas de calor ou poluição atmosférica aumentam a probabilidade de AVC, acidentes vasculares cerebrais, ataques cardíacos e câncer além de danos à saúde mental cujo aumento das temperaturas se associa a agressão, depressão, suicídios violentos, ansiedade e stress, com estudos mostrando que a hospitalizações por distúrbios de saúde mental aumenta com o aumento das temperaturas.