Ações decorrentes de mudanças climáticas como calor extremo, incêndios florestais e partículas não provenientes de incêndios florestais foram questões estudadas em conjunto no aumento dos cuidados respiratórios, com base em dados de mais de 60 estudos em pesquisas anteriores mostraram que combustíveis fósseis e mudanças climáticas são ameaças à saúde respiratória enquanto impacto direto do clima nos cuidados de saúde respiratória não está bem compreendido. Acontecimentos locais levaram Jacqueline R. Lewy, MD, que liderou o estudo e Ann Arbor da Universidade de Michigan examinar o panorama atual das alterações climáticas e cuidados de saúde respiratória esclarecendo que "quando a fumaça dos incêndios florestais canadenses envolveu o Centro-Oeste e a Costa Leste, pacientes apresentaram exacerbações de asma e DPOC nas clínicas" e, continua, “o evento foi lembrete da crescente ameaça à saúde que pacientes mais vulneráveis enfrentam devido alterações climáticas”, concluindo que, "eventos de fuligem nos fizeram pensar sobre como sistemas de saúde no mundo estão se preparando e busca de melhor compreensão do que se sabe sobre impactos das alterações climáticas na prestação de cuidados de saúde a pacientes com doenças pulmonares procurando pontos cegos na investigação". Revisão publicada no The Journal of Climate Change and Health, identifica 67 estudos relacionados ao clima e a cuidados respiratórios, 50 deles publicados entre 2020 e 2023, cujos tópicos climáticos e meteorológicos mais estudados foram calor extremo, 31 estudos, partículas não provenientes de incêndios florestais, 22 estudos, e incêndios florestais, 19 estudos. Resultados respiratórios mostram que dentre os eventos mais comuns as internações hospitalares relacionadas a problemas respiratórios, 33 estudos, e visitas ao departamento de emergência, DE, relacionadas a problemas respiratórios, 24 estudos, com poucos estudos abordando impacto potencial do clima na telessaúde, na distribuição de energia das instalações e no fornecimento de produtos farmacêuticos, segundo o estudo, notavelmente, um estudo na revisão mostrou associação entre cortes de energia em Nova Iorque e taxas mais elevadas de internação hospitalar relacionadas a doença pulmonar obstrutiva crônica, DPOC, sem nenhuma investigação primária sobre efeitos das alterações climáticas no fornecimento ou distribuição de medicamentos respiratórios. No entanto, estudos com repartições demográficas incluindo evidências de efeitos de condições meteorológicas extremas nas populações idosas comparadas a grupos mais jovens e dados dos 7 estudos em crianças, mostram risco particular de exacerbações respiratórias relacionadas ao clima entre aqueles com menos de 5 anos, sendo que descobertas da revisão foram limitadas por fatores variados incluindo seleção de artigos específicos e potencial viés de classificação incorreta já que os resultados respiratórios muitas vezes se sobrepunham a resultados cardíacos ou outros, segundo os pesquisadores. Pesquisas futuras indicam, segundo o estudo, necessidade de mais estudos sobre impacto do clima nas populações pouco estudadas em áreas como África, América do Sul, Ásia e Caraíbas, além de estudos sobre o impacto do clima nos cuidados respiratórios para além dos cuidados agudos com atenção à utilização de cuidados respiratórios primários e especializados, aos impactos na cadeia de abastecimento e efeitos nos cuidados e reabilitação pulmonar a longo prazo, por fim, insiste em mais investigação para explorar soluções à crescente procura de cuidados pulmonares no contexto das alterações climáticas incluindo utilização da telessaúde. Mais pesquisas sobre medidas preventivas que possam mitigar o risco de má qualidade do ar, calor e outros eventos extremos de mudanças climáticas em populações vulneráveis, são necessárias, em entrevista ao Medscape Medical News. "Todos os domínios da prestação de cuidados de saúde, desde a aquisição de produtos farmacêuticos a concepção de sistemas de aquecimento e arrefecimento hospitalar, devem ter em conta mudanças ambientais", disse. “É necessária colaboração com investigadores e médicos em áreas do mundo que estão sub-representadas e com poucos recursos para ajudar partilhar conhecimentos e ferramentas para construir resiliência do sistema de saúde”, acrescentou. Olhando ao futuro, seria valioso estudos se concentrando em infra-estrutura no que se refere a cuidados de saúde, já que pesquisa recente explorou atendimento virtual como modo de mitigar exacerbações da DPOC associadas à mudanças climáticas, mas o atendimento virtual pode não ser acessível de modo confiável em casos de interrupções generalizadas de energia e rede, muitas vezes associadas a tempestades, ondas de calor e eventos climáticos catastróficos, concluindo que “mais pesquisas sobre esses fatores logísticos que afetam sistemas de saúde seriam úteis”.
Nesta linha, estudo avalia que TDAH, transtorno de déficit de atenção/hiperatividade em adultos, está associado de modo independente, a risco aumentado de demência com corpos de Lewy, DCL, demência e comprometimento cognitivo leve não amnéstico, naMCI, com pesquisadores, liderados por Ángel Golimstok, MD, do Hospital Italiano, Buenos Aires, Argentina esclarecendo que “é importante determinar se existe associação entre TDAH e posterior conversão à tipo específico de demência, o que geraria oportunidades de prevenção e tratamento precoce, bem como pesquisas sobre processos fisiopatológicos envolvidos na compreensão do processo de declínio cognitivo". Publicada no The American Journal of Geriatric Psychiatry, pesquisadores identificaram ligação entre DCL e TDAH em 2011 e, desde então, 8 estudos adicionais de outros grupos mostram possível ligação entre TDAH e DCL, daí, pesquisadores recrutaram 270 indivíduos com idades entre 45 e 70 anos entre 2007 e 2012, destes, 161 tinham TDAH e 109 eram controles saudáveis, sendo que TDAH atenderam ao Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 4ª Edição, critérios de revisão de texto à diagnóstico com curso crônico de sintomas de TDAH desde adolescência a idade adulta causando comprometimento leve a grave. Todos partícipes receberam exame físico, ressonância magnética e exame neuropsicológico para testar deficiência relacionada à demência, acompanhados por uma média de 12 anos, um total de 27 indivíduos com TDAH desenvolveram demência versus 4 pacientes do grupo controle, 17% versus 4%, respectivamente, e 19 deles tiveram DCL e, dos que desenvolveram algum tipo de demência, 87% eram do grupo de TDAH e o tipo de demência mais frequente foi DCL, 95% das quais no grupo com TDAH, enquanto DCL representou 70% dos casos de demência entre participantes com TDAH. Apontaram que a amostra de pacientes com TDAH procurou avaliação por causa de queixa cognitiva ou motivação própria, portanto, os resultados do estudo não são generalizáveis aos pacientes com TDAH, outra limitação foi o número pequeno de pacientes incluídos na amostra.
Moral da Nota: abordagem na telessaúde para reduzir consultas repetidas de asma, viável, bem aceita, poderia, em última análise, melhorar resultados, conforme dados de estudo piloto apresentado na reunião anual de 2024 das Sociedades Acadêmicas Pediátricas, sendo que a telessaúde não é ideia nova no tratamento da asma, iniciativa tem características únicas, incluindo colocação do foco educacional nas crianças, segundo o professor associado de pediatria na Escola de Pediatria da Universidade de Rochester, Nova York. O ensaio randomizado denominado TEACHH foi realizado em crianças de 5 a 13 anos hospitalizadas por asma não controlada e, no braço de intervenção, receberam instruções com o kit de ferramentas TEACHH, enquanto outras crianças receberam cuidados padrão, sendo que o kit ferramentas incluía flipchart explicando a asma e objetivos do tratamento, um folheto de instruções visuais com ilustrações da técnica de inalação adequada e um plano de ação pictórico com cores de semáforos para esclarecer diferenças entre medicamentos preventivos e de resgate, além da inclusão de adesivos com códigos de cores aplicados no inalador conforme o plano de ação. A primeira sessão educativa com o kit de ferramentas ocorreu no hospital, antes da alta e, um mês pós a alta, 2 sessões de telessaúde foram realizadas em aplicativo à smartphone e, em ambas sessões, o plano de ação e a técnica inalatória foram revisados e dúvidas abordadas. O estudo randomizou 26 crianças, número pequeno para avaliar o efeito nos resultados, no entanto, os dias sem sintomas às crianças e pontuações de qualidade de vida aos cuidadores foram numericamente mais elevados no grupo de intervenção, embora visitas ao serviço de urgência não tenham sido reduzidas. Entre as modificações do protocolo inicial está que as crianças serão matriculadas no momento em que se apresentarem ao pronto-socorro e a primeira consulta de telessaúde foi bem aceita, mas as crianças e os pais ouviram a mesma informação pela 3ª vez na 2ª consulta de telessaúde enquanto alguns sugeriram nas entrevistas que uma 3ª rodada “não acrescentou muito”. O estudo reforçou a experiência anterior sugerindo que as crianças são receptivas à ideia de participar nos seus próprios cuidados pelo menos aos 5 anos de idade, ao passo que crianças com asma são trocadas por inaladores dosimetrados, MDIs, a partir de nebulizadores por volta dos 2 anos de idade porque a maioria consegue dominar os MDIs, que não são inferiores aos nebulizadores com técnica adequada e não precisam de plugue. A chefe de alergia pediátrica do Martin Luther King Jr. Health Center, Bronx Care Health System, Nova York, disse que apoia os conceitos básicos do novo estudo e considerou a telessaúde ferramenta à asma, incluindo asma pediátrica e que as crianças podem compreender conceitos de controle da asma aos 5 anos de idade e gostam de se envolver no controle de sua doença, acrescentou, existindo vários aplicativos para ajudá-las controlar a asma, em particular.