Precisão e rapidez nos diagnósticos médicos significam diferença entre vida e morte, emergindo na Espanha tecnologia capaz de transformar como médicos visualizam o coração através do CARDIA by Apolo, ferramenta que por meio da IA, converte ecocardiogramas 2D padrão em reconstruções 3D detalhadas, avanço que muda o diagnóstico cardiovascular, posicionando-se como solução para melhorar a eficiência do sistema de saúde. Associada ao CARDIA está a Apolo AI, empresa espanhola que assumiu o desafio de liderar o projeto e com o apoio de equipe multidisciplinar em biomedicina e informática, além da colaboração de cardiologistas, o CARDIA atualmente em fase de desenvolvimento e validação médica facilita diagnósticos mais rápidos e precisos de doenças cardiovasculares e valvares, tornando ao mesmo tempo, utilização eficiente dos recursos humanos e econômicos nos centros de saúde. A importância da inovação é mais evidente quando considera que doenças cardiovasculares representam a principal causa de morte no mundo com quase 19 milhões de mortes em 2019, neste contexto, o CARDIA surge como ferramenta para obter diagnósticos em menos tempo, contribuindo para salvar vidas, sendo o financiamento do projeto originário de investidores privados e comercialização prevista para 2025 além de expectativa que a tecnologia se torne padrão no diagnóstico cardiovascular a nível mundial.
Neste contexto, estudo longitudinal nacional na China sugere que a exposição à inundações tem efeito adverso no longo prazo na saúde cardiovascular entre a população idosa, decorrente inundações frequentes e envelhecimento da população chinesa, conclusões que enfatizam urgência de medidas para mitigar vulnerabilidade às inundações e melhorar saúde dos residentes idosos. As inundações representaram 44% dos eventos de catástrofe a nível mundial entre 2000 e 2019 afetando 1,6 bilhão de pessoas, com perdas econômicas em US$ 651 bilhões e, devido mudanças no clima, uso do solo, infraestruturas e demografia da população, aumentam em termos de gravidade duração e frequência ocorrendo 37% mais inundações em 2021 que a frequência média de inundações das últimas 2 décadas e, a Ásia foi a região mais gravemente afetada, sofrendo 35,9% dos eventos de inundação e representando 77,4% do número de afetados conforme o Asian Disaster Reduction Centro, 2022. A China é mais propensa a inundações com mais de 941 milhões de afetados e US$ 263 bilhões em perdas econômicas em 2000–2021 e, no curto prazo, a exposição às inundações aumenta mortalidade humana e doenças infecciosas como diarreia, pneumonia e doenças de pele, amplamente estudadas e, no longo prazo, associadas a risco de desnutrição, distúrbios psicológicos e doenças crônicas afetando sistemas ambientais ou sócio econômicos das áreas expostas, efeito mais duradouro e generalizado na saúde humana, no entanto, o longo prazo de exposição à inundações são negligenciados e insuficientemente estudados na literatura. Pesquisa apoiada pela Fundação Nacional de Ciências Naturais da China e Fundação de Energia mostrou associação entre anomalias eletrocardiográficas e exposição a inundações entre pessoas de meia-idade e idosos decorrente inundações tornarem-se frequentes e intensas devido alterações climáticas, especialmente na Ásia, no entanto, evidências sobre efeitos a longo prazo na saúde provenientes de estudos em grande escala sobre a população idosa vulnerável na China são insuficientes sendo que o estudo analisa efeitos de longo prazo da exposição a inundações nas anormalidades eletrocardiográficas, ECG, indicador usado na triagem de doenças cardiovasculares, DCV, em pessoas de meia-idade e idosas. Dados da Pesquisa Nacional Chinesa de Triagem de AVC de 80.711 registros de acompanhamento de 38.375 participantes com idade de 40 anos com 2 ou mais consultas entre 2013 e 2018, foi avaliada exposição às inundações como a presença de uma área inundada detectada por satélite num raio de 500 m da residência no prazo de 5 anos antes da data da pesquisa, sendo que a associação entre anormalidades no ECG e exposição a inundações foi analisada utilizando modelo de efeitos aleatórios com múltiplos ajustes e como a idade é importante fator de risco para DCV, uma variável derivada para estimar o efeito modificador não linear da idade na associação entre anormalidades no ECG e exposição a inundações. O modelo ajustado sugeriu que a exposição às inundações estava associada a risco aumentado de anomalias no ECG entre a população de meia-idade e idosa sugerindo fibrilação atrial, depressão do segmento ST e hipertrofia ventricular esquerda, associações, robustas em várias subpopulações, enquanto uma curva sublinear ao efeito modificador negativo da idade foi observada na vulnerabilidade da população às cheias, daí, a exposição às inundações foi associada a risco aumentado a longo prazo de anomalia no ECG, necessitando medidas à mitigar vulnerabilidade às inundações não negligenciável na China.
Moral da Nota: evidências epidemiológicas sugerem que idosos são mais vulneráveis às inundações com dificuldades em receber avisos precoces de desastres naturais e responder rapidamente, por outro lado, a maioria dos idosos tem uma ou mais doenças crônicas e depende de cuidados médicos regulares interrompidos durante e após as cheias. Um estudo de coorte relatou que durante inundação em França, a evacuação de emergência levou a aumento de 3 vezes na mortalidade entre idosos que vivem em lares de idosos por propensão ao stress pós-catástrofe, insônia e depressão, que aumenta o risco de doenças crônicas, particularmente cardiovasculares, DCV. Estudo no Japão relatou mudanças significativas nos níveis de medidas físicas relacionadas a DCV, por exemplo, pressão arterial e colesterol de lipoproteína de alta densidade entre a população com idade 65 anos após exposição a desastre natural sendo que a DCV é causa primária de mortalidade na população idosa agravada por desastres naturais, no entanto, estudos investigaram o efeito da exposição às inundações nas DCV entre idosos. Um estudo global analisou 761 comunidades em 35 países e relatou aumento de 2,6% no risco de mortalidade cardiovascular após um dia de inundação e descobriram que a ocorrência de DCV aumentou nas 2 semanas imediatamente após a catástrofe da cheia, além de relato de risco aumentado de hospitalização por DCV entre pessoas com idade 65 anos em Louisiana, EUA. Outro estudo no Japão mostra que a taxa de incidência padronizada de enfarte do miocárdio, EM, fatal em áreas impactadas por inundação quase duplicou, no entanto, estudo de corte no Canadá concluiu que a exposição à inundações estava associada a aumento de 25% na incidência de DCV e a associação não foi estatisticamente significativa, da mesma forma, estudo de caso-controle em Nagano, Japão, relatou associação não significativa entre exposição a inundações e incidência sendo que a maioria dos estudos avaliou o efeito da exposição às inundações nas DCV através de dados recolhidos num único centro e os resultados foram mistos. As inundações ocorrem frequentemente na China com população cada vez mais envelhecida e elevada carga de DCV sendo que a prevalência de DCV é de 26,1% entre adultos com idade de 55 anos sendo doença evitável e tratável com diagnóstico e intervenção precoces reduzindo danos causados pelas DCV com o eletrocardiograma como exame físico na triagem clínica de DCV, método rápido e não invasivo para identificar disfunções cardíacas precoces cujas anomalias do ECG foram reconhecidas como marcador precoce em muitos estudos. Para concluir, estudo realizado por irlandeses e dinamarqueses revela que no sistema de saúde da Dinamarca o fardo financeiro colocado sobre os adultos que vivem com multimorbilidade, ou, a presença de 2 ou mais doenças crônicas quando se trata de despesas do próprio bolso para medicamentos prescritos. Destacando a pressão econômica concluiu que indivíduos com 5 ou mais doenças gastam 320 euros anualmente, comparado com 44 euros à aqueles sem quaisquer doenças crônicas, aumento que preocupa em relação a desigualdades do modelo de bem-estar dinamarquês, àqueles com multimorbidade e geralmente com rendimentos familiares mais baixos. O estudo avaliou despesas com medicamentos prescritos da população adulta dinamarquesa ao ano 2020, revelando que à medida que o número de doenças crônicas aumentava, aumentavam despesas correntes, mesmo depois de contabilizados fatores demográficos e socio econômicos refletindo padrões observados a nível mundial, indicando que a Dinamarca não está imune aos desafios de acessibilidade dos cuidados de saúde que permeiam outros países. Ainda não se sabe como as conclusões deste estudo influenciarão políticas de bem-estar e estratégias de saúde da Dinamarca, mas o fardo da multimorbilidade vai além das implicações à saúde, um peso financeiro em país com quase um quarto da população adulta afetada, com soluções farmaco econômicas que abordam tanto a adesão à medicação como a barreiras econômicas agora mais essenciais.