Condições meteorológicas extremas e desinformação são identificadas como principais riscos global em 2024 e, nestas ideias, será desenvolvido o WEF na Escola Alpina Suíça, no coração de Davos, inserido em riscos ambientais, perda de biodiversidade e mudanças críticas nos sistemas da Terra, liderando a classificação, além de dois terços dos especialistas em risco esperar uma ordem mundial multipolar ou fragmentada, com Davos 2024 ocorrendo em cenário geopolítico mais complicado até o momento. Em inquérito do Fórum Econômico Mundial, WEF, especialistas em risco consideram que condições meteorológicas extremas e desinformação são as que apresentam maior probabilidade de desencadear crise global nos próximos anos, embora as condições meteorológicas extremas tenham sido identificadas como o maior risco em 2024 e a desinformação em 2º lugar consideradas riscos mais grave nos 2 anos seguintes. As principais economias, EUA, Índia e México, realizarão eleições, deixando a indústria e os líderes políticos dependentes de sondagens e previsões à avaliar como será o ambiente político até 2025, alertando que “o uso generalizado de desinformação e de ferramentas à sua divulgação, pode minar legitimidade dos governos recém-eleitos”. O relatório, preparado em parceria com o Zurich Insurance Group e Marsh McLennan, antes da reunião anual do WEF, avisa que “a agitação resultante pode variar desde protestos violentos e crimes de ódio a confrontos civis e terrorismo” e, em horizonte de 10 anos, riscos ambientais, incluindo perda de biodiversidade e alterações críticas nos sistemas da Terra, com desinformação e resultados adversos da IA logo atrás. Especialistas em risco esperam que surja ordem mundial multipolar ou fragmentada na próxima década, "em que as médias e grandes potências contestem, estabeleçam e apliquem regras e normas regionais", com o presidente do WEF, Borge Brende, esclarecendo que a 54ª reunião anual do WEF ocorreria em contexto que vai desde guerras em Gaza e Ucrânia ao aumento da dívida e do custo de vida. O chefe de risco de sustentabilidade do Zurich Insurance Group, explicou que a perspectiva pessimista da pesquisa foi desencadeada pelos riscos desencadeados nos últimos 4 anos com repercussões na sociedade, destacando pandemia e subsequentes bloqueios na Rússia com invasão da Ucrânia e, conforme concluiu a Diretora Comercial à Europa da Marsh McLennan, “um golpe atrás do outro nas cadeias de abastecimento globais”.
A luta por minerais críticos coloca países africanos no centro da cobiça como o 7º maior risco de 2024, segundo a consultora Eurasia, em 8º, o choque inflacionário que começou em 2021 e "continuará exercer peso econômico e político em 2024" sem margem para erros, além de 2024 ser "annus horribilis" à consultora Eurasia, sediada em Nova Iorque, em relatório apresenta as eleições presidenciais americanas como o 1º dos 10 riscos que o mundo enfrenta, em ano marcado por 3 grandes guerras, cujas eleições são decididas por 160 milhões de habitantes, embora os resultados afetem o destino de 8 bilhões de pessoas. Resume na síntese, assinada por Ian Bremmer, fundador da Eurasia Group, e Cliff Kupchan, presidente da consultora, que "os EUA enfrentam desafios críticos nas suas principais instituições políticas, eleições livres e justas, transferência pacífica de poder e pesos e contrapesos proporcionados pela separação de poderes, daí, a situação política da União ser problemática", Destaca a previsão de eleições pacíficas na Índia, UE, Indonésia e México e o enfraquecimento do conflito entre EUA e China, já que "as 2 maiores economias não procuram razões para iniciar outro conflito apesar da falta de confiança e sistemas políticos e econômicos desalinhados", sendo que as tensões entre EUA e China nem sequer figuram ao top 10 dos principais riscos do ano, liderado pelas eleições nos EUA, seguida pela guerra no Oriente Médio e Ucrânia, país que deverá ser dividido "em vermelho e azul", "resultado inaceitável" à Ucrânia e ao Ocidente que, no entanto, "se tornará realidade", segundo a consultoria norte-americana. O 4º risco são os avanços "desgovernados" da IA, seguido do alinhamento Rússia, Irão e Coreia do Norte, eixo perigoso, e a não recuperação econômica da China e, em 7º, emerge a luta pelos minerais críticos colocando países africanos no centro da cobiça, como a República Democrática do Congo, Zâmbia e países com depósitos minerais ainda não explorados na África Subsariana, Sul da Ásia e Oriente Médio, além de Austrália, Canadá e Chile, que "começaram e continuarão impor medidas de exportação de minérios criando ineficiências de mercado, provocando aumentando volatilidade de preços com risco de minar investimento e produção privados". Em 8º, o choque inflacionário que começou em 2021, "continuará exercer peso econômico e político em 2024", em 9º, o regresso do El Nino,que "trazendo eventos climáticos extremos causando insegurança alimentar, stress hídrico, perturbação logística, doenças, migração e instabilidade política" e, em 10º, a Eurasia, os negócios arriscados, explicando que empresas no fogo cruzado das guerras culturais dos EUA verão sua autonomia na tomada de decisões limitada e custos de negócios aumentar. Por fim, o relatório conclui esclarecendo que 3 guerras vão dominar o mundo em 2024, a guerra Rússia/Ucrânia, guerra Israel/Hamas e guerra dos "EUA contra eles próprios", em "eleições disfuncionais e sem precedentes" colocando em causa "segurança, estabilidade e perspectivas econômicas do mundo", daí, o pessimismo por falta de lideranças políticas.
Moral da Nota: em 2023, os EUA perderam US$ 95 bilhões em danos decorrentes a 28 eventos climáticos extremos, com temperatura média subindo ao 5º nível mais elevado já registrado, sinalizando tendência que os especialistas atribuem às alterações climáticas e ao fenômeno climático El Nino. O catálogo de calamidades incluí incêndio em Maui, o mais mortal em mais de um século, inundações com estragos na Califórnia, enquanto estados centrais atingidos por 2 tornados e nordeste com tempestade de inverno e o furacão Idalia deixando rastro de destruição enquanto a cientista-chefe da NOAA destaca os implacáveis desastres climáticos dizendo que “2023 bateu recorde para muitos extremos”, enfatizando expectativa que só se intensificarão devido às alterações climáticas. A agência observou que foi o dezembro mais quente em seus 129 anos de história de manutenção de registros, experimentando temperatura média anual de 12,4 º C em 5 estados, Louisiana, Massachusetts, Mississippi, New Hampshire e Texas, suportando o ano mais quentes até à data, além disso, 6 outros estados registraram o 2º ano mais quente, com o relatório baseando-se em perdas seguradas avisando que este número representa queda em relação aos US$ 125 bilhões em perdas seguradas registradas em 2022, significativamente acima da média de 10 anos de US$ 90 bilhões e além da média de 30 anos de US$ 57 bilhões. Dentre os acontecimentos catastróficos, terramotos na Turquia e Síria emergiram como os mais destrutivos, matando 58 mil pessoas e perdas totais de US$ 50 bilhões enquanto a cobertura de seguros respondeu por US$ 5,5 bilhões dessas perdas, no entanto, a Munich Re destacou que não foram apenas incidentes massivos e singulares que definiram o número de danos do ano, já que numerosas tempestades regionais graves, especialmente nos EUA e Europa, tornaram-se cada vez mais proeminentes devido às alterações climáticas. As perdas totais decorrente catástrofes naturais em 2023, incluindo danos não segurados, atingiram US$ 250 bilhões, montante alinhado as perdas de 2022 e com a média dos 5 anos anteriores, daí, a indústria dos seguros americana enfrentar a realidade do aquecimento global que os cientistas alertam levará a aumento da destruição e, em resposta, ajustam estratégias, com algumas aumentando taxas de prêmios para refletir risco acrescido de catástrofes, enquanto outros tomam medidas mais drásticas como retirada da cobertura em certas áreas de alto risco.