Relatório Bloomberg com perspectivas de VanEck, avalia que 2024 deve testemunhar eventos na indústria, desde adoção em massa de ETFs Bitcoin a histórica redução pela metade da criptomoeda líder, perspectivas ousadas e revolucionárias ao ecossistema criptográfico em ano crucial, no universo blockchain e das criptomoedas, emergindo “alvorecer de nova era cripto e blockchain”. Nos EUA a chegada dos ETFs Bitcoin, se insere em provável recessão como catalisador e os ETFs Bitcoin poderão ver influxo maciço de capital com mais de US$ 2,4 bilhões no primeiro trimestre de 2024, dando movimento antecipado como resposta à recessão americana semelhante às tendências históricas em ativos de refúgio, como ouro e, historicamente, cada redução Bitcoin pela metade, quarta em caminho, levou a aumento do preço, embora o impacto imediato no mercado possa ser mínimo, espera-se aumento sustentado no valor Bitcoin. Vale notar comentários de Cristina Lagarde sobre o euro, “temos 25 anos, este é apenas o começo da jornada do euro, à medida que levamos nossa moeda à era digital lançando bases ao possível euro digital para complementar o dinheiro”, ficando claro que o trabalho à emissão da CBDC europeia está em andamento, mas que a instituição planeja manter o uso de dinheiro físico, método de pagamento, que protege mais a privacidade que seus congêneres eletrônicos, sendo predominante na Europa, representando 59% dos pagamentos de baixo valor, embora a percentagem diminuiu face aos 72% registados em 2019. No entanto, resultados dos inquéritos sobre euro digital não são encorajadores pois 5% dos estabelecimentos inquiridos na Espanha consideram benéfica a introdução de CBDC na Europa, enquanto em outro inquérito realizado pelo Banco de Espanha, 65% afirmaram que não utilizariam o euro digital, apesar disso, o euro digital tem propostas regulatórias à Zona Euro estipulando que tanto a versão digital como a versão física da moeda coexistirão e que o CBDC terá aceitação obrigatória exceto à pequenas empresas.
Com isto, o Bitcoin alcançará em 2024 novos máximos com mudanças políticas e regulatórias nos EUA em meio a eleições presidenciais, fundamentais para que atinja valores nunca vistos antes esperando-se um máximo histórico. O Ethereum, embora não ultrapasse o Bitcoin, ganhará terreno, superando ações de tecnologia e consolidando domínio em camada 2 e, após implementação do EIP-4844, espera-se que soluções da Camada 2 respondam pela maior parte do valor total bloqueado,TVL, e do volume de transações suportado pelo EVM, liderando ressurgimento do mercado NFT, com Bitcoin ganhando terreno através do protocolo Ordinals. A Binance pode perder domínio para concorrentes como OKX, Bybit, Coinbase e Bitget, além de Stablecoins alcançarem máximos e capitalização de mercado projetada à exceder US$ 200 bilhões, já, exchanges descentralizadas como o DEXs tem previsão de crescimento na participação de mercado estimulado por blockchains rápidos como Solana. Oportunidades de rendimento por meio de ferramentas de staking fáceis de usar inseridos em “Bitcoin Staking” na Lightning Network além da esperança que jogos blockchain atinjam mais de um milhão de jogadores diários, com ImmutableX subindo no ranking de capitalização de mercado, sendo que há previsão da ascensão da Solana projetando que se torne um dos 3 principais blockchains em valor de mercado com redes como Hivemapper e Helium vendo aumento na adoção, oferecendo alternativas econômicas às infraestruturas tradicionais. A Coinbase deverá ser a primeira empresa listada reportar receita em Protocolo Base Blockchain de Camada 2 ultrapassando US$ 100 milhões anualmente, contribuição significativa à seus negócios, enquanto aplicativos DeFi com KYC superando aqueles sem, atraindo volume institucional, sendo que a Uniswap liderará a viabilização dessa funcionalidade atraindo liquidez e volume institucional.
Moral da nota: o mercado de capitais espera um bom ano, com riscos de desaceleração, desinflação, endividamento e desglobalização e, em outras palavras, expectativas não são certeza apenas aposta, neste momento há convencimento que 2024 será um bom ano, daí, o otimismo atual, ou seja, não é por acaso que investidores estão comprando ativos e com suas compras aumentando preços de ativos como ações de tecnologia e Bitcoin. O El País comenta tendências esclarecendo que o crescimento econômico global abrandará devido fatores incluindo aumento das taxas de juros, guerra na Ucrânia e abrandamento do crescimento na China, aqui, fator que influencia a desaceleração devendo-se à transição de modelo baseado no investimento e exportação à um mais centrado no consumo e serviços, bem como problemas estruturais que a China atravessa como envelhecimento da população, endividamento, corrupção e poluição. A desinflação decorrente redução da procura de bens e serviços, que, por sua vez, exerce pressão descendente sobre preços, além disso, Ucrânia e aumento das taxas de juros contribuem ao arrefecimento da atividade econômica e contenção da inflação, enquanto a dívida pública e privada continuarão aumentar em 2024. em patamar global de 97% do PIB, ao passo que a dívida privada atingirá 230% do PIB, aumento que se deve à resposta fiscal e monetária dada à crise do coronavírus e a falta de reformas que melhorem produtividade e crescimento potencial. A desglobalização, tendência inserida na guerra na Ucrânia, ascensão do nacionalismo e fragmentação das cadeias de abastecimento reflete-se na ascensão de movimentos populistas, protecionistas e autoritários, questionando ordem mundial estabelecida e promovendo agendas baseadas no isolamento, confronto e xenofobia, corroendo confiança e cooperação entre países gerando barreiras e conflitos que dificultam o fluxo de pessoas, bens, serviços e capitais.