quarta-feira, 11 de outubro de 2023

The next wave

O mercado de peixe e marisco cresce rapidamente e proteínas alternativas estão posicionadas para escalar a indústria de modo sustentável, encontrando no oceano fonte de empregos, proteína e com projeções mostrando crescimento de 14% até 2030 comparado aos níveis 2020, impulsionado por mercados em crescimento na Ásia, Europa, América Latina e Oceania, no entanto, a quantidade de marisco capturado na natureza permanece estável com mais de 85% da pesca mundial empurrados para ou além de seus limites. A aquicultura é a principal fonte de abastecimento de peixe nos últimos anos não sendo capaz de acompanhar o ritmo da procura e, os chamados frutos do mar alternativos, substitutos de peixes e mariscos populares como atum, salmão e camarão são forma de  dimensionar frutos do mar e fornecer proteínas, embora nos seus primórdios os produtos do mar alternativos apresentam potencial significativo à base de plantas, fermentadas e cultivadas. Normalmente, quando o PIB de um país aumenta, o consumo de proteína per capita aumenta, com a repartição da fonte proteica  variando de país à país, por exemplo, pesquisa realizado em Singapura revelou aumento de 5 vezes no desejo de comprar marisco em comparação a 10 anos atrás. No mundo, os peixes são capturados mais rapidamente que os estoques repostos e, desde a década de 1990, capturas globais diminuíram 1% ao ano, devido à sobrepesca e muitas regiões limitaram licenças de pesca existentes tornando as novas quotas recurso escasso, ao passo que a OCDE prevê que a produção global de peixe atingirá 203 milhões de toneladas métricas, Mt, até 2031, e a produção aquícola representa 108 Mt, ultrapassando captura selvagem por volta de 2024, quer dizer, a produção de marisco crescerá apesar da pesca selvagem, embora nas últimas décadas tenham introduzido inovações e soluções tecnológicas à piscicultura, a oferta não foi capaz de acompanhar a procura de espécies populares como o salmão, motivada por restrições regulamentares em torno de licenças, algumas das quais impostas para garantir sustentabilidade, bem como proteções aos peixes selvagens.

Em paralelo, o banco de dados Clean Investment Monitor, parceria  entre o MIT CEEPR e o Rhodium Group, mostra US$ 213 bilhões em investimentos em tecnologia limpa e infraestrutura no último ano, acompanhando o progresso dos EUA no caminho à economia descarbonizada e permitindo monitoramento em tempo real dos investimentos em tecnologias e infraestrutura que reduzem emissões de gases efeito estufa. Investimentos em tecnologias e infra-estruturas que reduzem  emissões, desde veículos eléctricos a bombas de calor, crescem nos EUA, agora, nova base de dados permite que investimentos sejam monitorizados em tempo real, avaliando eficácia de políticas concebidas à estimular investimentos limpos e enfrentar alterações climáticas. O CIM, Clean Investment Monitor, desenvolvido pelo Centro de Pesquisa de Política Energética e Ambiental, CEEPR, do MIT, liderada pelo Institute Innovation Fellow Brian Deese em colaboração com o Rhodium Group, empresa de pesquisa independente, fornece metodologia consistente e acompanhamento dos investimentos públicos e privados anunciados na fabricação e implantação de tecnologias e infraestruturas limpas nos EUA.  Oferece meio de avaliar progresso na transição à economia mais limpa e redução das emissões de gases efeito estufa e, no ano de 1º de julho de 2022 a 30 de junho de 2023, dados do CIM mostram que investimentos limpos no país totalizaram US$ 213 bilhões, número em perspectiva, em que 18 estados dos EUA têm PIBs inferiores a US$ 213 bilhões. O CIM mostra que os US$ 213 bilhões investidos no último ano refletem aumento de 37 % em relação aos US$ 155 bilhões investidos no período de 12 meses anterior e, de acordo com dados da CIM, o crescimento mais rápido registou-se na indústria transformadora onde cresceu 125 % em termos anuais, particularmente na produção de veículos eléctricos e energia solar. O CIM fornece dados sobre investimentos na produção de energia limpa como solar, eólica e nuclear, descarbonização industrial, como combustíveis de aviação sustentáveis e investimentos de retalho por parte das famílias e empresas em tecnologias como bombas de calor e veículos com emissões zero, sendo que os dados remontam a 2018, fornecendo linha de base antes da aprovação da legislação em 2021 e 2022. O governo federal dos EUA promulgou em 2012 e 2022, leis que em conjunto catalisam o maior investimento nacional em tecnologias de energia limpa e infra-estruturas relacionadas, com o Monitor de Investimento Limpo podendo ser utilizado para acompanhar até que ponto a legislação corresponde às expectativas. A legislação federal em questão remete a Lei de Investimentos e Empregos em Infraestrutura, promulgada em 2021, a Lei de Redução da Inflação, IRA, e a Lei CHIPS e Ciência, ambas promulgadas em 2022, que fornecem empréstimos, subsídios, garantias de empréstimos e incentivos fiscais para estimular investimentos em tecnologias que reduzam emissões de gases de efeito estufa. A eficácia da legislação em acelerar transição nos EUA à economia limpa será crucial para determinar se o país atingirá o objetivo de reduzir emissões de gases efeito de estufa em 50% a 52% abaixo dos níveis de 2005 em 2030, enquanto análise no início de 2023 estima que o O IRA levará a declínio de 43% a 48% nas emissões da economia abaixo dos níveis de 2005 até 2035, comparados com 27% a 35% em cenário de referência sem as disposições da lei, aproximando ao objetivo dos EUA.

Moral da Nota: o mundo precisa de US$ 2,7 bilhões anuais para emissões líquidas zero até 2050 no intuito em alcançar o objetivo de limitar o aquecimento a 1,5ºC, crucial, para evitar impactos das alterações climáticas. Este número representa aumento de 150 % no investimento atual em que a maioria dos países não está atualmente  cumprindo metas de emissões líquidas zero que referem-se à redução de emissões de gases de efeito estufa, á medida que enfrenta o impacto de fenômenos meteorológicos extremos e alterações climáticas com os novos relatórios apontando que é necessário investimento para atingir zero emissões líquidas até 2050 e evitar que as temperaturas globais subam acima de 1,5 ºC neste século. As Nações Unidas alertaram que os compromissos existentes provavelmente resultariam num aumento da temperatura global de 2,5 ºC até 2050 enquanto emissões líquidas zero referem-se à redução das emissões de gases efeito estufa à níveis próximos de zero, com quaisquer emissões restantes reabsorvidas por sumidouros naturais como oceanos e florestas e, segundo o relatório, três quartos do investimento necessário deveriam ser direcionados a setores da energia e infra-estrutura. O presidente e analista-chefe da Wood Mackenzie, afirmou que atingir a meta de 1,5°C seria extremamente desafiador, mas possível, dependendo em parte das ações tomadas nesta década, com o relatório enfatizando necessidade de fontes de energia renováveis como energia eólica e solar como principal fonte de energia. O vice-presidente da Wood Mackenzie e principal autor do relatório, observou que petróleo e gás desempenham papel numa transição em direção às emissões líquidas zero, acrescentando que, embora se desenvolvam opções de baixo e zero carbono, a oferta precisa ser fortalecida.